Liminar
estaria invadindo competências do Executivo e Legislativo.
O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) derrubou na noite de ontem
(8) a decisão de primeira instância que havia bloqueado os fundos
partidário e eleitoral para colocá-los à disposição do governo no combate à
pandemia do novo coronavírus.
O presidente do TRF1, Carlos Moreira Alves, atendeu a dois pedidos, um do
Senado e outro da União. Para o desembargador, a liminar (decisão provisória)
invadiu competências do Executivo e do Legislativo. A intervenção do Judiciário
nas ações coordenadas de combate ao novo coronavírus deve se dar de modo
“apenas excepcional”, escreveu.
Na terça-feira (7), o juiz Itagiba Catta Preta, da 4ª Vara Federal Cível de
Brasília, havia determinado que as verbas fossem utilizadas “em favor de
campanhas para o combate à pandemia de coronavírus” ou para “amenizar suas
consequências econômicas”. A aplicação do dinheiro ficaria a critério do
presidente Jair Bolsonaro, de acordo com o magistrado.
Em recurso, a Advocacia do Senado alegou que a destinação do fundo eleitoral
“está sendo discutida no Congresso Nacional pelos representantes eleitos pelo
povo” e que a imediata utilização dos recursos sem prévia autorização
legislativa seria uma ameaça à segurança jurídica.
A União também havia pedido a derrubada da liminar, alegando que a primeira
instância da Justiça Federal não tinha competência para decidir sobre a
execução do orçamento público. O recurso protocolado pela Advocacia-Geral da
União (AGU) diz que a decisão acabou “colocando em risco a normalidade
institucional do país”.
O valor previsto para o financiamento das campanhas nas eleições municipais
de outubro é de R$ 2,034 bilhões. O fundo partidário, que é repassado
mensalmente para custeio das legendas, corresponde neste ano a um total de R$
959 milhões.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também deve se debruçar sobre a questão
em breve. Nesta semana, o ministro Luiz Felipe Salomão levou um questionamento
sobre o tema para exame do plenário “com a devida urgência”. Ele é relator de
uma consulta feita pelo partido Novo, que perguntou se pode
destinar sua parcela do fundo partidário para o combate ao covid-19.
Edição: Denise Griesinger
Publicado em 09/04/2020 – 09:45 Por Felipe
Pontes – Repórter da Agência Brasil – Brasília – Brasília
Fornecedor
chinês não garantiu entrega de encomenda brasileira.
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, relatou hoje (8), durante
coletiva, que um dos processos de compra feitos pela pasta não será cumprido.
Segundo o ministro, uma empresa chinesa que estaria responsável pela entrega de
15 mil unidades de respiradores mecânicos – equipamento essencial para tratar
pessoas infectadas com o novo coronavírus e que apresentam o sintoma mais grave
da doença, a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) – não deu garantias de
entrega.
Para solucionar o desfalque do material, Mandetta informou que há um projeto
de parceria para expandir a capacidade de produção de respiradores por fábricas
brasileiras. Uma firma que fabricava cerca de 500 por dia fechou acordo para a
entrega de 6,5 mil unidades em um prazo de três meses para o governo
federal.
Segundo o diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, a meta é garantir que companhias nacionais viabilizem no total 14 mil respiradores, sendo sete mil para Unidades de Tratamento Intensivo e sete mil para transporte de pacientes em estado grave.
O diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Diias, durante a coletiva de imprensa e boletim diário, sobre à infecção pelo novo coronavírus no país
Em relação aos equipamentos de proteção individual (EPIs), o ministro
afirmou de que já foram repassados mais de 50 milhões aos estados. Na próxima
sexta-feira (10), a perspectiva é que chegue um novo carregamento de 40
milhões. Já os testes rápidos tiveram 500 mil kits
distribuídos. Até sexta, a promessa é de entrega de mais 1 milhão de exames.
