País é o
primeiro fora do Reino Unido a fazer parte das pesquisas.
O Brasil poderá ter prioridade no uso da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford contra a
covid-19. A informação é da reitora da Universidade Federal de São Paulo
(Unifesp), Soraya Smaili. A instituição irá participar, a partir das próximas
semanas, da terceira fase de pesquisas da vacina inglesa, realizando testes em
cerca de mil pessoas que vivem em São Paulo e atuam em atividades com exposição
ao vírus.
O laboratório da universidade do Reino Unido é o que está mais adiantado na
construção de uma vacina contra o novo coronavírus, que deverá estar pronta em
até 12 meses. De acordo com Smaili, a participação do Brasil – o primeiro país
fora do Reino Unido a fazer parte das pesquisas da vacina – coloca o país como
“grande candidato” a usá-la, com prioridade, assim que a sua eficácia for
comprovada.
“Existem algumas conversas nesse sentido [para o país poder ter prioridade
no uso da vacina]. Nós estamos trabalhando para que sim. O fato de estarmos
integrando e sermos o primeiro país fora do Reino Unido e também o primeiro
laboratório no Brasil a realizar esses estudos – semelhantes a esses não há
nenhum outro no Brasil – torna o país um grande candidato”, disse, em
entrevista a Agência Brasil.
De acordo com a reitora da Unifesp, com acesso à “receita” da vacina, o
Brasil terá capacidade de reproduzi-la em grande escala, a partir de
laboratórios nacionais. “Tendo acesso à vacina, nós temos capacidade de
produção em larga escala, por meio dos nossos laboratórios nacionais de fato,
como o Instituto Butantan, e os laboratórios da Fiocruz, entre outros”.
Leia a seguir a entrevista com a reitora da Unifesp:
Agência Brasil: Qual será o papel da Unifesp no processo de
desenvolvimento da vacina de Oxford? Soraya Smaili: A vacina foi iniciada e desenvolvida até esse
estágio em que ela está, lá na Universidade de Oxford. O papel da Unifesp é
integrar agora a fase 3 de testes, que é um estágio em que você aplica a vacina
em voluntários humanos. É uma fase já avançada do desenvolvimento, porque já
passou por laboratório, pelas células, já passou pelos animais, já passou pelas
outras fases clínicas. Agora está na fase pegar indivíduos voluntários que vão
receber a vacina e que serão acompanhados por alguns meses para poder verificar
se a vacina é eficaz, se ela consegue proteger contra o coronavírus.
Agência Brasil: Por que o país e a Unifesp foram escolhidos para
participar dessa fase de testes? Soraya Smaili: Inicialmente é por conta da liderança da
doutora Lily Yin Weckx, que é a coordenadora do estudo no Brasil e é
coordenadora do laboratório do Centro de Referência em Imunização da Unifesp.
Esse centro tem conexões com diversos outros pesquisadores do Reino Unido e da
Europa. E também por conta da doutora Sue Ann Costa Clemens, chefe do Instituto
de Saúde Global da Universidade de Siena, e também pesquisadora do Centro de
Referência para Imunobiológicos Especiais da Unifesp. Por causa da experiência
que elas têm na área e dos estudos que já realizaram anteriormente, com
reputação muito boa internacional, o nosso laboratório aqui da Unifesp foi
indicado para executar essa fase do teste da vacina.
Agência Brasil: Como a participação brasileira pode agregar
conhecimento ao desenvolvimento científico local? Soraya Smaili: Nós vamos aprender muito com esse processo.
Mas, além de tudo, vamos poder participar de um importante trabalho que vai,
provavelmente, se tudo continuar correndo bem, em alguns meses ter uma vacina
que poderá ser aplicada em toda a população contra a covid-19.
Agência Brasil: Ter participado dessa fase dará ao país alguma
prioridade para que a população seja vacinada? Soraya Smaili: Sim, existem algumas conversas nesse sentido.
