terça-feira, dezembro 9, 2025
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PGR pede íntera de gravação de reunião ao STF

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Aras alega que medida é necessária para orientar oitivas de ministros.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, enviou hoje (9) ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedido para receber a íntegra da gravação da reunião entre o presidente Jair Bolsonaro, o vice-presidente Hamilton Mourão, ministros e presidentes de bancos públicos realizada no dia 22 de abril no Palácio do Planalto. A reunião foi citada pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro, em depoimento à Polícia Federal (PF), na semana passada, sobre a suposta tentativa de interferência do presidente Jair Bolsonaro em investigações da PF. O presidente nega.

Na manifestação enviada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao relator do inquérito, ministro Celso de Mello, Aras alega que a medida “é igualmente necessária para orientar a autoridade policial e os procuradores da República auxiliares nas oitivas que serão iniciadas na manhã de 11 de maio de 2020, segunda-feira”.

Celso de Mello recebeu a cópia da gravação na noite de sexta-feira (8). O registro da reunião foi solicitado pelo decano, que determinou que a mídia seja mantida em segredo de Justiça.

No despacho proferido na terça-feira (5), Celso de Mello pediu a cópia da gravação à Secretaria-Geral e à Secretaria de Comunicação da Presidência da República ao atender o pedido de diligência feito pela PGR no inquérito que apura as declarações do ex-ministro. As imagens da reunião foram entregues pelo advogado-geral da União, José Levi do Amaral, em um HD externo. De acordo com documento que comprova a entrega, a mídia “contém o inteiro teor, sem qualquer edição ou seleção de fragmento” da gravação da reunião.
 
Durante a semana, a Advocacia-Geral da União (AGU) defendeu restrições ao envio da gravação. Na primeira petição, a AGU pediu que a entrega fosse revogada “pois nela foram tratados assuntos potencialmente sensíveis e reservados de Estado, inclusive de Relações Exteriores, entre outros”. No dia 7, o órgão pediu que o ministro também analisasse a possibilidade de entregar somente uma parte da gravação da reunião. A AGU solicitou que seja definida a cadeia de custódia, ou seja, por quais órgãos o vídeo deve passar até que seja periciado.

Edição: Bruna Saniele

Publicado em 09/05/2020 – 19:35 Por Pedro Peduzzi – Repórter da Agência Brasil – Brasília

A volta da CPMF é sonho do Ministro da Economia!

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A equipe econômica do governo Bolsonaro voltou a discutir a redução da tributação sobre os salários e a queda da arrecadação por causa do coronavírus! A solução? Adivinha! A volta da CPMF de roupa nova! A volta da CPMF é sonho do Ministro da Economia!

Os depósitos em poupança superaram os saques em 30,4 bilhões de reais em abril, melhor resultado para um mês desde o início da série histórica, em 1995! Qual é o “milagre”? São dois: as quedas na Bolsa de Valores e depósitos de parte do auxílio emergencial em contas poupança!

A caminhada da insensatez: o Presidente Bolsonaro, ministros e alguns empresários foram caminhando ao STF para apelar pra redução das medidas restritivas contra o coronavírus! O Presidente da corte foi educado, e só! Adaptando  um antigo bordão: “economia é o que interessa, saúde não tem pressa”! Mais um episódio pra se esquecer!

O Banco do Brasil teve lucro de 3,2 bilhões de reais no primeiro trimestre, queda de 20% comparado com o primeiro trimestre de 2019! O motivo também foi uma provisão para devedores duvidosos de 2,04 bilhões! As perdas previstas vão acontecer mesmo? Há sérias dúvidas!

Algumas autoridades brasileiras deveriam ouvir o conselho do presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID: os países deverão se endividar e gastar para preservar empregos e vidas! Escuta ele Sr. Presidente da República e Sr. Ministro da Economia!

O Presidente Bolsonaro publicou Medida Provisória que libera 5 bilhões de reais para financiar empresas da área de turismo! 80% dos recursos irão para empréstimos a micro, pequenas e médias empresas! Medida acertada!