Aporte de verbas
De acordo com Mandetta, o Ministério da Saúde já aportou R$ 7,6 bilhões em
ações de prevenção e combate ao novo coronavírus. Do montante, R$ 600 milhões
foram repassados aos estados para planos de contingência, somados a R$ 430
milhões, proporcionais à população de cada unidade da Federação. Cerca de
R$ 900 milhões foram destinados ao programa Saúde na Hora, R$ 1,5 bilhão para
compra de EPIs e R$ 650 milhões para leitos.
Entre os repasses estão mais verbas para custeios dos leitos de UTI voltados
a pacientes com covid-19. O valor será dobrado, de R$ 1,6 mil por dia,
para os leitos habilitados durante o período da pandemia e será mantido durante
três meses. O recurso viabiliza despesas como luz, pessoal e outros gastos com
manutenção.
Além disso, está em construção o primeiro hospital de campanha em Goiás, na região do
entorno do Distrito Federal. Conforme Mandetta, a decisão de criar o centro de
apoio a pessoas infectadas pelo novo coronavírus se deve ao fato de o
governador, Ronaldo Caiado, ter solicitado ajuda emergencial. O governo é
responsável pela construção, entretanto, administração, insumos e recursos
humanos deverão ser fornecidos pelo governo de Goiás.
Outras estruturas semelhantes poderão ser montadas para atender populações
indígenas. Um caso já foi registrado em uma tribo da etnia yanomami.
Hospitais de pequeno porte
O ministério anunciou hoje também que autorizou o uso de
leitos de cuidado prolongado de hospitais de pequeno porte para tratamento de
pacientes provenientes de UTIs e outros leitos. O objetivo é desafogar as
unidades de saúde dos grandes centros diante do crescimento da demanda
ocasionado pelo avanço da pandemia do novo coronavírus. A permissão será
concedida a hospitais com até 49 leitos, desde que pelo menos um dele tenha
atendimento ao Sistema Único de Saúde. A medida terá
caráter temporário.
Politização
Durante a apresentação, Mandetta criticou representantes do governo de São
Paulo. O ministro se referiu a uma fala do infectologista David Uip, que mais
cedo revelou ter recomendado ao Ministério da Saúde o uso de hidroxicloroquina
para tratamento de covid-19.
Mandetta reforçou que a definição médica individual é o que deve ser considerado no tratamento da doença e que só recomendará a cloroquina e a hidroxicloroquina caso sejam referendadas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) como medicamentos viáveis no tratamento contra o novo coronavírus. “Em uma videoconferência com o CFM e David Uip, discutimos se utilizaríamos cloroquina nos graves. Deliberamos que quem analisa é o CFM. Hoje este medicamento não tem paternidade, o governador não precisa querer politizar o assunto, ele está colocado. Quando a gente coloca situações que possam ser complexas, que nós precisamos que os conselhos analisem”, disse o titular da Saúde.
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, durante a coletiva de imprensa e boletim diário, sobre à infecção pelo novo coronavírus no país
Mandetta ponderou que ministrar a hidroxicloroquina pode ser “complicado”
antes do diagnóstico de covid-19, uma vez que muitas pessoas chegam aos
hospitais com sintomas de síndrome gripal e leva um tempo até o diagnóstico e
identificação correta do novo coronavírus. “Outra dúvida, 85% das pessoas que
têm sintomas ficam bem tomando tylenol e se curam. Será que seria inteligente
dar remédio para 85% das pessoas que não precisam dele e tem efeitos
colaterais?”, questionou, lembrando que o medicamento pode gerar arritmia, com
riscos a pacientes que não estão internados.
No último posicionamento sobre o tema, o Conselho Federal de Medicina
esclareceu em nota que até o momento a Organização Mundial da Saúde (OMS) não
recomenda nenhum tratamento e que “não há estudos conclusivos que comprovem a
eficácia e segurança do uso de medicamentos que contêm cloroquina e
hidroxicloroquina para o tratamento da covid-19.”
