Criança
de 2 anos esteve na China.
O Brasil tem, atualmente, apenas um caso suspeito do novo coronavírus
(Covid-19). Trata-se de uma criança de 2 anos de idade, em São Paulo,
considerada suspeita desde ontem (19) por ter um histórico de viagem à China,
mas não à Wuhan, o epicentro da contaminação. A informação foi dada por
representantes do Ministério da Saúde, na tarde de hoje (20), em Brasília.
O ministério, no entanto, continua atento ao surto ocorrido na China e
trabalha com a possibilidade de aumento dos casos suspeitos, principalmente a
partir do final de abril, quando as doenças respiratórias começam a aparecer no
país.
De acordo com o secretário de Vigilância em Saúde do ministério, Wanderson
de Oliveira, existe uma série de circunstâncias que freiam o aparecimento de
vários casos suspeitos, como a quarentena imposta na China, o fato do Brasil
estar no verão e não termos voos diretos para aquele país. Mas um aumento não é
descartado.
“Não quer dizer que não possa aumentar. Podemos ter mudanças de definição de
casos no futuro se um outro país entrar como área e transmissão ocidental. É
muito dinâmico e prematuro dizer que vai continuar baixo”, disse.
Segundo o ministério, os exames têm sido feitos com maior celeridade e, com
isso, casos considerados suspeitos são descartados rapidamente e sequer entram
no balanço diário da pasta.
Ainda não existe nenhum caso confirmado na América do Sul. Até o momento,
75.778 casos foram contabilizados no mundo, conforme dados da Universidade
Johns Hopkins, dos Estados Unidos. Só a China reúne 74,5 mil casos.
Curas e idosos
O Ministério da Saúde tem acompanhado o crescente número de pessoas curadas,
sobretudo na China. Atualmente, são 16.882 curados. Segundo o Wanderson de
Oliveira, tratamentos específicos têm sido testados, mas as curas estão
ocorrendo “de forma espontânea”.
“Essas curas estão ocorrendo, quase que a totalidade delas, de forma
espontânea. É o organismo da pessoa. Mais de 80% dos casos na China são de
moderados a leve. Isso não quer dizer que foi um tratamento específico que
curou aquelas pessoas e sim o tratamento sintomático, o isolamento, [o uso de]
respiradores, ou seja, toda uma conduta para evitar que essas pessoas
evoluíssem para casos graves e óbitos”.
Outra tendência verificada é a letalidade maior em idosos. Se em crianças e
adultos até cerca de 40 anos de idade o número de mortes beira o zero, a partir
de 60 anos de idade essa curva aumenta rapidamente, chegando a 15% de mortes
entre pessoas de 80 anos de idade. “Os casos graves e de óbito na China estão
totalmente concentrados em pessoas acima de 60 anos de idade. Isso é importante
para nós nos prepararmos para o caso de haver a situação do vírus no Brasil. A
nossa preocupação terá que ser preferencialmente os idosos”, disse o
secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo.
Edição: Fernando Fraga
Publicado em 20/02/2020 – 18:11 Por Marcelo
Brandão – Repórter da Agência Brasil – Brasília