Estados e Municípios estão precisando de dinheiro pra investir no combate à pandemia do coronavírus? Se estiverem, é bom saberem que tem mais de 2 bilhões de reais para isto destinados a eles por emendas parlamentares parados no Ministério da Saúde! Fica a dica!

Surpresa pra alguém? O deputado do centrão que indicou o nome do novo diretor do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca – DNOCS para o Presidente Bolsonaro foi alvo de ação da Polícia Federal por suspeição de integrar esquema ilícito justamente no setor de infraestrutura! Como já escrevemos: nada mudou!

Fiocruz orienta sobre higienização correta para evitar covid-19

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Uma das formas de contágio é o contato com superfícies contaminadas.

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por meio do Setor de Saneantes do Departamento de Microbiologia do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), orienta sobre a limpeza e a desinfecção correta dos utensílios e ambientes, como forma de evitar o novo coronavírus.

Uma das formas de contágio do coronavírus é o contato com superfícies e objetos contaminados (como celulares, mesas, maçanetas, brinquedos, teclados de computador etc.) e também com pessoas doentes, pelo contato de mão, gotículas de saliva, espirro, tosse. A chefe do Setor de Saneantes da fundação, Bruna Sabagh, explica como a população deve proceder.

Segundo ela, no caso de utensílios e objetos, a limpeza com água e sabão é considerada eficiente para a descontaminação. Quando essa limpeza não é possível, é necessário então o uso de desinfetantes. Entre os desinfetantes que podem ser utilizados estão álcool etílico, nas formas de líquido e em gel a 70%, hipoclorito de sódio, quaternários de amônio e compostos fenólicos.

Além da desinfecção e limpeza das superfícies e objetos,  Bruna Sabagh  ressalta a orientação do Ministério da Saúde com os cuidados que se deve ter ao chegar da rua.

“A recomendação é que as pessoas não saiam de casa, fiquem em afastamento social. Em casos de extrema necessidade, no entanto, pessoa deve, ao chegar da rua, tirar os calçados e limpá-los em um local separado em casa, lavar as mãos com água e sabão, trocar a roupa e lavá-la imediatamente e, em seguida, tomar banho”.  De acordo com Bruna, também é recomendável “que sejam higienizados os objetos que levou para rua, como carteira, chaves e celular, bem como os que trouxe dela, como sacolas de compras”.

Cientistas dos Estados Unidos, de universidades e do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) desenvolveram o estudo Aerosol and surface stability of HCoV-19 (SARS-CoV-2) compared to SARS-CoV-1, identificando a sobrevida do vírus em várias superfícies: aço inoxidável, três dias; plástico, três dias; papelão, um dia; cobre, quatro horas. Por isso, a desinfecção e limpeza devem abranger todos os locais que podem estar com o coronavírus presente, incluindo o chão, as maçanetas, o corrimão, os interruptores de luz, as superfícies de móveis, chaves e embalagens de produtos.

Edição: Graça Adjuto

Publicado em 09/05/2020 – 16:14 Por Douglas Correa – Repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro

Covid-19: combinação de antivirais pode ajudar recuperação

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Conclusão é de estudo feito por pesquisadores em Hong Kong.

Uma combinação de três medicamentos antivirais, em conjunto com um impulsionador do sistema imunológico, pode ajudar alguns pacientes com covid-19 a melhorar mais rapidamente da infecção. A conclusão é de um estudo feito por médicos em Hong Kong.

Kwok-Yung Yuen e colegas da Universidade de Hong Kong têm testado os medicamentos ritonavir e lopanivir, habitualmente usados em pacientes com HIV, juntamente com o antiviral ribavirin e outra medicação utilizada em doentes com esclerose múltipla.