Matéria ampliada às 20h45
Edição: Pedro Ivo de Oliveira
Publicado em 08/04/2020 – 19:42 Por Jonas
Valente – Repórter da Agência Brasil – Brasília
O Senado recorreu ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1)da decisão
da Justiça Federal de Brasília que bloqueou o dinheiro do Fundo Eleitoral e do
Fundo Partidário, colocando a verba à disposição do governo federal para o
combate à pandemia do novo coronavírus (covid-19).
Na liminar (decisão provisória), concedida ontem (7), o
juiz Itagiba Catta Preta, da 4ª Vara Federal Cível de Brasília, determinou que
as verbas sejam utilizadas “em favor de campanhas para o combate à pandemia de
coronavírus” ou para “amenizar suas consequências econômicas”. A aplicação do
dinheiro fica a critério do presidente Jair Bolsonaro, de acordo com o
magistrado.
No recurso, a Advocacia do Senado alega que a destinação do fundo eleitoral
“está sendo discutida no Congresso Nacional pelos representantes eleitos pelo
povo” e que a imediata utilização dos recursos sem prévia autorização
legislativa ameaça a segurança jurídica.
A União também pediu a derrubada da liminar, alegando que a primeira
instância da Justiça Federal não tem competência para decidir sobre a execução
orçamentária federal, tendo violado de forma “brutal” o princípio de separação
dos poderes, “colocando em risco a normalidade institucional do país”, diz o
recurso protocolado pela Advocacia-Geral da União (AGU).
Os pedidos para derrubar a liminar devem ser analisados pela presidência do
Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1).
O valor previsto para o financiamento das campanhas nas
eleições municipais de outubro é R$ 2 bilhões. O fundo partidário,
que é repassado mensalmente para custeio das legendas, corresponde a um total
de R$ 959 milhões, pelo orçamento deste ano.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também deve se debruçar sobre a questão
em breve. Nesta semana, o ministro Luiz Felipe Salomão, relator da uma consulta do
partido Novo para destinar sua parcela do fundo partidário para o combate
ao covid-19, levou o questionamento para exame do plenário “com a
devida urgência”.
Edição: Fernando Fraga
Publicado em 08/04/2020 – 12:46 Por Felipe
Pontes – Repórter da Agência Brasil – Brasília
Confira na íntegra o comunicado divulgado no início da tarde desta
quarta-feira (08/04)
“A Prefeitura Municipal de Pires do Rio por meio da Secretaria Municipal de
Saúde, comunica com muito pesar, o primeiro caso confirmado de Covid 19 em
nossa cidade.
O paciente era uma pessoa idosa que possuía outras comorbidades e acabou não
resistindo.
Esclarecemos que o paciente não procurou atendimento na rede municipal de
saúde. Informamos ainda que o núcleo de vigilância epidemiológica recebeu
através da Regional de Saúde (Catalão) a confirmação do caso.
Reforçamos a importância do isolamento social e
que esse é o momento de nos preocuparmos com a preservação de vidas.
Seguimos na luta e acreditamos que com apoio de toda a população,
conseguiremos vencer essa batalha!”
Na manhã desta quarta-feira, 08 de abril, a prefeitura
municipal de Pires do Rio, divulgou, sem maiores esclarecimentos ou detalhes, através
das redes sociais a confirmação da primeira morte pelo coronavírus.
Após a confirmação surgiram muitas dúvidas e questionamentos
sobre o caso. As pessoas querem saber o que foi feito, o que será feito, se a
pessoa que veio a óbito estava em isolamento social ou se estava internada, se fez
ou está fazendo triagem para evitar disseminação.
A princípio, o comitê de enfrentamento do coronavírus,
através da secretaria municipal de saúde em Pires do Rio está preparando uma
entrevista coletiva para que todas as dúvidas possam ser esclarecidas.