Nós estamos trabalhando para que [seja isso] sim. O fato de estarmos integrando
e sermos o primeiro país fora do Reino Unido e também o primeiro laboratório no
Brasil a realizar esses estudos, estudos semelhantes a esse não têm nenhum
outro no Brasil, torna o país um grande candidato. Essa vacina foi aprovada
pela Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária], que é uma agência que é
ligada ao Ministério da Saúde, tudo isso, dependendo dos resultados, e com o
andamento da pesquisa, dessa fase da pesquisa e dos testes, nós temos grande
chance de termos, sim, acesso à vacina. Tendo acesso, nós temos capacidade de
produção em larga escala, por meio dos nossos laboratórios nacionais de fato,
como o Instituto Butantan, os laboratórios da Fiocruz, entre outros.
Agência Brasil: Quais os prazos para o início e final da pesquisa no
Brasil? Soraya Smaili: Os testes ainda não iniciaram. Isso deve
acontecer por volta da terceira semana de junho. Essa fase será a fase de
recrutamento. Em seguida, os testes desses voluntários selecionados. Depois, a
aplicação da vacina, e o seguimento por alguns meses, até doze meses, para que
os resultados possam ser conclusivos. Eu disse até 12 meses, porque a
perspectiva é que este período pode ser de doze meses ou talvez um pouco menos.
Agência Brasil: O que a senhora destacaria desse processo que agora
envolve o Brasil? Soraya Smaili: A importância de a gente ter a ciência
brasileira, a universidade federal trabalhando para o desenvolvimento de uma
vacina, que está entre as primeiras vacinas, entre as mais promissoras das que
estão sendo estudadas no mundo todo. Estamos – a nossa universidade está se
somando a um esforço global, é uma universidade pública federal ligada ao
Ministério da Educação – nos juntando a um esforço mundial para a obtenção de
uma vacina que vai beneficiar milhões e milhões de pessoas. Estamos muito
orgulhosos, contentes, de termos em nosso país uma universidade que são tão bem
equipadas com profissionais tão capacitados, que é um patrimônio do povo brasileiro.
Isso certamente temos de salientar. A ciência brasileira é uma ciência de alta
qualidade e, por isso, foi escolhida a Unifesp, porque tem essa qualidade, dos
nossos pesquisadores. Estamos em um esforço coletivo para superamos esse
momento. A ciência brasileira também vai dar a sua contribuição e as suas
respostas.
Edição: Maria Claudia
Publicado em 05/06/2020 – 18:16 Por Bruno
Bocchini – Repórter da Agência Brasil – São Paulo
O banco
dispõe de R$ 2 bilhões para capital de giro.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) criou o
Programa BNDES Crédito Cadeias Produtivas, para atender a necessidade de
capital de giro de pequenas e médias empresas (PMES) no enfrentamento à
pandemia do novo coronavírus (covid-19).
O Programa Crédito Cadeias Produtivas tem orçamento de R$ 2 bilhões e vai
apoiar as PMEs por meio das chamadas empresas-âncora‚ que serão as
beneficiárias diretas dos empréstimos. Caberá às empresas-âncora repassar o
dinheiro para a sua cadeia de fornecedores, distribuidores ou
franqueados.
“Estas PMEs ancoradas poderão usar esse capital de forma livre para se
manter durante a crise”, disse o BNDES.
Os pedidos de empréstimos poderão ser feitos até o dia 30 de setembro. Os
trâmites para a concessão de crédito seguirão a esteira de crédito emergencial,
desenvolvida no Plano de Ação Emergencial de combate à pandemia da covid-19. O
objetivo é agilizar o tempo usual de processamento de pleitos e garantir o
rápido acesso das empresas aos recursos das ações durante a pandemia.
Condições
O banco esclareceu ainda que os recursos entregues às grandes empresas serão
repassados às PMES da cadeia produtiva nas mesmas condições financeiras
previstas no contrato de empréstimo da empresa-âncora. Isso significa que, por
esse sistema, as grandes empresas repassarão os recursos financeiros às PMEs,
mas sem obter lucro financeiro com essa operação.
