quarta-feira, dezembro 3, 2025
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Pitacos Positivos do Paulo

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(PRIMEIRO) O ano de 2020 começa como? Logo nos primeiros dias de janeiro, os estrangeiros já retiraram 4,6 bilhões de reais da Bolsa de Valores de São Paulo! No ano de 2019 o Brasil registrou a maior saída de dólares dos últimos 38 anos: 44,7 bilhões! A toada segue este ano! /

(SEGUNDO)O faturamento da agropecuária brasileira atingiu o recorde de 630 bilhões de reais em 2019, de acordo com o Ministério da Agricultura! Os campeões no desempenho foram o milho e a pecuária! Para este ano a expectativa supera os 670 bilhões de reais em faturamento! Seria ótimo! /

(TERCEIRO)O governo federal pagou em 2019 o total de 8,35 bilhões de reais em dívidas não honradas de Estados e Municípios, uma vez que era avalista! Apenas com o Estado do RJ foram 4,04 bilhões e com o Estado de MG foram 3,30 bilhões! /

(QUARTO)Na volta do recesso o Congresso Nacional terá que se debruçar (ou não) sobre três Medidas Provisórias que estão vencendo e que tratam: a) da carteira estudantil; b) publicação de atos em jornais; c) pensão para crianças com microcefalia! Somente esta última tem grande chance de ser aprovada!

Goiás terá semana chuvosa, diz previsão do tempo

Se os boletins meteorológicos do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (Cptec) estiverem certos, os goianos podem ficar com os guarda-chuvas preparados nesta semana. O instituto prevê uma semana de muita chuva em todas as regiões do estado.

O Cptec emitiu até mesmo um alerta laranja, para vendavais e chuvas intensas para a região centro-norte do estado nesta segunda-feira (20). A pluviometria, todavia, não causará estragos como os que têm acontecido no Espírito Santo.

Em Goiânia, há previsão de chuva de segunda a sexta-feira, com a temperatura variando entre 20°C e 32ºC. Anápolis, também no centro, terá a semana igualmente chuvosa. As máximas na cidade não passam de 28°C.

No sul e sudoeste, muitas chuvas. Em Rio Verde, os termômetros ficam entre 21°C e 31°C. Em Itumbiara, apesar da chuva, a temperatura pode alcançar 33°C nesta semana.

Porangatu, no norte goiano, tem previsão de chuva de segunda a sexta-feira, com as temperaturas ficando entre 22ºC e 33°C. Luziânia, cidade no Entorno do DF, também recebe muitas chuvas, que deixam o tempo mais ameno, com mínimas de 19°C.

Publicado por Diário de Goiás

Pitacos Positivos do Paulo!

O ano de 2020 começa como? Logo nos primeiros dias de janeiro, os estrangeiros já retiraram 4,6 bilhões de reais da Bolsa de Valores de São Paulo! No ano de 2019 o Brasil registrou a maior saída de dólares dos últimos 38 anos: 44,7 bilhões! A toada segue este ano!

O faturamento da agropecuária brasileira atingiu o recorde de 630 bilhões de reais em 2019, de acordo com o Ministério da Agricultura! Os campeões no desempenho foram o milho e a pecuária! Para este ano a expectativa supera os 670 bilhões de reais em faturamento! Seria ótimo!

O governo federal pagou em 2019 o total de 8,35 bilhões de reais em dívidas não honradas de Estados e Municípios, uma vez que era avalista! Apenas com o Estado do RJ foram 4,04 bilhões e com o Estado de MG foram 3,30 bilhões!

Na volta do recesso o Congresso Nacional terá que se debruçar (ou não) sobre três Medidas Provisórias que estão vencendo e que tratam: a) da carteira estudantil; b) publicação de atos em jornais; c) pensão para crianças com microcefalia! Somente esta última tem grande chance de ser aprovada!

Atlético anuncia técnico que passou por gigantes do futebol brasileiro

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Demorou, mas o Atlético contratou seu técnico para disputa da temporada 2020 quando a equipe rubro negra terá o Campeonato Goiano, Copa do Brasileiro e o Brasileirão da Série A.

