(PRIMEIRO) O ano
de 2020 começa como? Logo nos primeiros dias de janeiro, os estrangeiros já
retiraram 4,6 bilhões de reais da Bolsa de Valores de São Paulo! No ano de 2019
o Brasil registrou a maior saída de dólares dos últimos 38 anos: 44,7 bilhões! A
toada segue este ano! /
(SEGUNDO)O
faturamento da agropecuária brasileira atingiu o recorde de 630 bilhões de
reais em 2019, de acordo com o Ministério da Agricultura! Os campeões no
desempenho foram o milho e a pecuária! Para este ano a expectativa supera os
670 bilhões de reais em faturamento! Seria ótimo! /
(TERCEIRO)O
governo federal pagou em 2019 o total de 8,35 bilhões de reais em dívidas não
honradas de Estados e Municípios, uma vez que era avalista! Apenas com o Estado
do RJ foram 4,04 bilhões e com o Estado de MG foram 3,30 bilhões! /
(QUARTO)Na volta
do recesso o Congresso Nacional terá que se debruçar (ou não) sobre três
Medidas Provisórias que estão vencendo e que tratam: a) da carteira estudantil;
b) publicação de atos em jornais; c) pensão para crianças com microcefalia!
Somente esta última tem grande chance de ser aprovada!
Se os boletins meteorológicos do Centro de Previsão do Tempo e Estudos
Climáticos (Cptec) estiverem certos, os goianos podem ficar com os guarda-chuvas
preparados nesta semana. O instituto prevê uma semana de muita chuva em todas
as regiões do estado.
O Cptec emitiu até mesmo um alerta laranja, para vendavais e chuvas intensas
para a região centro-norte do estado nesta segunda-feira (20). A pluviometria,
todavia, não causará estragos como os que têm acontecido no Espírito Santo.
Em Goiânia, há previsão de chuva de segunda a sexta-feira, com a temperatura
variando entre 20°C e 32ºC. Anápolis, também no centro, terá a semana
igualmente chuvosa. As máximas na cidade não passam de 28°C.
No sul e sudoeste, muitas chuvas. Em Rio Verde, os termômetros ficam entre
21°C e 31°C. Em Itumbiara, apesar da chuva, a temperatura pode alcançar 33°C
nesta semana.
Porangatu, no norte goiano, tem previsão de chuva de segunda a sexta-feira,
com as temperaturas ficando entre 22ºC e 33°C. Luziânia, cidade no Entorno do
DF, também recebe muitas chuvas, que deixam o tempo mais ameno, com mínimas de
19°C.
O ano de 2020 começa como? Logo nos primeiros dias de
janeiro, os estrangeiros já retiraram 4,6 bilhões de reais da Bolsa de Valores
de São Paulo! No ano de 2019 o Brasil registrou a maior saída de dólares dos
últimos 38 anos: 44,7 bilhões! A toada segue este ano!
O faturamento da agropecuária brasileira atingiu o recorde
de 630 bilhões de reais em 2019, de acordo com o Ministério da Agricultura! Os
campeões no desempenho foram o milho e a pecuária! Para este ano a expectativa
supera os 670 bilhões de reais em faturamento! Seria ótimo!
O governo federal pagou em 2019 o total de 8,35 bilhões de
reais em dívidas não honradas de Estados e Municípios, uma vez que era
avalista! Apenas com o Estado do RJ foram 4,04 bilhões e com o Estado de MG
foram 3,30 bilhões!
Na volta do recesso o Congresso Nacional terá que se
debruçar (ou não) sobre três Medidas Provisórias que estão vencendo e que
tratam: a) da carteira estudantil; b) publicação de atos em jornais; c) pensão
para crianças com microcefalia! Somente esta última tem grande chance de ser
aprovada!
Demorou, mas o Atlético contratou seu técnico para disputa da temporada 2020
quando a equipe rubro negra terá o Campeonato Goiano, Copa do Brasileiro e o
Brasileirão da Série A.
Cristovão Borges, 60 anos, técnico que tem no seu currículo passagens por
grandes clubes do futebol nacional como Vasco da Gama, Fluminense, Flamengo,
Bahia e Corinthians.