As empresas-âncora deverão ter Receita Operacional Bruta (ROB) igual ou
superior a R$ 300 milhões. Os valores de financiamento do BNDES serão de R$ 10
milhões a R$ 200 milhões, com prazo de empréstimo de até cinco anos, com até
dois anos de carência. A taxa de juros equivalerá à soma do custo financeiro do
BNDES, da sua remuneração básica de 1,1% ao ano e da taxa de risco de crédito definida
para cada empresa-âncora.
De acordo com o BNDES, essas PMES que integram as cadeias produtivas têm
importância fundamental para a retomada mais acelerada da economia brasileira.
O Programa BNDES Crédito Cadeias Produtivas faz parte de uma série de medidas
emergenciais do BNDES voltadas a diversos setores da economia, que vêm sendo
anunciadas desde o início da pandemia.
Até agora, as principais ações implementadas pelo BNDES com o propósito de
apoiar as empresas brasileiras na pandemia totalizam R$ 15,5 bilhões em valores
aprovados a cerca de 126 mil empresas, que empregam quase 4 milhões de
brasileiros.
Edição: Fernando Fraga
Publicado em 05/06/2020 – 17:53 Por Alana
Gandra – Repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro
Dois
dos maiores nomes da música caipira clássica, Sérgio Reis e Renato Teixeira são
os responsáveis pelo anúncio da Live do Violeiro, evento online que o
violeiro Claudivan Santiago realiza no domingo, dia 7, às 14h, com transmissão
direto de Brasília.
Em
vídeos divulgados nas redes sociais, os veteranos fazem questão de ressaltar a
qualidade do trabalho artístico desenvolvido por Claudivan Santiago com a viola
caipira. “É a oportunidade de vocês conhecerem um pouco mais a beleza e a
sonoridade desse instrumento que o Claudivan Santiago executa com grande
maestria”, diz Renato Teixeira, autor de clássicos como Romaria, Amora, Frete e
Tocando em frente, esta última em parceria com Almir Sater.
“É
o meu violeiro particular”, avisa Serjão, numa referência à amizade pessoal que
tem com Claudivan Santiago desde 2015, quando, na condição de deputado federal
por São Paulo, o contratou como assessor de imprensa na Câmara dos Deputados. Jornalista
profissional e músico autodidata, Claudivan Santiago é tocantinense e mora em Brasília
desde 2003. A amizade com Serjão virou parceria musical e juntos eles gravaram a
música Mané Preto e Mariquinha, em 2016.
Santiago diz que é uma grande honra e uma realização pessoal e profissional ter seu trabalho anunciado a todo o Brasil por dois ícones da música caipira como Renato Teixeira e Sérgio Reis. Sobre a live, ele explica que será um show muito simples, intimista, feito para os amigos e amantes da viola caipira, um evento para a família brasileira. Além das violas, Santiago terá ao seu lado os músicos Wanderson Santos (sanfona), Paulo Ramos (violão) e Wesley Duart (baixo), e promete uma tarde de muita alegria, recheada de clássicos da viola caipira, de música instrumental e autoral. Ganhador do Prêmio Excelência da Viola Caipira de 2013, em São Paulo, na categoria Melhor CD Instrumental, Claudivan Santiago tem cinco discos autorais gravados e também se dedica à produção musical. A Live do Violeiro será transmitida pelo canal do artista no YouTube.
Clube e
Federação Portuguesa exigem punição imediata a agressores.
Os protestos da torcida do Benfica,
após o empate de 0 a 0 com o Tondela, não ficaram apenas em reclamações no
Twitter. Logo após a partida, alguns torcedores apedrejaram o ônibus da
delegação benfiquista, que deixava o Estádio da Luz. Os jogadores Julian Weigl
e Andrija Zivkovic foram atingidos por estilhaços de vidro das janelas do
veículo e precisaram ser atendidos no Hospital da Luz.
De acordo com o jornal A
Bola, além do ataque ao ônibus, torcedores também picharam com
insultos as portas das casas dos atletas Pizzi e Rafa Silva, além da do técnico
Bruno Lage. No caso de Pizzi, ainda há ameaça com a frase “tas avisado”.