Cristovão Borges, 60 anos, técnico que tem no seu currículo passagens por grandes clubes do futebol nacional como Vasco da Gama, Fluminense, Flamengo, Bahia e Corinthians.

O profissional acompanhou de um camarote no Estádio Antônio Accioly, o jogo treino do Atlético Clube Goianiense diante do Gama quando a equipe rubro negra venceu pelo placar de 2 a 1.

Desde 2017 quando treinou o Vasco da Gama, Cristovão está fora do mercado. Sua estreia no comando atleticano não tem data confirmado, mas é certo que ele não comando o time na primeira rodada do Campeonato Goiano diante do Grêmio Anápolis, no Estádio Jonas Duarte.

Publicado por Diário de Goiás

Estudantes podem se increver no Sisu a partir desta terça-feira

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Serão ofertadas neste semestre 237 mil vagas em 128 instituições.

O Sistema de Seleção Unificada (Sisu) abre amanhã (21) o calendário dos processos seletivos federais que usam o Enem como critério de seleção. Neste semestre, o Sisu vai ofertar 237 mil vagas em 128 instituições de ensino superior públicas. O prazo para se inscrever vai até sexta-feira (24). 

Para participar do Sisu, é preciso ter feito o Enem 2019 e ter tirado nota acima de zero na prova de redação. Na hora da inscrição no processo seletivo é preciso informar o número de inscrição do Enem e a senha atual cadastrada na Página do Participante.

A nota do Enem está disponível desde sexta-feira (17) tanto no aplicativo, quanto na própria Página do Participante. É preciso informar o CPF e a senha cadastrada na hora da inscrição. Caso o candidato tenha esquecido a senha, pelo próprio sistema é possível recuperá-la.

É essa senha que deve ser usada na hora da inscrição no Sisu. O número de inscrição, que é solicitado também para participar da seleção, está disponível para cada estudante na Página do Participante.

Cálculo da nota

Na hora da inscrição, é possível escolher até duas opções de curso, de acordo com a ordem de preferência. 

Alguns cursos, no entanto, têm certas restrições. O Sisu dá liberdade para as instituições de ensino definirem como usarão o Enem. Assim, determinado curso pode exigir, por exemplo, uma média mínima no Enem – que é a soma de todas as notas obtidas nas provas do exame, dividida por cinco – ou mesmo uma nota mínima em determinada prova. Isso faz com que, dependendo da nota obtida, estudantes não sejam classificados para determinados cursos. 

É possível também conferir pesos diferenciados para as provas. A nota em ciências da natureza ou em matemática pode valer mais para um curso de física ou química, por exemplo. Dessa forma, a nota do estudante pode variar dependendo do curso para o qual ele está concorrendo.

Nota de corte

Uma vez por dia, o Ministério da Educação (MEC) divulga na página do Sisu as notas de corte, que são as menores para os candidatos ficarem entre os selecionados na modalidade escolhida. A nota de corte é calculada com base no número de vagas e no total de candidatos inscritos.

A nota de corte é apenas uma referência para auxiliar o candidato no monitoramento de sua inscrição. Ela não garante que o estudante seja selecionado. 

É possível alterar as opções de curso feitas até o final do período de inscrição. O Sisu considera válida a última opção registrada pelos estudantes.

Reservas de vagas

Todas as universidades federais, institutos federais de educação, ciência e tecnologia e centros federais de educação tecnológica participantes do Sisu oferecem vagas reservadas para estudantes que cursaram o ensino médio em escolas públicas. Há instituições participantes do Sisu que disponibilizam ainda uma parte de suas vagas para políticas afirmativas próprias.

No momento da inscrição, o participante deve optar por uma dessas modalidades, de acordo com o seu perfil. Os estudantes concorrem apenas com os demais candidatos que fazem a mesma opção, seja pela ampla concorrência ou por alguma política afirmativa. O sistema selecionará, entre eles, os que obtiveram as melhores notas no Enem de 2019.