Os pacientes submetidos a esses testes tinham sintomas ligeiros ou moderados e foram tratados sete dias depois de teste positivo para a covid-19. De acordo com os pesquisadores, a combinação de medicamentos fez com que os infectados se sentissem melhor após quatro dias. Os médicos acrescentaram que os efeitos colaterais foram muito poucos.

Além disso, os pacientes que receberam esse coquetel de medicamentos tiveram teste negativo para a covid-19 depois de sete dias de tratamento, em média. Aqueles que receberam apenas os medicamentos para o HIV e não os restantes, tiveram teste negativo após 12 dias.

“A tripla terapia antiviral foi segura e superior à administração de apenas ritonavir e iopanivir, conseguindo aliviar sintomas e encurtar a disseminação do vírus no corpo, reduzindo ainda o tempo de internamento dos pacientes com sintomas ligeiros a moderados”, diz o estudo publicado na revista científica Lancet.

Atualmente, o único medicamento autorizado para o tratamento de doentes com covid-19 é o antiviral remdesivir, que também tem ajudado na recuperação. Muitos hospitais queixam-se, porém, de não terem acesso a esse remédio.

Peter Chin-Hong, médico que cuida de pacientes com covid-19 na Califórnia, acredita que o estudo oferece esperança na luta contra a pandemia. “A investigação é muito refrescante porque nos diz que o remdesivir não é o único medicamento que existe e que pode haver outras opções disponíveis”, afirmou.

“Esses medicamentos têm longo histórico de segurança”, explicou. “Talvez possamos usufruir deles enquanto não houver uma solução mágica”.

Muitos grupos de cientistas estão, neste momento, testando combinações de medicamentos que possam ser eficazes contra a covid-19, apesar de todos concordarem que essa não será uma cura para a doença.

“Com a covid-19, não temos o luxo do tempo”, considerou Chin-Hong. “Esse é um dos casos em que estamos a ensinar novos truques a velhos medicamentos. Não temos tempo para produzir racionalmente um medicamento do início ao fim, porque a crise está ocorrendo agora. Temos de usar aquilo que já temos”.

O novo coronavírus já infectou quase 4 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais 274 mil morreram. O número de recuperados é agora superior a 1 milhão.

Publicado em 09/05/2020 – 15:05 Por RTP* – HONG KONG

ótima notícia: Pesquisadores da UFPB desenvolvem capacete com ventilação não invasiva

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Equipamento oferece oxigênio e pressão positiva sem intubação orotraqueal

Pesquisadores do Laboratório de Fabricação Digital (FabLab) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), no Centro de Energias Alternativas e Renováveis (Cear), no campus I, em João Pessoa, desenvolveram um capacete com ventilação não invasiva para pacientes em estado grave devido à infecção pelo novo coronavírus (Covid-19).

Segundo os pesquisadores, o vírus Sars-Cov-2, que provoca a doença, tem alta capacidade de disseminação por meio de aerossóis dispersados pelos doentes, sendo por isso desaconselhada a ventilação não invasiva de alto fluxo, que expõe os profissionais de saúde ao contágio.

Desse modo, o invento se apresenta como uma alternativa de tratamento clínico para a Covid-19, diante da escassez de aparelhos de ventilação no mercado e pode ser usado em pacientes com necessidade de suporte ventilatório, a fim de evitar intubações orotraqueais precoces.

Com a utilização do capacete, os pesquisadores pretendem disponibilizar uma alternativa de ventilação não invasiva, com geração mínima de aerossóis, possibilitando oferecer oxigênio e pressão positiva sem realizar a intubação orotraqueal, reduzindo, assim, as possíveis complicações geradas pela ventilação mecânica. De acordo com os pesquisadores, uma das principais causas de infecção hospitalar é a pneumonia associada à ventilação mecânica.

Conforme a equipe, uma vez constatada boa adaptação, é previsto o uso do capacete pelo paciente por até 15 dias. O projeto foi submetido nesta quarta-feira (29), ao comitê de ética do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW) da UFPB e à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Os pesquisadores solicitaram autorização para continuar o desenvolvimento do capacete e iniciar os testes com pacientes, segundo o coordenador do Laboratório de Fabricação Digital da UFPB, Euler Macêdo.