Nesta sexta-feira (05), Julian Weigl e Andrija Zivkovic publicaram mensagens em suas contas pessoais no Instagram condenando as ações.
Weigl escreveu: “Quero que todos saibam que estou bem. Tivemos sorte! Todos cometemos erros, mas houve uma linha que foi ultrapassada. Atirar pedras em um ônibus sem ligar se alguém vai se machucar? Eu sei que não é assim que verdadeiros torcedores do Benfica são! Especialmente estas últimas semanas e dias deveriam ter nos mostrado que a melhor solução sempre é ficarmos juntos, em vez de literalmente jogar pedras uns nos outros! Agradeço pelas amáveis mensagens e a preocupação de todos”.
O alemão recebeu apoio de torcedores em sua página pessoal no Instagram, a maioria ressaltando que os verdadeiros benfiquistas não compactuam com os ataques. Não é a primeira vez que Weigl sofre com ações violentas após uma partida. Em 2017, ele estava no ônibus do Borussia Dortmund que sofreu atentado com três bombas artesanais, quando a equipe seguia para enfrentar o Mônaco, pela Champions League. O clube alemão também se manifestou nas redes sociais para prestar solidariedade a seu ex-jogador.
[
O Benfica utilizou sua página oficial para repudiar os ataques sofridos. Em nota,
o clube afirmou que o resultado da partida foi injusto, uma vez que os
donos da casa dominaram o jogo. Contudo, reconhece que o time precisa
voltar a vencer. O comunicado também classifica o apedrejamento como um
ato covarde e criminoso, e exige o máximo rigor das autoridades para
identificar e punir os responsáveis, chamados de “verdadeiros
delinquentes que devem ser erradicados do futebol e que mancham a imagem
de todos os clubes sem exceção”.
O presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, também em comunicado oficial,
prestou solidariedade ao Benfica e condenou os atos de violência,
exigindo ação implacável do Estado para que o futebol possa se regenerar
e cumprir de forma plena as suas vitais funções desportivas, sociais e
econômicas.
O Benfica tinha a oportunidade de reassumir a
liderança do Campeonato Português se derrotasse o Tondela na noite
desta quinta-feira (04). Apesar do domínio, os donos da casa não
conseguiram abrir o placar. Com o resultado, os Encarnados seguem na
segunda posição, com a mesma pontuação do líder Porto, mas perdendo no
critério de desempate, que é o confronto direto. O próximo compromisso
dos Águias será na quarta-feira (10), contra o Portimonense, no Estádio
Municipal de Portimão.
A nota oficial do Benfica é a seguinte:
“Falhada a oportunidade de passarmos para a
liderança isolada do Campeonato, exige-se agora uma resposta imediata da
equipa, com a ambicionada vitória na difícil deslocação a Portimão na
próxima quarta-feira, 10 de junho.
Neste carrossel de emoções que tem
caracterizado a luta pelo título desta época, todo o foco tem de estar
nas nove finais que faltam disputar e que terão de ser enfrentadas com o
máximo de rigor e exigência competitiva de acordo com a ambição a que
estamos habituados.
O resultado, ontem, foi injusto. A nossa
equipa dominou o jogo, instalou-se no meio campo adversário na
esmagadora maioria do tempo e criou oportunidades de golo mais do que
suficientes para vencer a partida (só Odysseas não rematou à baliza
adversária), mas a ineficácia ofensiva penalizou-a.
O regresso aos triunfos é fundamental para
alcançarmos o bicampeonato, numa retoma caracterizada pela necessidade
de nos adaptarmos a toda esta nova realidade de não se sentir o apoio
dos adeptos no Estádio.
Mas infelizmente a noite também ficou
marcada pelo cobarde e criminoso ato de apedrejamento de que foi alvo o
autocarro que transportava os nossos jogadores à saída da A2, quando se
deslocava para o Benfica Campus no Seixal.