O profissional acompanhou de um camarote no Estádio Antônio Accioly, o jogo
treino do Atlético Clube Goianiense diante do Gama quando a equipe rubro negra
venceu pelo placar de 2 a 1.
Desde 2017 quando treinou o Vasco da Gama, Cristovão está fora do mercado.
Sua estreia no comando atleticano não tem data confirmado, mas é certo que ele
não comando o time na primeira rodada do Campeonato Goiano diante do Grêmio
Anápolis, no Estádio Jonas Duarte.
Serão
ofertadas neste semestre 237 mil vagas em 128 instituições.
O Sistema de Seleção Unificada (Sisu) abre amanhã (21) o calendário dos
processos seletivos federais que usam o Enem como critério de seleção. Neste
semestre, o Sisu vai ofertar 237 mil vagas em 128 instituições de ensino
superior públicas. O prazo para se inscrever vai até sexta-feira (24).
Para participar do Sisu, é preciso ter feito o Enem 2019 e ter tirado nota
acima de zero na prova de redação. Na hora da inscrição no processo seletivo é
preciso informar o número de inscrição do Enem e a senha atual cadastrada na Página do
Participante.
A nota do Enem está disponível desde sexta-feira (17) tanto no aplicativo,
quanto na própria Página do Participante. É preciso informar o CPF e a senha
cadastrada na hora da inscrição. Caso o candidato tenha esquecido a senha, pelo próprio sistema é possível recuperá-la.
É essa senha que deve ser usada na hora da inscrição no Sisu. O número de
inscrição, que é solicitado também para participar da seleção, está disponível
para cada estudante na Página do Participante.
Cálculo da nota
Na hora da inscrição, é possível escolher até duas opções de curso, de
acordo com a ordem de preferência.
Alguns cursos, no entanto, têm certas restrições. O Sisu dá liberdade para
as instituições de ensino definirem como usarão o Enem. Assim, determinado
curso pode exigir, por exemplo, uma média mínima no Enem – que é a soma de
todas as notas obtidas nas provas do exame, dividida por cinco – ou mesmo uma
nota mínima em determinada prova. Isso faz com que, dependendo da nota obtida,
estudantes não sejam classificados para determinados cursos.
É possível também conferir pesos diferenciados para as provas. A nota em
ciências da natureza ou em matemática pode valer mais para um curso de física
ou química, por exemplo. Dessa forma, a nota do estudante pode variar
dependendo do curso para o qual ele está concorrendo.
Nota de corte
Uma vez por dia, o Ministério da Educação (MEC) divulga na página do Sisu as
notas de corte, que são as menores para os candidatos ficarem entre os
selecionados na modalidade escolhida. A nota de corte é calculada com base no
número de vagas e no total de candidatos inscritos.
A nota de corte é apenas uma referência para auxiliar o candidato no
monitoramento de sua inscrição. Ela não garante que o estudante seja
selecionado.
É possível alterar as opções de curso feitas até o final do período de
inscrição. O Sisu considera válida a última opção registrada pelos estudantes.
Reservas de vagas
Todas as universidades federais, institutos federais de educação, ciência e
tecnologia e centros federais de educação tecnológica participantes do Sisu
oferecem vagas reservadas para estudantes que cursaram o ensino médio em
escolas públicas. Há instituições participantes do Sisu que disponibilizam
ainda uma parte de suas vagas para políticas afirmativas próprias.
No momento da inscrição, o participante deve optar por uma dessas
modalidades, de acordo com o seu perfil. Os estudantes concorrem apenas com os
demais candidatos que fazem a mesma opção, seja pela ampla concorrência ou por
alguma política afirmativa. O sistema selecionará, entre eles, os que obtiveram
as melhores notas no Enem de 2019.
Cronograma
As inscrições para o Sisu podem ser feitas de 21 a 24 de janeiro. No dia 28
de janeiro será divulgado o resultado da seleção. Os estudantes que forem
aprovados deverão fazer a matrícula nas instituições de ensino entre 29 de
janeiro e 4 de fevereiro.