Devido à recomendação de utilização em pacientes que estejam lúcidos e acordados, o aparelho não precisa ser utilizado em leitos de UTI, em pouca oferta no país. “Também esse tipo de capacete reduz a contaminação do hospital, devido ao confinamento do paciente ao capacete”, explica Euler Cássio.

O protótipo desenvolvido pelos pesquisadores foi feito com um capuz manufaturado de PVC, anel fabricado com impressora 3D, membrana de vedação cervical adaptada de balão látex, conectores de saída e entrada de gases feitos com tubos de PVC.

Esta versão foi testada por meio da conexão do protótipo a um suporte ventilatório mecânico no dia 13 de abril, em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Universitário Lauro Wanderley da UFPB. Não houve intercorrências e foi constatada viabilidade.

O usuário submetido ao teste foi Alberto Filho, um dos desenvolvedores do capacete. Um segundo teste foi realizado no dia 22 de abril, no Hospital Alberto Urquiza Wanderley, da Unimed, em João Pessoa.

O professor Euler Cássio ressalta que, embora o processo de fabricação seja simples, a equipe ainda está em busca de parceiros que possam aumentar a capacidade de produção após a regulamentação pela Anvisa.

“Queremos produzir em massa, mas com nossa capacidade não temos como produzir muitas unidades”. Também atuam na inovação os pesquisadores Alberto Oliveira Filho, Eliauria Martins e Luiz Regis. Contatos devem ser realizados pelo fablab@cear.ufpb.br.

FONTE: Ascom/UFPB

Educação: entenda como serão o novo Saeb e o Enem Seriado

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Novo Sistema de Avaliação da Educação Básica será anual, diz Inep

A partir do ano que vem, estudantes do 1º ano do ensino médio de todas as escolas do país, públicas e privadas, farão a primeira prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) seriado. A nota, junto com o desempenho obtido posteriormente pelos estudantes no 2º e 3º ano, poderá ser usada para ingressar no ensino superior. 

O exame foi criado esta semana pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). A autarquia tornou o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) anual. A prova, que atualmente é aplicada de dois em dois anos a estudantes do 2º, 5º e 9º anos do ensino fundamental e da 3ª série do ensino médio, passará a ser feita por todos os estudantes do país, de todas as séries, a partir do 2º ano do ensino fundamental

O novo Saeb, será implementado aos poucos. O 1º ano do ensino médio será o primeiro a ser incorporado, em 2021. O Inep pretende também usar os resultados do exame não apenas para verificar a qualidade das escolas, como é feito hoje, mas para possibilitar o ingresso em universidades. Por causa da nova função, o Saeb aplicado aos estudantes do ensino médio ganhará um nome, Enem seriado. 

Nessa etapa, a prova será digital, feita em tablets, que serão distribuídos pelo Ministério da Educação. O conteúdo do Enem seriado deverá estar organizado de maneira semelhante ao Enem tradicional, em quatro áreas de conhecimento: matemática, linguagens, ciências da natureza e ciências humanas. Será usado o mesmo método de correção, chamado  teoria de resposta ao item (TRI)

A Agência Brasil conversou com o presidente do Inep, Alexandre Lopes, sobre as mudanças que foram anunciadas e sobre como serão as novas provas. Segundo ele, como a avaliação vai ser implementada aos poucos, apenas em 2024 os estudantes que ingressarem no ano que vem no ensino médio poderão usar as notas para concorrer a vagas na universidade. 