São situações que se têm repetido com
maiores ou menores consequências, sendo a mais grave, recorde-se, a que
vitimou o nosso adepto Bruno Simões quando o autocarro de adeptos do
Benfica foi apedrejado no regresso a Barcelos, após um Benfica-Braga na
Luz, para além das diversas situações que têm sido recorrentes no
futebol português.
Em todos estes casos, sem exceção, importa e
exige-se que as autoridades atuem com o máximo rigor, e identifiquem e
punam os responsáveis destes atos criminosos, verdadeiros delinquentes
que devem ser erradicados do futebol e que mancham a imagem de todos os
clubes sem exceção.
Estão a mais no futebol e devem ser punidos de uma forma exemplar.”
A nota oficial da Federação Portuguesa diz:
“Foi com enorme tristeza e indignação que
tomei conhecimento do inaceitável ato de violência que atingiu o SL
Benfica e os seus atletas.
A FPF confia que as autoridades policiais
encontrarão, no mais curto espaço de tempo possível, os responsáveis
pelo ato bárbaro e cobarde de ontem – o apedrejamento do autocarro do SL
Benfica em andamento – e exige que os autores deste crime não passem
impunes.
Atacar, pela calada da noite, com a mão
escondida, atletas, equipa técnica, staff e dirigentes de um clube exige
uma resposta à altura de todos os que amam o futebol e que se sentem
revoltados por este tipo de comportamentos.
O futebol, ao longo de semanas, uniu-se e
sacrificou-se para conseguir garantir a retoma de uma parte essencial da
sua atividade. Exemplares na forma como seguiram todas as indicações
das autoridades sanitárias e governamentais, os clubes nacionais
voltaram a proporcionar uma enorme alegria aos seus adeptos que
ansiavam, porque o futebol também é importante nas suas vidas, o
regresso a uma competição que é, em si mesma, crucial para a recuperação
desportiva, financeira e económica e social de todos os agentes do
futebol.
Os atos ocorridos ontem, sejamos claros,
mancham, de novo a imagem do futebol. Mas, no essencial, responsabilizam
aqueles que arremessaram as pedras, motivados pelo ódio. Essas pessoas
não são do futebol, não gostam do futebol e têm de ser expulsas do
futebol.
Como já afirmei em outros momentos
infelizes, o futebol precisa da ação implacável do Estado nestas
ocasiões. O futebol precisa da vossa ajuda para se poder regenerar e
cumprir de forma plena as suas vitais funções desportivas, sociais e
económicas.
Dirijo uma última palavra de solidariedade
aos técnicos e particularmente aos atletas duramente atingidos pelos
incidentes de ontem. Envio-vos, em nome da FPF e de todo o futebol
português, os meus votos de que rapidamente possam recuperar das
agressões que foram alvo para que voltem a fazer aquilo que mais gostam
de fazer e que tanto significa para nós – jogar futebol.
Fernando Gomes.”
Edição: Sergio du Bocage
O Benfica utilizou sua página oficial para repudiar os ataques sofridos. Em nota, o clube afirmou que o resultado da partida foi injusto, uma vez que os donos da casa dominaram o jogo. Contudo, reconhece que o time precisa voltar a vencer. O comunicado também classifica o apedrejamento como um ato covarde e criminoso, e exige o máximo rigor das autoridades para identificar e punir os responsáveis, chamados de “verdadeiros delinquentes que devem ser erradicados do futebol e que mancham a imagem de todos os clubes sem exceção”.
O presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, também em comunicado
oficial, prestou solidariedade ao Benfica e condenou os atos de violência,
exigindo ação implacável do Estado para que o futebol possa se regenerar e
cumprir de forma plena as suas vitais funções desportivas, sociais e
econômicas.
O Benfica tinha a oportunidade de reassumir a liderança do Campeonato
Português se derrotasse o Tondela na noite desta quinta-feira (04). Apesar do
domínio, os donos da casa não conseguiram abrir o placar. Com o resultado, os
Encarnados seguem na segunda posição, com a mesma pontuação do líder Porto, mas
perdendo no critério de desempate, que é o confronto direto. O próximo
compromisso dos Águias será na quarta-feira (10), contra o Portimonense, no
Estádio Municipal de Portimão.