Aqueles que não forem selecionados poderão ainda participar da lista de
espera. O prazo para se candidatar é de 29 de janeiro a 4 de fevereiro. Os
candidatos em lista de espera serão convocados pelas próprias instituições de
ensino, entre 7 de fevereiro e 30 de abril.
Próximos processos seletivos
Além de participar do Sisu, os estudantes podem usar as notas do Enem para
concorrer a bolsas de estudo pelo Programa Universidade para Todos (ProUni). As
inscrições poderão ser feitas de 28 a 31 de janeiro. Podem também se inscrever
no Programa de Financiamento Estudantil (Fies), de 5 a 12 de fevereiro.
Os estudantes podem ainda usar as notas para cursar o ensino superior em Portugal.
O Inep tem convênio com mais de 40 instituições portuguesas.
Instituições de ensino públicas e privadas utilizam o Enem como forma de
seleção independente dos programas de âmbito nacional. Os estudantes podem,
portanto, consultar diretamente as instituições nas quais têm interesse em
estudar.
Publicado Por Mariana Tokarnia –
Repórter da Agência Brasil Rio de Janeiro
Entendemos que as praças públicas são tradicionais e que
devem ser preservadas, a não ser quando há a necessidade premente de algum
reparo.
Após muita relutância
resolvi tecer comentários a respeito de assuntos que estão sempre em evidência
em nossa cidade. No momento, o assunto da vez é a conturbada e agressiva
reforma da Praça Central Gaudêncio Rincon Segóvia, que foi uma das mais belas
de Goiás, onde o povo tinha o lazer nas mais lindas noites do Brasil
Central. Antes, quero aqui ressaltar que
não sou especialista em história da cidade de Pires do Rio, pois a construção
dessa praça remonta os idos de 1940, oportunidade em que eu ainda não havia vindo
a esse mundo. Mas, da década de 60 pra cá tenho um certo conhecimento, o que me
autoriza de uma certa forma falar a respeito.
Eu até que poderia ser um tanto quanto incisivo e
contundente em minhas palavras, pois o assunto assim o exigiria. Mas, o bom
senso e a experiência de vida rezam que eu seja um pouco mais moderado e
comedido. No fundo a vontade que a gente tem é de criticar e responsabilizar os
culpados pela descaracterização da praça ao longo dos anos.
A praça central sempre foi
motivo de questiúnculas, discussões e problemas. Se observarmos as fotos que
estão afixadas no prédio da Administração, já na década de 40 o primeiro coreto
ali construído foi demolido. E na mesma década foi construído outro, porém sem
muita mudança arquitetônica. Inclusive o traçado das vielas da praça continuou
sendo o mesmo. Ainda na década de 50 esse coreto foi outra vez demolido e
novamente construído outro, que ali permaneceu até o final da década acima
citada.
Conforme afirmei acima não
sou nenhum “expert” em história piresina e nem me atrevo a tanto. Mas tive a
grata oportunidade de encontrar um jornal denominado NOSSA FOLHA (que os mais
antigos devem se lembrar) e que publicou uma extensa e excelente matéria a
respeito dessa praça desde os seus primórdios. Evidentemente que não vou
transcrever todo o conteúdo, mas é impressionante como a matéria é atual.
É como se o autor a tivesse
escrito nos dias de hoje. O periódico já não existe mais. O seu fundador foi o
Sr. Jucelino Siqueira e o Diretor Editorial o Sr. Jacy Siqueira, importante
poeta e escritor piresinos. Esse exemplar encontrado foi o de nº 2, ano I,
datado de 15 de junho de 1990, Sexta-feira.
Já se vão longos anos e ao
ler a matéria na pág. 3, habilmente redigida pelo renomado Jacy Siqueira,
podemos notar que a praça central de nossa cidade sempre foi motivo de
controvérsias. Com certeza os habitantes daquela época também não gostaram das
modificações do coreto e da própria praça. O desgosto ainda persiste nos dias
de hoje. Tem gente que está gostando e aplaudindo a reforma da praça, outros não.