Cronograma

As inscrições para o Sisu podem ser feitas de 21 a 24 de janeiro. No dia 28 de janeiro será divulgado o resultado da seleção. Os estudantes que forem aprovados deverão fazer a matrícula nas instituições de ensino entre 29 de janeiro e 4 de fevereiro. 

Aqueles que não forem selecionados poderão ainda participar da lista de espera. O prazo para se candidatar é de 29 de janeiro a 4 de fevereiro. Os candidatos em lista de espera serão convocados pelas próprias instituições de ensino, entre 7 de fevereiro e 30 de abril.

Próximos processos seletivos

Além de participar do Sisu, os estudantes podem usar as notas do Enem para concorrer a bolsas de estudo pelo Programa Universidade para Todos (ProUni). As inscrições poderão ser feitas de 28 a 31 de janeiro. Podem também se inscrever no Programa de Financiamento Estudantil (Fies), de 5 a 12 de fevereiro.

Os estudantes podem ainda usar as notas para cursar o ensino superior em Portugal. O Inep tem convênio com mais de 40 instituições portuguesas.

Instituições de ensino públicas e privadas utilizam o Enem como forma de seleção independente dos programas de âmbito nacional. Os estudantes podem, portanto, consultar diretamente as instituições nas quais têm interesse em estudar.

Publicado Por Mariana Tokarnia – Repórter da Agência Brasil Rio de Janeiro

Arquivo. A Praça Central e suas “estórias” – Matéria publicada em 2011

Entendemos que as praças públicas são tradicionais e que devem ser preservadas, a não ser quando há a necessidade premente de algum reparo.

Após muita relutância resolvi tecer comentários a respeito de assuntos que estão sempre em evidência em nossa cidade. No momento, o assunto da vez é a conturbada e agressiva reforma da Praça Central Gaudêncio Rincon Segóvia, que foi uma das mais belas de Goiás, onde o povo tinha o lazer nas mais lindas noites do Brasil Central.  Antes, quero aqui ressaltar que não sou especialista em história da cidade de Pires do Rio, pois a construção dessa praça remonta os idos de 1940, oportunidade em que eu ainda não havia vindo a esse mundo. Mas, da década de 60 pra cá tenho um certo conhecimento, o que me autoriza de uma certa forma falar a respeito.

Eu até que poderia ser um tanto quanto incisivo e contundente em minhas palavras, pois o assunto assim o exigiria. Mas, o bom senso e a experiência de vida rezam que eu seja um pouco mais moderado e comedido. No fundo a vontade que a gente tem é de criticar e responsabilizar os culpados pela descaracterização da praça ao longo dos anos.

A praça central sempre foi motivo de questiúnculas, discussões e problemas. Se observarmos as fotos que estão afixadas no prédio da Administração, já na década de 40 o primeiro coreto ali construído foi demolido. E na mesma década foi construído outro, porém sem muita mudança arquitetônica. Inclusive o traçado das vielas da praça continuou sendo o mesmo. Ainda na década de 50 esse coreto foi outra vez demolido e novamente construído outro, que ali permaneceu até o final da década acima citada.

Conforme afirmei acima não sou nenhum “expert” em história piresina e nem me atrevo a tanto. Mas tive a grata oportunidade de encontrar um jornal denominado NOSSA FOLHA (que os mais antigos devem se lembrar) e que publicou uma extensa e excelente matéria a respeito dessa praça desde os seus primórdios. Evidentemente que não vou transcrever todo o conteúdo, mas é impressionante como a matéria é atual.

É como se o autor a tivesse escrito nos dias de hoje. O periódico já não existe mais. O seu fundador foi o Sr. Jucelino Siqueira e o Diretor Editorial o Sr. Jacy Siqueira, importante poeta e escritor piresinos. Esse exemplar encontrado foi o de nº 2, ano I, datado de 15 de junho de 1990, Sexta-feira.