Leia abaixo os principais trechos da entrevista: 

Agência Brasil: Por que o Inep decidiu tornar o Saeb anual? 
Alexandre Lopes: A gente quer mudar o enfoque, o objetivo agora é chegar na escola. O Saeb anterior era avaliação de sistema, que ocorria a cada dois anos. Só nos anos finais. Era uma coleta de informações. Agora, queremos fazer essa avaliação, mas o nosso objetivo maior é dar informação ao professor, à família, à escola, em tempo hábil, para que eles possam fazer as intervenções pedagógicas mais rápido. A família vai saber que o filho fará a prova todo ano e receberá o boletim, vai saber o que está acontecendo com o aluno e poderá comparar o que está ocorrendo com o seu filho, com as demais escolas do município e do Brasil inteiro. O que a gente quer? Que a família participe mais do dia a dia da vida da escola.

O professor também [terá mais informações]. Ele vai saber como recebe o aluno e como entrega no fim do ano. Com isso, poderá fazer uma autoavaliação de como estão as aulas dele e procurar melhorar. Por isso, a gente precisa fazer a prova de todos os anos e para todos os alunos. 

Esse é o objetivo da avaliação externa. Ter uma avaliação padronizada, comparada com outras escolas, outros estados e com o Brasil inteiro. Como a gente usa a TRI, as provas são comparáveis ano a ano, a escala é a mesma. O diretor vai saber se aquelas medidas que adotam na escola estão, ano a ano, melhorando. Em vez de ter de esperar os resultados, agora, todo ano, o professor terá uma avaliação dos seus alunos. 

Agência Brasil: Hoje o Saeb avalia os conhecimentos em português e matemática. Mais recentemente, foram aplicadas, em forma de amostra, questões de ciências. O que será cobrado nessa nova prova? 
Alexandre Lopes: Competências e habilidades. São as áreas de conhecimento que estão previstas na BNCC [Base Nacional Comum Curricular] A partir dessa base, vamos gerar as matrizes de provas e produzir os itens.  A gente quer aproximar o modelo de avaliação daquilo que existe no exterior, como, por exemplo, o Pisa [Programa Internacional de Avaliação de Estudantes]. Os itens do Pisa são mais sofisticados. Isso é que queremos levar para a nossa avaliação. [Queremos] melhorar a qualidade dos itens de prova que fazemos. Como a prova é digital [no ensino médio], então, a gente vai poder começar a fazer itens mais sofisticados, para aferir os conhecimentos dos alunos em relação às competências e habilidades que estão previstas. 

As provas serão por área de conhecimento, como no Enem, que tem ciências da natureza, ciências humanas, linguagens e matemática. Essa avaliação tem que ser utilizada por todos os professores, não somente de português e matemática. Tem que ser utilizada também pelos de química, física, história, geografia, etc [disciplinas], que compõem essas áreas do conhecimento.  

Agência Brasil: Haverá metas de aprendizagem? Atualmente, o Saeb é usado para calcular o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que é o mais importante indicador escolar de qualidade da educação. Hoje, há metas previstas para esse índice. Como será com o novo Saeb?
Alexandre Lopes: O programa de metas termina em 2024. Ano que vem é o último ano de aplicação do Saeb tradicional. É o momento da sociedade repactuar as metas de ensino. O que estamos mostrando para a sociedade é que o sistema de avaliação vai mudar. O que vai ser avaliado agora é diferente. É um passo de cada vez. A partir da definição do modelo de avaliação, a gente vai passar a discutir – e esse é um trabalho mais até do MEC, e talvez do Inep, junto com a sociedade – uma repactuação com a sociedade. Onde queremos chegar nos próximos dez, 20 anos? [Serão] novas metas, com o indicador que vai ser revisitado. 

Agência Brasil: Como será implementado o novo Saeb?
Alexandre Lopes: Ano que vem começa no 1º ano do ensino médio. Em 2021, a gente vai ter a aplicação do Saeb tradicional, da maneira como já e feito, no 2º ano, 5º ano e 9º ano do ensino fundamental e no 3º ano do ensino médio, em papel, normal. Não vamos mudar isso. Vamos acrescentar o 1º ano do ensino médio. No ano que vem, todos os alunos das escolas públicas e privadas do 1º ano do ensino médio vão fazer o novo Saeb em tablet. Em meio digital. 

