Está proibida a circulação nas ruas durante
60 horas
Das 12h de hoje (21) até 23h59 da próxima terça-feira (23), a
cidade de Araraquara, no interior paulista, está em lockdown,
com proibição de circulação nas ruas. O objetivo é tentar frear a disseminação
de novas cepas do coronavírus que circulam no município. Araraquara fica a 270
quilômetros (km) da capital paulista, com população estimada em 238, 3 mil
pessoas.
Os leitos de enfermaria e de unidade de terapia intensiva (UTI) operam com
ocupação total nas unidades de saúde do município e próximo do limite em toda a
região. De acordo com a prefeitura, houve também aumento expressivo de
contaminações e complicações da doença em pacientes mais jovens.
A quantidade de mortes por covid-19 em Araraquara dobrou em fevereiro (em
apenas 19 dias) em relação ao mês de janeiro inteiro, quando 24
pessoas morreram em decorrência da doença. Neste mês, quando a cepa de Manaus
foi detectada, foram 2.633 novos casos e 51 óbitos, sendo 21 na última semana.
No total, o município registrou 171 mortes decorrentes de covid-19 desde o
início da pandemia, no ano passado.
De acordo com o boletim epidemiológico deste domingo, mais 217 novos casos
da doença foram registrados, totalizando 13.454 casos. Hoje, 218 pacientes
estão internados, sendo 63 em UTI.
Por isso, no dia 15 de fevereiro, entrou em vigor um decreto municipal
endurecendo as medidas de isolamento social e, na sexta-feira (19), a
prefeitura editou novo documento aumentando as restrições de circulação. A
partir de quarta-feira (24), a cidade retorna à fase vermelha do plano São
Paulo, com as mesmas medidas estabelecidas no decreto anterior, com o
funcionamento de serviços essenciais até as 20h.
Na justificativa do novo decreto, a prefeitura elenca a circulação da nova
cepa de Manaus em Araraquara, o aumento expressivo de casos, internações e
óbitos, o iminente colapso no sistema de saúde e o índice insatisfatório de
isolamento social alcançado pelo município desde o dia 15, por volta de 40%.
Restrições durante lockdown
No período de lockdown (de meio-dia
de domingo até terça-feira), fica proibida a circulação de
veículos e de pessoas na cidade. Será permitido sair de casa apenas para
aquisição de medicamentos, obtenção de atendimento ou socorro médico para
pessoas ou animais, atendimento de urgências ou necessidades inadiáveis ou
prestação de serviços permitidos pelo decreto.
Quando abordadas pela fiscalização, as pessoas deverão apresentar, além do
documento de identificação: nota fiscal da compra ou prescrição médica do
medicamento adquirido ou a ser adquirido; atestado de comparecimento na unidade
de saúde; carteira de trabalho, contracheque, contrato social de empresa que
seja sócio, declaração de terceiro com identificação do indivíduo, do
declarante e do endereço da prestação dos serviços; tíquete ou imagem da
passagem (no caso de transporte intermunicipal); ou comprovação da urgência ou
da necessidade inadiável por qualquer meio ou declaração.
Estarão proibidas todas as atividades comerciais incluindo postos de
combustível, supermercados (estes só por delivery),
de prestação de serviços (inclusive agências bancárias) e industriais, seja
atendimento presencial ou para a prática de atividades internas, externas,
produtivas, de manutenção, de limpeza ou outra de qualquer natureza, exceto
segurança.
O transporte coletivo também não circulará e postos de combustível poderão
atender exclusivamente para abastecimento dos serviços públicos municipais,
estaduais e federais, inclusive Polícia Militar.
Serão permitidas somente as atividades de segurança privada; as atividades
industriais cuja paralisação acarrete danos à estrutura do estabelecimento, a
equipamentos e máquinas, além de perda de insumos, devendo ser implementada a
máxima redução possível da produção e do número de funcionários; a prestação de
serviço de transporte individual de pessoas e animais por empresas,
cooperativas ou por pessoas, inclusive através de aplicativos de transportes; a
atividade de entrega em domicílio (delivery)
exclusivamente por supermercados, desde que o estabelecimento permaneça com as
portas fechadas e opere com até 30% de seus funcionários.
Ficarão suspensos os serviços públicos municipais, estaduais e federais,
incluindo o atendimento ao público. Porém, continuarão funcionando os serviços
de saúde, de segurança, de justiça de urgência, de fornecimento e tratamento de
água, de energia elétrica, de saneamento básico, de coleta de lixo orgânico, de
telecomunicações, de assistência social, serviços funerários, cemitérios, de
segurança alimentar e os serviços administrativos que lhes deem suporte.
Edição: Claudia Felczak
Publicado em 21/02/2021 – 14:07 Por Andreia
Verdélio – Repórter da Agência Brasil – Brasília