Já se vão longos anos e ao ler a matéria na pág. 3, habilmente redigida pelo renomado Jacy Siqueira, podemos notar que a praça central de nossa cidade sempre foi motivo de controvérsias. Com certeza os habitantes daquela época também não gostaram das modificações do coreto e da própria praça. O desgosto ainda persiste nos dias de hoje. Tem gente que está gostando e aplaudindo a reforma da praça, outros não. Há quem invoque a tradição, como é o meu caso. O escritor Jacy Siqueira, do alto de sua sapiência, registra os primórdios da construção da praça:

“… Nos primeiros tempos da cidade, Dª Rosalina Sampaio, mulher do fundador Lino Teixeira Sampaio, destinou a área para a construção de uma igreja de invocação de Nossa Senhora da Abadia, sua santa de fé. Aí chegou a ser construída uma capela, que por vários anos ficou inacabada e veio a ser demolida por iniciativa do Dr. Cavalcanti, o primeiro médico residente em Pires do Rio…Os tijolos retirados da extinta capela foram aproveitados num cemitério, que já não existe”.

Continuando: “… Quando assumiu a Prefeitura de Pires do Rio, o Dr. Joaquim Câmara Filho (1º/jun.1932-31/mar.1934) optou por construir um jardim público (como se dizia na época) na área doada por Dª Rosalina Sampaio para a Igreja. Assim começou a nascer à praça que por muitos anos foi denominada Marechal Floriano, hoje Praça Gaudêncio Rincon Segóvia, a principal e mais antiga da cidade de Pires do Rio.

Nos anos 40, sendo Prefeito Municipal o Dr. Taciano Gomes de Melo, a nossa praça foi toda cercada de arame farpado para que pudesse ser ajardinada. Foram plantadas as palmeiras, das quais poucas ainda existem, os “fícus” de folhas miúdas, as roseiras e grama e, quando aberta ao público, uma “dama da noite” deixava o seu perfume ir longe, atraindo as pessoas. Acompanhando o passeio, bancos retos e sem encosto sob as sombras das buganvílias e cercados por “fícus”, na área interna bancos com encostos, oferta dos comerciantes da época, que os mais velhos buscavam fugindo das tardes quentes do verão, distraídos em longas conversas.

Seguindo a transcrição da matéria, observem a manifestação poética do autor: “… Ali pelas 17 horas chegavam às mães com seus filhos e os pequenos corriam livres pela praça, vivendo a alegria do espaço pejado de verde, sombra e frescor, enquanto umas mulheres liam romances e outras conversavam por vezes se ouvia um grito de chamamento ou de chamada. Mais tarde, depois do jantar, as moças aos pares ou de três ou quatro, os braços dados, passeavam no sentido anti-horário e os rapazes aos grupos junto ao meio-fio ou nos bancos apreciavam as belas que passavam. Os flertes, os recados, os bilhetes e quantos namoros assim ali não principiaram? Quantos piresinos ali sentiram o despertar do amor, ali não sofreu por amor, roubado ou ganhado o primeiro beijo! Quantos namoros ali começados, quantos casamentos ali combinados!”

Ah! Que época romântica… Que saudade desse tempo que não volta mais. O passado e a saudade na verdade são fragmentos de vida por nós vividos e que perduram enquanto o sangue circular em nossas veias. Por tudo isso um filme passa em nossas mentes… A Churrascaria Varanda… O Cine Teatro Eleusis… Os bailes e “festocas” no Turunas da Mata… A mesma praça… O mesmo banco.

Dando continuidade, vejam o que o escritor Jacy Siqueira escreveu: “… Vieram os anos 60 e com ele uma febre estranha de duvidosa modernidade. Ao ronco e à violência de trator de esteira tombaram os “fícus”, foram arrancadas as buganvílias e várias palmeiras, retiraram os bancos que hoje algumas pessoas guardam com carinho, abriram-se crateras enormes e a praça parecia mais um campo de guerra que sofrera pesado bombardeio. Depois… depois cobriram tudo com um túmulo, como se túmulo encerrasse o passado. Os automóveis ganharam dois estacionamentos, mas o povo ficou sem o passeio. Na verdade o povo fugiu da praça porque sentiu que a cidade morreu um pouco, Pires do Rio ficou sem seu cartão de visita, perdeu sua carteira de identidade, desapareceu a mais bela Praça de quantas em Goiás existiam e ainda existem”.