A partir do momento que entra um ano, ele não sai mais, então em 2021 entra o 1º ano do ensino médio. Em 2022, 2023, 2024, etc, vai ter sempre aplicação para o 1º ano. Em 2022, entra o 2º ano e, em 2023, o 3º. Vamos também implementar [o novo Saeb] no ensino fundamental.

Temos um cronograma, mas por causa da substituição que houve no MEC, com a nova secretária de Educação Básica, Ilona Becskeházy, vou revalidar o cronograma para ver se ela está de acordo. Preciso conversar para saber se a ordem de implementação no ensino fundamental atende às necessidades da nova secretária. 

Agência Brasil: Sabemos que nem todas as escolas possuem tablets, como será o acesso à avaliação?
Alexandre Lopes: Nós vamos fornecer os equipamentos. O modelo de aplicação não é um modelo do Enem, que o aluno vai em um fim de semana a um local de prova e faz o exame. O modelo de aplicação é um modelo Saeb, que é o mais barato que temos. Levamos o equipamento para a escola, o aluno faz prova na própria escola ao longo de várias semanas. Então, o mesmo equipamento é utilizado por vários alunos.

Agência Brasil: Em termos de números, vamos passar de quantos alunos que fazem hoje o Saeb para quantos fazendo a nova avaliação? 
Alexandre Lopes: Vão ser todos os alunos das escolas públicas e privadas. Do 2º ano do fundamental ao 3º do médio, totalizando 35 milhões de alunos. No ano passado, o Saeb foi aplicado para 6 milhões. 

Agência Brasil: Para ampliar a avaliação serão necessárias mais questões e, para isso, imagino, a publicação de editais para convocar professores para a elaboração. Como o Inep está se organizando? Como fica o orçamento da autarquia?
Alexandre Lopes: Para este ano, de 2020, não precisamos de nenhum recurso adicional. O orçamento do Inep é suficiente para a execução das atividades preparatórias do novo Saeb. Precisamos apenas para a aplicação da prova no ano que vem. Então, vamos pedir orçamento para 2021. A gente vai começar a conversar com o Ministério da Economia para, primeiro, reconhecer que o quadro de servidores do Inep é formado de carreiras típicas de Estado. Fazemos o Enem, calculamos o Ideb, fazemos o Censo, o Enade [Exame Nacional de Desempenho de Estudantes], avaliações in loco nas instituições de ensino superior, nós fazemos publicações. As atividades do Inep são estratégicas, cruciais para a educação brasileira. Segundo ponto, é preciso que a gente faça concurso público para o Inep. Eu sei que é difícil, é demorado, mas a gente vai começar a conversar com o Ministério da Economia sobre isso porque o que dá base, o que dá continuidade a esse trabalho, são os servidores do Inep. Não dá para fazer com servidores externos. Então, precisamos fazer um concurso.

Mas não é um trabalho para ser feito só com os servidores. Não preciso fazer um concurso público grande, enorme, não é esse o objetivo. Nós vamos fazer, que a lei permite, é trazer servidores dos estados e municípios, cedidos, temporariamente, como prevê a legislação, com salário pago na origem, pelo ente que está cedendo. Eles virão aqui construir junto com a gente esse novo Saeb. Vamos capacitar esses professores na produção de itens, com a TRI, e eles vão ajudar a produzir esses itens. Depois, voltam para seus estados e municípios como multiplicadores do conhecimento que adquiriram aqui. 

Agência Brasil: Esses professores serão, então, os responsáveis pela elaboração de todos os itens? 
Alexandre Lopes: Eles vão trabalhar junto com a nossa equipe, sob supervisão dos servidores do Inep, na produção de itens, na logística de aplicação, nos vários serviços que compõem a elaboração do novo Saeb. 