Há quem invoque a tradição, como é o meu caso. O escritor Jacy Siqueira, do
alto de sua sapiência, registra os primórdios da construção da praça:
“… Nos primeiros tempos da
cidade, Dª Rosalina Sampaio, mulher do fundador Lino Teixeira Sampaio, destinou
a área para a construção de uma igreja de invocação de Nossa Senhora da Abadia,
sua santa de fé. Aí chegou a ser construída uma capela, que por vários anos
ficou inacabada e veio a ser demolida por iniciativa do Dr. Cavalcanti, o
primeiro médico residente em Pires do Rio…Os tijolos retirados da extinta
capela foram aproveitados num cemitério, que já não existe”.
Continuando: “… Quando
assumiu a Prefeitura de Pires do Rio, o Dr. Joaquim Câmara Filho
(1º/jun.1932-31/mar.1934) optou por construir um jardim público (como se dizia
na época) na área doada por Dª Rosalina Sampaio para a Igreja. Assim começou a
nascer à praça que por muitos anos foi denominada Marechal Floriano, hoje Praça
Gaudêncio Rincon Segóvia, a principal e mais antiga da cidade de Pires do Rio.
Nos anos 40, sendo Prefeito
Municipal o Dr. Taciano Gomes de Melo, a nossa praça foi toda cercada de arame
farpado para que pudesse ser ajardinada. Foram plantadas as palmeiras, das
quais poucas ainda existem, os “fícus” de folhas miúdas, as roseiras e grama e,
quando aberta ao público, uma “dama da noite” deixava o seu perfume ir longe,
atraindo as pessoas. Acompanhando o passeio, bancos retos e sem encosto sob as
sombras das buganvílias e cercados por “fícus”, na área interna bancos com
encostos, oferta dos comerciantes da época, que os mais velhos buscavam fugindo
das tardes quentes do verão, distraídos em longas conversas.
Seguindo a transcrição da matéria, observem a
manifestação poética do autor: “… Ali pelas 17 horas chegavam às mães com
seus filhos e os pequenos corriam livres pela praça, vivendo a alegria do
espaço pejado de verde, sombra e frescor, enquanto umas mulheres liam romances
e outras conversavam por vezes se ouvia um grito de chamamento ou de chamada.
Mais tarde, depois do jantar, as moças aos pares ou de três ou quatro, os
braços dados, passeavam no sentido anti-horário e os rapazes aos grupos junto
ao meio-fio ou nos bancos apreciavam as belas que passavam. Os flertes, os
recados, os bilhetes e quantos namoros assim ali não principiaram? Quantos
piresinos ali sentiram o despertar do amor, ali não sofreu por amor, roubado ou
ganhado o primeiro beijo! Quantos namoros ali começados, quantos casamentos ali
combinados!”
Ah! Que época romântica… Que
saudade desse tempo que não volta mais. O passado e a saudade na verdade são
fragmentos de vida por nós vividos e que perduram enquanto o sangue circular em
nossas veias. Por tudo isso um filme passa em nossas mentes… A Churrascaria
Varanda… O Cine Teatro Eleusis… Os bailes e “festocas” no Turunas da
Mata… A mesma praça… O mesmo banco.
Dando continuidade, vejam o
que o escritor Jacy Siqueira escreveu: “… Vieram os anos 60 e com ele uma
febre estranha de duvidosa modernidade. Ao ronco e à violência de trator de
esteira tombaram os “fícus”, foram arrancadas as buganvílias e várias
palmeiras, retiraram os bancos que hoje algumas pessoas guardam com carinho,
abriram-se crateras enormes e a praça parecia mais um campo de guerra que
sofrera pesado bombardeio. Depois… depois cobriram tudo com um túmulo, como
se túmulo encerrasse o passado. Os automóveis ganharam dois estacionamentos, mas
o povo ficou sem o passeio. Na verdade o povo fugiu da praça porque sentiu que
a cidade morreu um pouco, Pires do Rio ficou sem seu cartão de visita, perdeu
sua carteira de identidade, desapareceu a mais bela Praça de quantas em Goiás
existiam e ainda existem”.