A matéria do Sr. Jacy Siqueira ainda menciona fatos a respeito do começo da INVASÃO da praça por “pit-dogs” e banca de revistas, a respeito até de um “pit-dog” que virou um bar com televisão e que só faltava mictório para ficar completo. Fala também sobre a ação do Prefeito da época que, preocupado com o que se poderia tornar aquele local, determinou a retirada de todos os “pit-dogs”, boteco e banca de revistas, mas que no frigir dos ovos alguns vereadores impediram. O autor termina sua matéria perguntando, assim como perguntou o poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade: “E agora, José?”.

Com essa “febre estranha de duvidosa modernidade” a atualidade dessas questões é impressionante. Ainda a pouco vimos não tratores de esteira, mas pás carregadeiras tentando demolir um dos poucos patrimônios históricos de nossa cidade, ou seja, o espelho d’água da fonte sonoro-luminosa, que ao ser visto do alto se parecia com o traçado do mapa do Estado de Goiás. Observamos também com indignação e tristeza a derrubada de várias árvores, algumas ali plantadas há muitos anos. Pouco a pouco, com o passar dos anos aquela época de romanticidade vai se definhando como uma planta que não é regada. A “dama da noite” não exala mais aquele perfume contagiante e quiçá poucos namoros ou poucos casamentos são ali combinados.

O quê vemos hoje? Brigas, desentendimentos, discussões, arrastões… Uma praça que está sendo reformada, mas que está sendo ao longo dos anos, DESCARACTERIZADA. A praça central está perdendo seu sentido mais amplo, ou seja, um local aprazível para descanso, conversas sóbrias, encontros. O espaço para os transeuntes vai sendo pouco a pouco adulterado, pois virou local para comércio. Aliás, esse tipo de coisa, como disse uma amiga minha já se tornou lugar comum na maioria das cidades. Hoje é impossível conter essas desmesuradas agressões.

Outro detalhe que observamos naquela praça é a diminuta arborização. O pouco que ainda restava está sendo gradativamente derrubado. Os motosserras têm desempenhado e bem o seu papel! O que se espera realmente é que o órgão responsável faça um replantio amplo, geral e irrestrito e o principal, com espécies de árvores adequadas para o local. Afinal, plantar é preciso. Outra coisa que se espera também tão logo a reforma seja concluída é a não autorização para eventos em que há a necessidade de se perfurar o calçamento.

Entendemos que as praças públicas são tradicionais e que devem ser preservadas, a não ser quando há a necessidade premente de algum reparo. Uma praça conhecida, a de Ipameri, sempre foi muito bem arborizada e que nunca foi alterada. O coreto lá ainda é o mesmo. A de Urutaí também sempre foi aquilo lá, inclusive o coreto. A praça principal de Catalão, na Av. 20 de Agosto, ainda é a mesma, com o mesmo traçado e o mesmo coreto. Isso sem mencionar outras praças da região. A nossa… coitada! Está pedindo socorro, pois volta e meia é agredida por reformas que só descaracterizam o local.

Mas, como piresinos que somos e que amamos essa terra, só nos restam esperar e desejar que a Praça Central Gaudêncio Rincon Segóvia (por falar nisso, por onde anda o busto do Sr. Gaudêncio?) que era uma das mais lindas de Goiás, volte a ser um lugar aprazível e onde a esperançosa população e as famílias piresinas tão carentes de diversão e opções de lazer, possam desfrutar da “alegria do espaço pejado de verde, sombra e frescor”, como disse o escritor Jacy Siqueira.

Por Paulo Roberto Silva.

Parteiras renascem com mais segurança e técnicas tradicionais

Profissão ainda precisa de auxílio financeiro e regulamentação.

Os sonhos frequentes com nascimento de bebês conduziram Naoli Vinaver, de 54 anos, para os caminhos da chamada parteria tradicional. A profissão milenar comemorada nesta segunda-feira (20) tem atraído o interesse de mulheres em todo o país.

Embora seja a única alternativa em diversos municípios, o parto normal e domiciliar auxiliado por parteiras ainda é cercado de mitos e desinformação. Para reverter esse cenário, mulheres que atuam na área buscam regulamentação e visibilidade para se consolidar como alternativa segura e natural.