A nota oficial do Benfica é a seguinte:
“Falhada a oportunidade de passarmos para a liderança isolada do Campeonato,
exige-se agora uma resposta imediata da equipa, com a ambicionada vitória na
difícil deslocação a Portimão na próxima quarta-feira, 10 de junho.
Neste carrossel de emoções que tem caracterizado a luta pelo título desta
época, todo o foco tem de estar nas nove finais que faltam disputar e que terão
de ser enfrentadas com o máximo de rigor e exigência competitiva de acordo com
a ambição a que estamos habituados.
O resultado, ontem, foi injusto. A nossa equipa dominou o jogo, instalou-se
no meio campo adversário na esmagadora maioria do tempo e criou oportunidades
de golo mais do que suficientes para vencer a partida (só Odysseas não rematou
à baliza adversária), mas a ineficácia ofensiva penalizou-a.
O regresso aos triunfos é fundamental para alcançarmos o bicampeonato, numa
retoma caracterizada pela necessidade de nos adaptarmos a toda esta nova
realidade de não se sentir o apoio dos adeptos no Estádio.
Mas infelizmente a noite também ficou marcada pelo cobarde e criminoso ato
de apedrejamento de que foi alvo o autocarro que transportava os nossos
jogadores à saída da A2, quando se deslocava para o Benfica Campus no Seixal.
São situações que se têm repetido com maiores ou menores consequências,
sendo a mais grave, recorde-se, a que vitimou o nosso adepto Bruno Simões
quando o autocarro de adeptos do Benfica foi apedrejado no regresso a Barcelos,
após um Benfica-Braga na Luz, para além das diversas situações que têm sido
recorrentes no futebol português.
Em todos estes casos, sem exceção, importa e exige-se que as autoridades
atuem com o máximo rigor, e identifiquem e punam os responsáveis destes atos
criminosos, verdadeiros delinquentes que devem ser erradicados do futebol e que
mancham a imagem de todos os clubes sem exceção.
Estão a mais no futebol e devem ser punidos de uma forma exemplar.”
A nota oficial da Federação Portuguesa diz:
“Foi com enorme tristeza e indignação que tomei conhecimento do inaceitável
ato de violência que atingiu o SL Benfica e os seus atletas.
A FPF confia que as autoridades policiais encontrarão, no mais curto espaço
de tempo possível, os responsáveis pelo ato bárbaro e cobarde de ontem – o
apedrejamento do autocarro do SL Benfica em andamento – e exige que os autores
deste crime não passem impunes.
Atacar, pela calada da noite, com a mão escondida, atletas, equipa técnica,
staff e dirigentes de um clube exige uma resposta à altura de todos os que amam
o futebol e que se sentem revoltados por este tipo de comportamentos.
O futebol, ao longo de semanas, uniu-se e sacrificou-se para conseguir
garantir a retoma de uma parte essencial da sua atividade. Exemplares na forma
como seguiram todas as indicações das autoridades sanitárias e governamentais,
os clubes nacionais voltaram a proporcionar uma enorme alegria aos seus adeptos
que ansiavam, porque o futebol também é importante nas suas vidas, o regresso a
uma competição que é, em si mesma, crucial para a recuperação desportiva,
financeira e económica e social de todos os agentes do futebol.
Os atos ocorridos ontem, sejamos claros, mancham, de novo a imagem do
futebol. Mas, no essencial, responsabilizam aqueles que arremessaram as pedras,
motivados pelo ódio. Essas pessoas não são do futebol, não gostam do futebol e
têm de ser expulsas do futebol.
Como já afirmei em outros momentos infelizes, o futebol precisa da ação
implacável do Estado nestas ocasiões. O futebol precisa da vossa ajuda para se
poder regenerar e cumprir de forma plena as suas vitais funções desportivas,
sociais e económicas.