A atividade do comércio brasileiro em março teve queda de
16,2%, informa o Serasa Experian! Foi a maior queda no comparativo mensal da
série histórica, iniciada em 2000! Em fevereiro, segundo o IBGE, o comércio
tinha subido 1,2%!
A dívida global, em todos os setores, subiu mais de 10
trilhões de dólares em 2019 e chegou a 255 trilhões de dólares, estima o
Instituto Internacional de Finanças – IIF! Isto equivale a 322% do PIB mundial
e este ano deve subir pra 342%! É muita dívida!
Há menos de duas semanas a Secretaria do Tesouro Nacional
estimava um rombo nas contas do governo federal de 200 bilhões de reais para
este ano! Agora estima o déficit primário em até 500 bilhões de reais! Está
fazendo o papel de ser o mais pessimista possível! Tem que acontecer o pior dos
cenários para um rombo destes!
Até o dia 5 de abril o superávit da balança comercial do
Brasil foi de 6,44 bilhões de dólares, queda de 43% comparado com o mesmo
período do ano passado, quando o superávit foi de 11,359 bilhões de dólares!
Não há qualquer expectativa de melhora para este ano!
A Caixa Econômica Federal detalhou os montantes estimados
para os pagamentos de três parcelas mensais de 600 reais do auxílio
emergencial! Serão: 43,71 bilhões de reais para o público do Bolsa Família;
29,43 bilhões para o público já inscrito no Cadastro Único e 25 bilhões para
trabalhadores informais, autônomos e MEIs! Dinheiro bem empregado!
PL
autoriza concessão de crédito durante crise do covid-19.
O Senado aprovou hoje (7) o Projeto de Lei (PL) 1.282/2020, que pretende
socorrer as microempresas durante o período de duração da pandemia do novo
coronavírus. O projeto autoriza a concessão de crédito para microempreendedores
individuais (MEI) e microempresas com risco assumido pelo Tesouro Nacional. O
texto vai à Câmara dos Deputados. Se aprovado sem alterações de mérito, seguirá
para sanção presidencial.
A aprovação ocorreu por unanimidade, com 78 votos favoráveis. Segundo a
relatora do projeto, senadora Kátia Abreu (PP-TO), o projeto é necessário para
auxiliar as empresas que mais empregam no país. “As instituições financeiras
públicas e privadas possuem os recursos para empréstimos, mas não os concedem
porque, temporariamente, os riscos dos tomadores de empréstimos não podem ser
adequadamente calculados”.
O projeto sugere a disponibilização de um valor de R$ 10,9 bilhões, com as
operações de crédito podendo ser formalizadas até o final de julho. O crédito
deve ser destinado às microempresas, que têm faturamento bruto anual de até R$
360.000, com juros de 3,75% ao ano, prazo de 36 meses para o pagamento e
carência de seis meses para início do pagamento. Banco do Brasil, Caixa
Econômica, bancos cooperativos e cooperativas de crédito poderão participar do
programa.
O texto do substitutivo, assinado por Kátia Abreu, foi costurado em acordo
com a equipe econômica do governo. A ideia é garantir o apoio de todas as
lideranças do Senado, tanto do governo quanto da oposição, e facilitar a
aprovação no Congresso Nacional. A relatora acatou algumas emendas, dentre elas
a obrigatoriedade das empresas tomadoras do financiamento em manter seus
funcionários até o fim do estado de calamidade pública.
A senadora Simone Tebet (MDB-MS) pediu a palavra para apoiar o projeto e
incentivar, ao fim do período de calamidade, uma discussão de apoio permanente
às micro e pequenas empresas. “A maioria dos empregos formais são garantidos
pelo pequeno e microempresário. E são os que mais empregam mulheres no Brasil.
Que este projeto sirva não apenas em caráter transitório. Quem sabe, com outros
critérios, poderemos transformar esse projeto em definitivo”.
Edição: Fábio Massalli
Publicado em 07/04/2020 – 21:09 Por Marcelo
Brandão – Repórter da Agência Brasil – Brasília