A matéria do Sr. Jacy
Siqueira ainda menciona fatos a respeito do começo da INVASÃO da praça por
“pit-dogs” e banca de revistas, a respeito até de um “pit-dog” que virou um bar
com televisão e que só faltava mictório para ficar completo. Fala também sobre
a ação do Prefeito da época que, preocupado com o que se poderia tornar aquele
local, determinou a retirada de todos os “pit-dogs”, boteco e banca de
revistas, mas que no frigir dos ovos alguns vereadores impediram. O autor
termina sua matéria perguntando, assim como perguntou o poeta mineiro Carlos
Drummond de Andrade: “E agora, José?”.
Com essa “febre estranha de
duvidosa modernidade” a atualidade dessas questões é impressionante. Ainda a
pouco vimos não tratores de esteira, mas pás carregadeiras tentando demolir um
dos poucos patrimônios históricos de nossa cidade, ou seja, o espelho d’água da
fonte sonoro-luminosa, que ao ser visto do alto se parecia com o traçado do
mapa do Estado de Goiás. Observamos também com indignação e tristeza a derrubada
de várias árvores, algumas ali plantadas há muitos anos. Pouco a pouco, com o
passar dos anos aquela época de romanticidade vai se definhando como uma planta
que não é regada. A “dama da noite” não exala mais aquele perfume contagiante e
quiçá poucos namoros ou poucos casamentos são ali combinados.
O quê vemos hoje? Brigas,
desentendimentos, discussões, arrastões… Uma praça que está sendo reformada, mas que está sendo ao longo dos anos,
DESCARACTERIZADA. A praça central está perdendo seu sentido mais amplo, ou
seja, um local aprazível para descanso, conversas sóbrias, encontros. O espaço
para os transeuntes vai sendo pouco a pouco adulterado, pois virou local para
comércio. Aliás, esse tipo de coisa, como disse uma amiga minha já se tornou
lugar comum na maioria das cidades. Hoje é impossível conter essas desmesuradas
agressões.
Outro detalhe que observamos
naquela praça é a diminuta arborização. O pouco que ainda restava está sendo
gradativamente derrubado. Os motosserras têm desempenhado e bem o seu papel! O
que se espera realmente é que o órgão responsável faça um replantio amplo,
geral e irrestrito e o principal, com espécies de árvores adequadas para o
local. Afinal, plantar é preciso. Outra coisa que se espera também tão logo a
reforma seja concluída é a não autorização para eventos em que há a necessidade
de se perfurar o calçamento.
Entendemos que as praças
públicas são tradicionais e que devem ser preservadas, a não ser quando há a
necessidade premente de algum reparo. Uma praça conhecida, a de Ipameri, sempre
foi muito bem arborizada e que nunca foi alterada. O coreto lá ainda é o mesmo.
A de Urutaí também sempre foi aquilo lá, inclusive o coreto. A praça principal
de Catalão, na Av. 20 de Agosto, ainda é a mesma, com o mesmo traçado e o mesmo
coreto. Isso sem mencionar outras praças da região. A nossa… coitada! Está
pedindo socorro, pois volta e meia é agredida por reformas que só
descaracterizam o local.
Mas, como piresinos que
somos e que amamos essa terra, só nos restam esperar e desejar que a Praça
Central Gaudêncio Rincon Segóvia (por falar nisso, por onde anda o busto do Sr.
Gaudêncio?) que era uma das mais lindas de Goiás, volte a ser um lugar
aprazível e onde a esperançosa população e as famílias piresinas tão carentes
de diversão e opções de lazer, possam desfrutar da “alegria do espaço pejado de
verde, sombra e frescor”, como disse o escritor Jacy Siqueira.
Profissão
ainda precisa de auxílio financeiro e regulamentação.
Os sonhos frequentes com nascimento de bebês conduziram Naoli Vinaver, de 54
anos, para os caminhos da chamada parteria tradicional. A profissão milenar
comemorada nesta segunda-feira (20) tem atraído o interesse de mulheres em todo
o país.
Embora seja a única alternativa em diversos municípios, o parto normal e
domiciliar auxiliado por parteiras ainda é cercado de mitos e desinformação.
Para reverter esse cenário, mulheres que atuam na área buscam regulamentação e
visibilidade para se consolidar como alternativa segura e natural.