A parteira Naoli cresceu na área rural de San Andres Tlalnelhuayocan, estado de Veracruz, no  México, e alia o conhecimento biomédico às práticas tradicionais, como aplicação de massagens para aliviar as dores do parto e o uso de chás com plantas medicinais. Ao longo de 40 anos de atividade, mais de 1,6 mil crianças já nasceram por meio de suas mãos.

“Durante três meses fiquei sonhando com partos e todos eles eram mulheres parindo, os bebês nascendo e eu ajudando. Os partos vinham com muitos detalhes, como se eu estivesse assistindo uma televisão e eu tinha que ajudar a essa mãe e esse bebê a um nascimento bem-sucedido. Depois dos sonhos, eu tinha que correr para biblioteca e começar a ler para entender o que eu tinha sonhado em um nível de fisiologia, anatomia, compreensão dos processos dos partos”, conta.

Segundo Naoli, nos casos em que atua, a taxa de transferência de mães e bebês para o hospital está abaixo de 2% – semelhante ao registrado pelas parteiras japonesas, consideradas referência no assunto. “Não conto com nenhuma morte materna, nenhuma morte de recém-nascido que não fosse por malformação incompatível com a vida, nenhum bebê morreu na minha mão. Eu me considero bem vinculada com a energia vital, de atrair a vida, de cuidar da vida”, diz.

Em geral, a gestante que opta pelo parto domiciliar com parteiras também faz o acompanhamento com a profissional. Segundo Naoli, o pré-natal inclui toda avaliação padrão, como acompanhamento de pressão sanguínea da mãe, crescimento do bebê, altura uterina, auscultação dos batimentos cardíacos do bebê. Há casos em que a gestante mantém as consultas regulares com médico obstetra.

As consultas com as parteiras, em sua maioria, são realizadas no local onde a gestante fará o parto, se estendem ao período após o nascimento do bebê e incluem o auxílio para amamentação. Quando é identificado risco para mãe ou bebê, o parto domiciliar pode ser descartado.

“É importante que a mulher entenda que biologicamente foi feita numa perfeição para engravidar, parir e maternar. Então, ela tem que reconectar, limpar preconceitos e medos culturais de que ela não é capaz, de que ela não é completa, de que o parto é perigoso. Isso é importantíssimo. A segurança vem do conhecimento, da informação e da conexão dela com o próprio bebê, com os processos do próprio corpo”, destaca.

Para Clarice Andreozzi, de 44 anos, ser parteira tradicional foi um chamado divino, uma missão espiritual. Há 22 anos ela atua na área e já trouxe ao mundo 262 bebês. A decisão, segundo ela, ocorreu após sofrer violência obstétrica em sua primeira gestação. “A minha experiência de maternidade e pós-parto me colocou no apoio às mulheres. Por toda a violência que eu sofri durante o parto, no trabalho de parto. Uma gestação com pouca informação e um parto de muito desamparo e muita dificuldade me fez com que eu tivesse o desejo de acolher, pelo menos, as mulheres que estavam próximas a mim para que elas não sofressem como eu sofri”, conta.

Formada em biologia, a parteira associa conhecimentos técnicos e a espiritualidade para aliviar dores e facilitar a chegada de crianças ao mundo. “Uso muitas ervas durante os partos, banhos de assento e trabalho muito com a esfera da fé, o que a parteria tradicional acrescenta, que são os usos das ervas, das orações. Alio essa parte da parteira tradicional com o conhecimento da técnica para garantir que o trabalho de parto está desenvolvendo bem”, descreve. “Não tem nada mais gratificante, não tem preço e nem como valorar a grande dádiva de ver bebê chegando de uma maneira harmônica. Cada bebê que eu tenho prazer de receber em minhas mãos é uma benção”, acrescenta.

Segundo Clarice, a mulher que opta pelo parto natural tem que buscar informações. “É necessário ter muita consciência do seu corpo, um pré-natal muito bem feito, alimentação boa, estar consciente”, esclarece.