Agência Brasil: Quanto precisará ser investido? 
Alexandre Lopes: O custo estimado para a realização dessa prova no 1º ano do ensino médio é de R$ 300 milhões. Mas é importante entender que o custo é decrescente no tempo. Por que isso? Vamos aplicar em 2021 para os 2,7 milhões de alunos que existem no 1º ano do ensino médio. Em 2022, quando formos aplicar para o 2º ano, não serão R$ 600 milhões porque já estarei com os equipamentos na escola, com aplicadores na escola. Não vou precisar dobrar a quantidade de equipamentos.

Depois que implementar do 2º do fundamental ao 3º do médio e tiver todos os equipamentos, o custo passa a ser só de manutenção e reposição. O custo passa a ser de aplicação, não tem mais investimento. Nesses anos de implementação, há custo de investimento, de garantia de equipamentos. O custo é decrescente, começa mais alto porque há investimento, e depois é decrescente. Há aproveitamento de equipamentos e pessoal. 

Agência Brasil: Em relação ao ensino médio, como o Enem seriado vai ser usado para o ingresso no ensino superior? 
Alexandre Lopes: O Enem seriado é a prova do Saeb aplicada no ensino médio. Não é uma prova a mais. Com o resultado do 1º, 2º e 3º ano, vamos construir uma nota, uma proficiência. Com essa nota, o aluno vai se candidatar a instituições de ensino superior. São vagas diferentes. A nota não vai ser comparada à nota do Enem. Você terá um percentual de vagas reservado para o Enem tradicional e um percentual para o Enem seriado. Será mais uma opção de acesso à faculdade. Esse processo de avaliação seriada existe em alguns lugares, como Brasília [como forma de ingresso na Universidade de Brasília (UnB)] e Pernambuco [na Universidade de Pernambuco (UPE)]. Mas, isso não está disponível para todos os alunos do país. Com o Enem seriado, estamos levando essa possibilidade de o jovem usar notas do 1º, 2º e 3º ano para todo o Brasil. Esse é o diferencial. É uma forma de inclusão, é algo a mais.

Agência Brasil: Quando o Enem seriado começa a valer para ingressar no ensino superior?
Alexandre Lopes: [O Enem seriado] começa no ano que vem, esses alunos vão concorrer a vaga nas universidades em 2024. Farão as provas no 1º, 2º e 3º anos, receberão um conceito e, com ele, vão concorrer a vagas. Como a prova é feita no fim do ano, eles farão em 2023 e concorrerão [a vagas em universidades] em 2024. Se tiverem um bom conceito poderão entrar direto na faculdade. Podem também fazer o Enem. O Enem [tradicional] permanece, não existe previsão de acabar com o Enem. 

Agência Brasil: Uma das discussões em relação a qualquer tipo de avaliação em educação é o que de fato ela é capaz de medir e de que forma influencia no que é ensinado em sala de aula. Isso porque, uma vez que todos os alunos fazem uma prova no fim do ano e essa prova serve para medir o aprendizado, as escolas tendem a ensinar os estudantes a fazer essa avaliação. O conteúdo todo se volta para a prova. Como o Inep vê essa questão? 
Alexandre Lopes: A gente só conhece aquilo que sabe medir. O que a gente não mede, não conhece. Existe hoje um desconhecimento muito grande, principalmente por parte da família, do que acontece na escola, então, o que estamos fazendo é levando informações e conhecimento para propiciar maior interação entre a família e a escola. Estamos levando uma informação para o professor, para o diretor, oferecendo informação. Estamos oferecendo uma coisa que muitas pessoas querem e não têm – um conjunto de informações que poderá ajudar na aula, ajudar os diretores. Eu acredito no aspecto positivo da avaliação externa. Entendo, conheço esses posicionamentos, mas acho que, para o Brasil de hoje, é importante que se conheça um pouco mais a realidade das escolas para que as medidas, as intervenções pedagógicas, sejam realmente eficientes. Acho que é importante ter esse papel da avaliação externa. Pode ser que daqui a 20, 30 anos, essa realidade seja diferente. Para o Brasil de hoje, nós entendemos que é importante.          