Dirijo uma última palavra de solidariedade aos técnicos e particularmente
aos atletas duramente atingidos pelos incidentes de ontem. Envio-vos, em nome
da FPF e de todo o futebol português, os meus votos de que rapidamente possam
recuperar das agressões que foram alvo para que voltem a fazer aquilo que mais
gostam de fazer e que tanto significa para nós – jogar futebol.
Fernando Gomes.”
Edição: Sergio du Bocage
Publicado em 05/06/2020 – 12:00 Por Mauricio
Costa, repórter da Rádio Nacional – Rio de Janeiro
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (4) que foi acertado
o pagamento de mais duas parcelas do auxílio emergencial, mas com valor
inferior aos atuais R$ 600. A informação foi dada pelo presidente durante sua
live semanal, transmitida pelas redes sociais.
“Vai ter, também acertado com o [ministro da Economia] Paulo Guedes, a
quarta e a quinta parcela do auxílio emergencial. Vai ser menor do que os R$
600, para ir partindo exatamete para um fim, porque cada vez que nós pagamos
esse auxílio emergencial, dá quase R$ 40 bilhões. É mais do que os 13 meses do
Bolsa Família. O Estado não aguenta. O Estado não, o contribuinte brasileiro
não aguenta. Então, vai deixar de existir. A gente espera que o comércio volte
a funcionar, os informais voltem a trabalhar, bem como outros também que
perderam emprego”, disse.
O auxílio emergencial foi aprovado pelo Congresso Nacional em abril e prevê
o pagamento de três parcelas de R$ 600 para trabalhadores informais,
integrantes do Bolsa Família e pessoas de baixa renda. Mais de 59 milhões
tiveram o benefício aprovado. O novo valor ainda não foi anunciado pelo
governo.
O presidente também antecipou um possível aumento no valor do benefício do
Bolsa Família, pago a cerca de 14 milhões de famílias em situação de pobreza e
pobreza extrema. O valor do eventual aumento ainda será anunciado, garantiu o
presidente, sem especificar uma data.
“Acho que o pessoal do Bolsa Família vai ter uma boa surpresa, não vai
demorar. São pessoas que necessitam desse auxílio, que parece que está um
pouquinho baixo. Então, se Deus quiser, a gente vai ter uma novidade no tocante
a isso aí”, afirmou.
Liberação de praia
Durante a live, o presidente defendeu a liberação de acesso às praias, que
está proibida na maioria das capitais litorâneas do Brasil, e que a
Advocacia-Geral da União (AGU) vai emitir um parecer favorável sobre o
assunto.
“O governo federal vai opinar favoravelmente para aquela pessoa ir à
praia, agora o juiz de cada cidade, que vai recepcionar esses mandados de
segurança, é que vai decidir se o João pode ir para a praia ou não. Eu não vejo
nada demais ir para a praia, praia é saúde”, afirmou.
O fechamento das praias faz parte das estratégias dos governos estaduais e
prefeituras para evitar aglomerações. O isolamento social é considerado pela
Organização Mundial da Saúde (OMS) e por especialistas como a principal forma
de evitar disseminação em massa do novo coronavírus.
Repatriação
O presidente Jair Bolsonaro ainda afirmou que 23 mil brasileiros foram
repatriados ao país desde o início da pandemia. São pessoas que ficaram retidas
no exterior com o fechamento das fronteiras por centenas de países e estavam
recebendo apoio logístico e diplomático do governo para retornarem.
O governo ainda deve investir mais R$ 10 milhões para a repatriação de mais
3 mil pessoas que seguem sem conseguir voltar ao Brasil.
Edição: Fábio Massalli
Publicado em 04/06/2020 – 22:00 Por Pedro
Rafael Vilela – Repórter da Agência Brasil – Brasília
Projeto
de lei volta à Câmara para nova apreciação.
O Senado Federal aprovou hoje (4) o Projeto de Lei (PL) 1562/2020, que
obriga o uso máscaras em locais públicos ou privados, mas acessíveis ao
público, em todo o país. A obrigatoriedade do uso engloba transporte público
(como ônibus e metrô), dentro de táxis ou carros de aplicativo e aviões. Por
ter sido alterado no Senado, o texto volta à Câmara para nova apreciação.