A parteira Naoli cresceu na área rural de San Andres Tlalnelhuayocan, estado
de Veracruz, no México, e alia o conhecimento biomédico às práticas
tradicionais, como aplicação de massagens para aliviar as dores do parto e o
uso de chás com plantas medicinais. Ao longo de 40 anos de atividade, mais de
1,6 mil crianças já nasceram por meio de suas mãos.
“Durante três meses fiquei sonhando com partos e todos eles eram mulheres parindo, os bebês nascendo e eu ajudando. Os partos vinham com muitos detalhes, como se eu estivesse assistindo uma televisão e eu tinha que ajudar a essa mãe e esse bebê a um nascimento bem-sucedido. Depois dos sonhos, eu tinha que correr para biblioteca e começar a ler para entender o que eu tinha sonhado em um nível de fisiologia, anatomia, compreensão dos processos dos partos”, conta.
Segundo Naoli, nos casos em que atua, a taxa de transferência de mães e
bebês para o hospital está abaixo de 2% – semelhante ao registrado pelas
parteiras japonesas, consideradas referência no assunto. “Não conto com nenhuma
morte materna, nenhuma morte de recém-nascido que não fosse por malformação
incompatível com a vida, nenhum bebê morreu na minha mão. Eu me considero bem
vinculada com a energia vital, de atrair a vida, de cuidar da vida”, diz.
Em geral, a gestante que opta pelo parto domiciliar com parteiras também faz
o acompanhamento com a profissional. Segundo Naoli, o pré-natal inclui toda
avaliação padrão, como acompanhamento de pressão sanguínea da mãe, crescimento
do bebê, altura uterina, auscultação dos batimentos cardíacos do bebê. Há casos
em que a gestante mantém as consultas regulares com médico obstetra.
As consultas com as parteiras, em sua maioria, são realizadas no local onde
a gestante fará o parto, se estendem ao período após o nascimento do bebê e
incluem o auxílio para amamentação. Quando é identificado risco para mãe ou
bebê, o parto domiciliar pode ser descartado.
“É importante que a mulher entenda que biologicamente foi feita numa perfeição para engravidar, parir e maternar. Então, ela tem que reconectar, limpar preconceitos e medos culturais de que ela não é capaz, de que ela não é completa, de que o parto é perigoso. Isso é importantíssimo. A segurança vem do conhecimento, da informação e da conexão dela com o próprio bebê, com os processos do próprio corpo”, destaca.
Para Clarice Andreozzi, de 44 anos, ser parteira tradicional foi um chamado
divino, uma missão espiritual. Há 22 anos ela atua na área e já trouxe ao mundo
262 bebês. A decisão, segundo ela, ocorreu após sofrer violência obstétrica em
sua primeira gestação. “A minha experiência de maternidade e pós-parto me
colocou no apoio às mulheres. Por toda a violência que eu sofri durante o
parto, no trabalho de parto. Uma gestação com pouca informação e um parto de
muito desamparo e muita dificuldade me fez com que eu tivesse o desejo de
acolher, pelo menos, as mulheres que estavam próximas a mim para que elas não
sofressem como eu sofri”, conta.
Formada em biologia, a parteira associa conhecimentos técnicos e a
espiritualidade para aliviar dores e facilitar a chegada de crianças ao mundo.
“Uso muitas ervas durante os partos, banhos de assento e trabalho muito com a
esfera da fé, o que a parteria tradicional acrescenta, que são os usos das
ervas, das orações. Alio essa parte da parteira tradicional com o conhecimento
da técnica para garantir que o trabalho de parto está desenvolvendo bem”,
descreve. “Não tem nada mais gratificante, não tem preço e nem como valorar a
grande dádiva de ver bebê chegando de uma maneira harmônica. Cada bebê que eu
tenho prazer de receber em minhas mãos é uma benção”, acrescenta.
Segundo Clarice, a mulher que opta pelo parto natural tem que buscar
informações. “É necessário ter muita consciência do seu corpo, um pré-natal
muito bem feito, alimentação boa, estar consciente”, esclarece.