No Distrito Federal, o acompanhamento por uma parteira tradicional varia de R$ 5 mil a R$ 10 mil. O valor é negociado conforme as condições financeiras das gestantes e inclui tanto o período pré-natal, quanto parto e o atendimento após o nascimento do bebê. O trabalho também pode ser remunerado por meio de trocas – tanto de serviços como bens.

Cenário

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 140 milhões de nascimentos acontecem todos os anos, a maioria sem complicações para mulheres e bebês. A organização considera como “razoável” o índice de 15% dos nascimentos por meio de cesárias. No Brasil, 55,6% do total de partos realizados anualmente são cirúrgicos.

Para reverter esse cenário, a Agência Nacional de Saúde (ANS) realiza uma campanha voltada para gestantes e profissionais de saúde sobre os riscos da realização de cesáreas desnecessárias. Um dos objetivos da campanha é reduzir as altas taxas de cesarianas no país e também melhorar a experiência da maternidade para mães e bebês.

A aprendiz de parteira Mariana Almeida, de 33 anos, atua há seis anos na área para assegurar que mulheres possam escolher o parto domiciliar de forma segura e evitar aumentar as estatísticas brasileiras de partos por cesárias de forma desnecessária. Com apoio de ferramentas da medicina chinesa, como acupuntura, ervas e oráculos, Mariana afirma que “auxilia na comunicação do ventre e coração”.

“O parto não se resume apenas ao momento do nascimento, é necessária uma rede de apoio e atenção à mãe e bebê nas primeiras semanas, que são fundamentais para o desenvolvimento humano. Parto é um evento em comunidade, muitas funções estão envolvidas e ocupo hoje lugares orgânicos de acordo com a necessidade de cada família”, afirma.

Segundo Mariana, é preciso assegurar que o parto domiciliar seja realizado em segurança. “[É gratificante] ver o quão revolucionário é para a vida da mulher e para o desenvolvimento de seu bebê passar por uma gestação, parto e pós-parto, de forma respeitosa, com informação de qualidade, baseada na vida e não na doença, com seus direitos preservados, com autonomia sobre seu corpo e seu bebê. É ver a sabedoria que nos antecede tomando seu lugar de volta”, ressalta.

Possibilidade de escolhas

Segundo a ANS, o parto normal favorece o vínculo do bebê com a mãe, fortalece o sistema imunológico e melhora o ritmo cardíaco e o fluxo sanguíneo do bebê, além de favorecer o aleitamento e promover uma recuperação pós-parto mais rápida e menos dolorosa para a mãe.

A musicista e professora Valéria Lehmann Cavalcanti, de 35 anos, espera seu sexto filho e, pela sexta vez, deve realizar o parto em casa. Com gestações de baixo risco, quatro dos seus filhos vieram ao mundo com a ajuda de uma parteira tradicional.

“Às vezes, as pessoas acham que é falta de conhecimento [a escolha pelo parto normal], pelo contrário. Depois de estudar muito sobre o assunto, decidi por isso. Vi que era o mais adequado, o mais correto para a minha situação, porque não era uma gravidez de risco. Avaliando todas as evidências e pesquisas médicas, vi que é melhor do que ir para um hospital”, conta.

De acordo com a OMS, geralmente, um primeiro trabalho de parto não se estende além de 12 horas. Trabalhos subsequentes geralmente não se estendem além de 10 horas.

“O meu primeiro [trabalho de parto] foi o que mais demorou. Foram oito horas de trabalho de parto e aí depois só foi diminuindo o número de horas nas outras gestações. Achei muito bom poder estar livre em casa, na posição que eu quisesse, com meu marido, em um ambiente totalmente confortável para mim. [Um dos meus filhos] nasceu no chuveiro. Cada filho nasceu em um canto da casa”, lembra. “A melhor experiência que tive foi em uma piscina comprada especificamente para o parto. A água alivia muito a dor. O quarto filho foi tão rápido que não deu nem tempo de entrar na piscina”, completa.