O não uso do equipamento de proteção individual acarretará em multa
fixada pelos estados ou municípios. Muitas cidades já têm adotado o uso
obrigatório de máscaras, em leis de alcance local. Segundo o projeto, o poder
público deve fornecer máscaras às populações economicamente vulneráveis. As
empresas, por sua vez, devem oferecer o item de proteção a seus funcionários,
sob pena de pagamento de R$ 300 de multa por funcionário sem o acessório.
Na compra das máscaras para os funcionários, o Poder Público dará prioridade
aos equipamentos de proteção feitos por costureiras ou outros produtores
locais, de forma individual, associada ou por meio de cooperativas de
produtores, observado sempre o preço de mercado.
O projeto determina ainda a realização de campanhas publicitárias de
interesse público, informando a necessidade do uso de máscaras de proteção
pessoal e a maneira correta de seu descarte. A máscara, no entanto, está
dispensada para o caso de pessoas com transtorno do espectro autista,
deficiência intelectual, deficiências sensoriais ou quaisquer outras que as
impeçam de usar a peça adequadamente.
A medida aprovada assegura ainda que profissionais de saúde contaminados
pelo novo coronavírus terão garantidos leitos e atendimento em hospitais,
respeitados os protocolos nacionais de atendimento médico. O relator da
matéria, Jean Paul Prates (PT-RN), acatou várias emendas, dentre elas a
inclusão de profissionais da segurança pública na preferência de atendimento,
assim como os profissionais de saúde.
Edição: Denise Griesinger
Publicado em 04/06/2020 – 18:52 Por Marcelo
Brandão – Repórter da Agência Brasil – Brasília
Segundo
autores, a fonte dos dados analisados não era confiável.
Três dos quatro autores do estudo que invalidou o uso da cloroquina e do seu
derivado, a hidroxicloroquina, em casos de covid-19, afirmaram que não é
possível garantir a veracidade dos dados do estudo, de acordo com o comunicado
divulgado na tarde de hoje (4) no site da revista médico-científica britânica The
Lancet. Por isso, os cientistas pediram a retirada do estudo da
publicação.
Os cardiologistas e cirurgiões Mandeep Mehra, Frank Ruschitzka e Amit Patel
não obtiveram sucesso na validação independente dos dados usados para a
publicação do estudo, o que torna impossível a checagem dos óbitos e o acesso
às fichas completas dos 96 mil pacientes que fizeram parte do levantamento.
“Nós não podemos mais garantir a veracidade das fontes dos dados primários.
Por causa deste desenvolvimento infeliz, os autores pedem que o artigo seja
retratado”, afirma o médico e cientista Mandeep Mehra, em comunicado.
Publicado em 22 maio, o estudo afirmava que o uso de quatro protocolos
diferentes de medicamentos – todos usando cloroquina ou sua variação moderna, a
hidroxicloroquina – não surtiu efeito sobre o vírus SARS-CoV-2, agente causador
da covid-19. O estudo relata que um dos efeitos colaterais descritos na bula
dos medicamentos, a arritmia cardíaca, colocou em risco a vida de pacientes de
diversos grupos, desde os menos severos até os que estavam em estado
crítico.
A retratação do estudo acontece um dia após a Organização Mundial da Saúde
(OMS) anunciar a retomada dos testes com ambas as substâncias. Médicos,
cientistas e estatísticos de diversos países também se manifestaram sobre a
metodologia aplicada, que utilizou um banco de dados da empresa
Surgisphere especializada em informações médicas
Em carta pública, 120 autoridades médicas contestaram os
números, e solicitaram que a OMS conduzisse auditorias independentes para
validar as informações relativas ao tratamento de pacientes com covid-19.
“Nós todos entramos nesta [jornada de] colaboração para contribuir, em boa
fé e em um tempo de grande necessidade, com a pandemia de covid-19. Pedimos
desculpas sinceras para você, para os editores e para os leitores do jornal [a
revista The Lancet] pelo constrangimento e pela inconveniência
causados”, informa a carta.