No Distrito Federal, o acompanhamento por uma parteira tradicional varia de
R$ 5 mil a R$ 10 mil. O valor é negociado conforme as condições financeiras das
gestantes e inclui tanto o período pré-natal, quanto parto e o atendimento após
o nascimento do bebê. O trabalho também pode ser remunerado por meio de trocas
– tanto de serviços como bens.
Cenário
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 140 milhões de
nascimentos acontecem todos os anos, a maioria sem complicações para mulheres e
bebês. A organização considera como “razoável” o índice de 15% dos nascimentos
por meio de cesárias. No Brasil, 55,6% do total de partos realizados anualmente
são cirúrgicos.
Para reverter esse cenário, a Agência Nacional de Saúde (ANS) realiza uma
campanha voltada para gestantes e profissionais de saúde sobre os riscos da
realização de cesáreas desnecessárias. Um dos objetivos da campanha é reduzir
as altas taxas de cesarianas no país e também melhorar a experiência da
maternidade para mães e bebês.
A aprendiz de parteira Mariana Almeida, de 33 anos, atua há seis anos na
área para assegurar que mulheres possam escolher o parto domiciliar de forma
segura e evitar aumentar as estatísticas brasileiras de partos por cesárias de
forma desnecessária. Com apoio de ferramentas da medicina chinesa, como
acupuntura, ervas e oráculos, Mariana afirma que “auxilia na comunicação do
ventre e coração”.
“O parto não se resume apenas ao momento do nascimento, é necessária uma rede
de apoio e atenção à mãe e bebê nas primeiras semanas, que são fundamentais
para o desenvolvimento humano. Parto é um evento em comunidade, muitas funções
estão envolvidas e ocupo hoje lugares orgânicos de acordo com a necessidade de
cada família”, afirma.
Segundo Mariana, é preciso assegurar que o parto domiciliar seja realizado
em segurança. “[É gratificante] ver o quão revolucionário é para a vida da
mulher e para o desenvolvimento de seu bebê passar por uma gestação, parto e
pós-parto, de forma respeitosa, com informação de qualidade, baseada na vida e
não na doença, com seus direitos preservados, com autonomia sobre seu corpo e
seu bebê. É ver a sabedoria que nos antecede tomando seu lugar de volta”,
ressalta.
Possibilidade de escolhas
Segundo a ANS, o parto normal favorece o vínculo do bebê com a mãe,
fortalece o sistema imunológico e melhora o ritmo cardíaco e o fluxo sanguíneo
do bebê, além de favorecer o aleitamento e promover uma recuperação pós-parto
mais rápida e menos dolorosa para a mãe.
A musicista e professora Valéria Lehmann Cavalcanti, de 35 anos, espera seu sexto filho e, pela sexta vez, deve realizar o parto em casa. Com gestações de baixo risco, quatro dos seus filhos vieram ao mundo com a ajuda de uma parteira tradicional.
“Às vezes, as pessoas acham que é falta de conhecimento [a escolha pelo
parto normal], pelo contrário. Depois de estudar muito sobre o assunto, decidi
por isso. Vi que era o mais adequado, o mais correto para a minha situação,
porque não era uma gravidez de risco. Avaliando todas as evidências e pesquisas
médicas, vi que é melhor do que ir para um hospital”, conta.
De acordo com a OMS, geralmente, um primeiro trabalho de parto não se
estende além de 12 horas. Trabalhos subsequentes geralmente não se estendem
além de 10 horas.
“O meu primeiro [trabalho de parto] foi o que mais demorou. Foram oito horas
de trabalho de parto e aí depois só foi diminuindo o número de horas nas outras
gestações. Achei muito bom poder estar livre em casa, na posição que eu
quisesse, com meu marido, em um ambiente totalmente confortável para mim. [Um
dos meus filhos] nasceu no chuveiro. Cada filho nasceu em um canto da casa”,
lembra. “A melhor experiência que tive foi em uma piscina comprada
especificamente para o parto. A água alivia muito a dor. O quarto filho foi tão
rápido que não deu nem tempo de entrar na piscina”, completa.