Edição: Bruna Saniele

Publicado em 09/05/2020 – 13:18 Por Mariana Tokarnia – Repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro

Covid-19: crianças merecem cuidados especiais durante a pandemia

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Cartilha do Ministério da Saúde traz orientações aos pais.

As orientações para evitar o contágio pelo novo coronavírus vêm sendo repetidas em diversos locais por autoridades e nos meios de comunicação. Mas as dúvidas sempre surgem. Uma delas refere-se a medidas e cuidados específicos que devem ser adotados para crianças. Apesar de ser a faixa etária com menor incidência, já há casos confirmados e mortes desse segmento da população.

Além disso, por terem maior índice de manifestações assintomáticas, crianças podem ser vetores de transmissão para públicos mais suscetíveis de contaminação e evolução do quadro de saúde da covid-19. Assim, os cuidados com essa faixa servem tanto para proteger essas pessoas quanto os que estão ao seu redor.

Uma cartilha do Ministério da Saúde recomenda que pais expliquem às crianças o que está ocorrendo com a pandemia, a seriedade da situação e o que é o coronavírus. O diálogo é importante para lidar com sentimentos como insegurança e medo, decorrentes das mudanças que surgem neste novo momento.

Nesse papel educativo, acrescenta o documento, os pais devem apresentar aos filhos as medidas necessárias para a sua proteção e de quem está próximo, como familiares, especialmente os que integram os chamados grupos de risco.

O documento tem linguagem adaptada para crianças e adolescentes e pode servir como material informativo, a ser disponibilizado pelos pais a seus filhos e familiares. Ele traz conteúdos sobre o coronavírus e aborda formas de prevenção, mostrando dúvida comuns sobre higienização e significados de termos que ganharam visibilidade, como nomes das autoridades de saúde, pandemia e sintomas.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, não há evidências, até o momento, de transmissão pelo leite materno. Nos raros casos de recém-nascidos com covid-19 não há evidência de transmissão vertical (da mãe para o filho). Por isso, a entidade afirma que é desnecessário alterar essa prática entre mães e filhos.

Crianças infectadas

Segundo a coordenadora do Serviço de Epidemiologia e Controle de Infecção Hospitalar do Centro de Imunizações do Hospital Pequeno Príncipe, no Paraná, Heloísa Giamberardino, para o caso de crianças acometidas da doença é importante ficar em ambiente arejado, não receber visitas e evitar contato com pessoas mais velhas.

A especialista destaca que é importante lidar com as características dessa idade. “A criança não tem noção de higiene como um adulto pode ter, por isso é importante não expor outras pessoas ao contato com ela”, alerta Giamberardino.

Quem estiver junto da criança deve estar sempre com máscara de proteção. Após banho ou troca de fralda, é fundamental fazer a higiene das mãos, além de lavar lençóis e roupas da criança separadamente. “É bem importante limpar com álcool as superfícies do quarto e dos locais que a criança usa”, recomenda a médica.

Profissionais

A Sociedade Brasileira de Pediatria, em outro comunicado sobre o tema divulgado no dia 31 de março, traz uma série de recomendações para médicos. O documento orienta que os profissionais reforcem as medidas de higiene e a importância da quarentena.

Os fluxos em ambulatórios e clínicas devem ser reorganizados, com horários marcados, para evitar presença em salas de espera. Assim como outras especialidades, é possível e recomendável recorrer ao uso de tecnologias, como a telemedicina. Quando o profissional apresentar sintomas, deve buscar atendimento médico e diagnóstico para confirmar ou não a contaminação pelo vírus.

Outras doenças

A SBP também alerta que é importante manter o cuidado com outras doenças, especialmente as síndromes gripais nestes meses de outono e inverno. Isso envolve fazer a vacinação e manter a imunização contra outros vírus em dia.

Edição: Graça Adjuto

Publicado em 09/05/2020 – 08:45 Por Jonas Valente – Repórter Agência Brasil – Brasília