Assim como Valéria, a psicóloga Marília Tomé, de 33 anos, também optou pelo parto natural e teve seu filho, o pequeno Tito, de 5 meses, em uma casa de parto particular, em Brasília. A casa tem estrutura hospitalar com o acompanhamento de obstetras e doulas.

“Não queria nenhuma intervenção médica desnecessária no meu corpo ou no corpo do meu bebê, entendendo que o parto natural é um evento biológico natural da mulher, quando não há nenhum problema de saúde com a mulher ou com o bebê, pode acontecer sem nenhuma intervenção medicamentosa ou hospitalar”, explica. “Em um hospital, existe um protocolo de intervenções onde algumas são desnecessárias e agressivas para o bebê, e a mãe tem pouca participação nessas decisões, muitas vezes até sobre as posições mais confortáveis para parir e aliviar as contrações”, completa.

Regulamentação da profissão

Atualmente, tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei (PL) que regulamenta a profissão das parteiras tradicionais. De autoria do deputado Camilo Capiberibe (PSB-AP), a proposta prevê qualificação básica de parteira tradicional, pelo Ministério da Saúde ou por secretarias estaduais de Saúde, além do pagamento de um salário mínimo.

O PL 912/19 estabelece ainda que o Sistema Único de Saúde (SUS) fornecerá às parteiras tradicionais todos os equipamentos, os instrumentos cirúrgicos e os materiais de consumo necessários à adequada prestação dos serviços. Além disso, determina que a parteira deverá encaminhar a gestante ou a parturiente para avaliação médica quando for constatada gestação ou parto considerado de alto risco.

“Utilizando-se de suas mãos, de uma bacia com água e de uma tesoura ou material cortante, fazem o parto de acordo com as condições encontradas no local: à luz de vela, de lamparina ou, até mesmo, de fogueira. Dirigem-se à casa da grávida a pé, a cavalo, de bicicleta, da forma que for possível. E se não fosse pela atuação dessas mulheres resolutas, não temos dúvidas de que a mortalidade materna e perinatal apresentaria números muito maiores”, avalia o autor da proposta, deputado Camilo Capiberibe.

Segundo o parlamentar, estima-se que existam mais de 60 mil parteiras em atuação no Brasil, sendo 45 mil nas regiões Norte e Nordeste. No Estado da Bahia, conforme cálculo da Rede Nacional de Parteiras Tradicionais, haveria entre 7 mil e 8 mil. No Pará, 6 mil, no Tocantins, em Mato Grosso e em Minas Gerais, mais de 5 mil. Elas são responsáveis pela realização de 450 mil partos todos os anos.

“Mesmo diante da expressividade dos números apresentados, verificamos que as parteiras ainda trabalham em condições muito aquém das desejadas. Isso deve-se, em grande parte, ao preconceito com que a categoria é vista, sendo evidente a resistência que determinadas corporações profissionais oferecem à disseminação do parto humanizado”, argumenta Capiberibe.

Data

O Dia da Parteira Tradicional foi incluído no calendário nacional em 2015. A data tem como base a comemoração celebrada no estado do Amapá, que já homenageava a categoria em 20 de janeiro.  A data é o aniversário da parteira tradicional mais antiga de Macapá, Juliana Magave de Souza. Nascida em 1908, ela teria realizado cerca de 400 partos.

Atualmente, o Ministério da Saúde define como parteira tradicional a profissional que presta assistência ao parto domiciliar baseada em práticas tradicionais e é reconhecida pela comunidade como parteira.

Segundo a pasta, o Programa Trabalhando com Parteiras Tradicionais recolocou a melhoria do parto e nascimento domiciliar assistidos por parteiras tradicionais na pauta de discussão com estados e municípios, como uma responsabilidade do SUS e uma atribuição da Atenção Primária à Saúde.

Essas profissionais não são remuneradas pelo governo federal. A pasta informou que, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), realiza capacitação de parteiras tradicionais no estado do Amazonas, região onde a prática é bastante estabelecida. Até o momento, 416 parteiras tradicionais foram capacitadas.

Brasília: Mariana Almeida, que está estudando para ser parteira. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Saiba mais

Publicado Por Heloisa Cristaldo – Repórter da Agência Brasil Brasília