Assim como Valéria, a psicóloga Marília Tomé, de 33 anos, também optou pelo
parto natural e teve seu filho, o pequeno Tito, de 5 meses, em uma casa de
parto particular, em Brasília. A casa tem estrutura hospitalar com o
acompanhamento de obstetras e doulas.
“Não queria nenhuma intervenção médica desnecessária no meu corpo ou no
corpo do meu bebê, entendendo que o parto natural é um evento biológico natural
da mulher, quando não há nenhum problema de saúde com a mulher ou com o bebê,
pode acontecer sem nenhuma intervenção medicamentosa ou hospitalar”, explica.
“Em um hospital, existe um protocolo de intervenções onde algumas são
desnecessárias e agressivas para o bebê, e a mãe tem pouca participação nessas
decisões, muitas vezes até sobre as posições mais confortáveis para parir e
aliviar as contrações”, completa.
Regulamentação da profissão
Atualmente, tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei (PL) que
regulamenta a profissão das parteiras tradicionais. De autoria do deputado
Camilo Capiberibe (PSB-AP), a proposta prevê qualificação básica de parteira
tradicional, pelo Ministério da Saúde ou por secretarias estaduais de Saúde,
além do pagamento de um salário mínimo.
O PL 912/19 estabelece ainda que o Sistema Único de Saúde (SUS) fornecerá às
parteiras tradicionais todos os equipamentos, os instrumentos cirúrgicos e os
materiais de consumo necessários à adequada prestação dos serviços. Além disso,
determina que a parteira deverá encaminhar a gestante ou a parturiente para
avaliação médica quando for constatada gestação ou parto considerado de alto
risco.
“Utilizando-se de suas mãos, de uma bacia com água e de uma tesoura ou
material cortante, fazem o parto de acordo com as condições encontradas no
local: à luz de vela, de lamparina ou, até mesmo, de fogueira. Dirigem-se à
casa da grávida a pé, a cavalo, de bicicleta, da forma que for possível. E se
não fosse pela atuação dessas mulheres resolutas, não temos dúvidas de que a
mortalidade materna e perinatal apresentaria números muito maiores”, avalia o
autor da proposta, deputado Camilo Capiberibe.
Segundo o parlamentar, estima-se que existam mais de 60 mil parteiras em
atuação no Brasil, sendo 45 mil nas regiões Norte e Nordeste. No Estado da
Bahia, conforme cálculo da Rede Nacional de Parteiras Tradicionais, haveria
entre 7 mil e 8 mil. No Pará, 6 mil, no Tocantins, em Mato Grosso e em Minas
Gerais, mais de 5 mil. Elas são responsáveis pela realização de 450 mil partos
todos os anos.
“Mesmo diante da expressividade dos números apresentados, verificamos que as
parteiras ainda trabalham em condições muito aquém das desejadas. Isso deve-se,
em grande parte, ao preconceito com que a categoria é vista, sendo evidente a
resistência que determinadas corporações profissionais oferecem à disseminação
do parto humanizado”, argumenta Capiberibe.
Data
O Dia da Parteira Tradicional foi incluído no calendário nacional em 2015. A
data tem como base a comemoração celebrada no estado do Amapá, que já
homenageava a categoria em 20 de janeiro. A data é o aniversário da
parteira tradicional mais antiga de Macapá, Juliana Magave de Souza. Nascida em
1908, ela teria realizado cerca de 400 partos.
Atualmente, o Ministério da Saúde define como parteira tradicional a
profissional que presta assistência ao parto domiciliar baseada em práticas
tradicionais e é reconhecida pela comunidade como parteira.
Segundo a pasta, o Programa Trabalhando com Parteiras Tradicionais recolocou
a melhoria do parto e nascimento domiciliar assistidos por parteiras
tradicionais na pauta de discussão com estados e municípios, como uma
responsabilidade do SUS e uma atribuição da Atenção Primária à Saúde.
Essas profissionais não são remuneradas pelo governo federal. A pasta informou que, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), realiza capacitação de parteiras tradicionais no estado do Amazonas, região onde a prática é bastante estabelecida. Até o momento, 416 parteiras tradicionais foram capacitadas.
Brasília: Mariana Almeida, que está estudando para ser parteira. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)