Aumento
foi 5% em relação ao primeiro trimestre de 2019, diz IBGE.
O abate de frangos no país atingiu um volume de 1,51 bilhão de animais no
primeiro trimestre deste ano. O volume, que é recorde, representou aumentos de
5% em relação ao primeiro trimestre de 2019 e de 2,8% em relação ao último
trimestre daquele ano. Os dados foram divulgados hoje (10) pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O abate de suínos, que chegou a 11,88 milhões de animais no primeiro trimestre
deste ano, teve aumento de 5,2% em relação ao primeiro trimestre de 2019, mas
recuou 0,2% na comparação do último trimestre daquele ano.
Já o abate de bovinos, que atingiu 7,25 milhões de animais, teve quedas de
8,5% em relação ao primeiro trimestre de 2019 e de 10,2% na comparação com o
último trimestre do ano passado.
Outros produtos
A produção de ovos chegou a 965,1 milhões de dúzias no primeiro trimestre
deste ano, alta de 3,9% em relação ao primeiro trimestre de 2019 e queda de
2,5% na comparação com o último trimestre daquele ano.
A aquisição de leite por unidades beneficiadoras atingiu 6,3 bilhões de
litros, uma alta de 1,8% em relação ao primeiro trimestre do ano passado e
queda de 5,5% na comparação com o último trimestre de 2019.
No primeiro trimestre deste ano, foram adquiridos 7,8 milhões de unidades de
couro por curtumes, o que representam quedas de 11,3% em relação ao primeiro
trimestre de 2019 e de 3,7% na comparação com o último trimestre do ano
passado.
Edição: Valéria Aguiar
Publicado em 10/06/2020 – 11:00 Por Vitor
Abdala – Repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro
A pandemia da Covid-19 coloca ao mundo vários desafios, como
o controle da disseminação, capacidade de atendimento, e a busca para o
tratamento da doença. No Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia
(HMAP) foi adotado um protocolo com uso de seis medicamentos em pacientes com
suspeita ou positivados para o novo coronavírus.
O tratamento consiste no uso dos seguintes medicamentos, azitromicina, hidroxicloroquina, oseltamivir, heparina,
enoxaparina e ivermectina. Eles estão inseridos na lista de
medicamentos preconizados pelo Ministério da saúde e em estudos clínicos
mundialmente analisados para o enfrentamento da Covid-19.
De acordo com Coordenadora Farmacêutica, a Érika Nogueira a azitromicina,
que é antibacteriano, com hidroxicloroquina, que é um antimalárico é um
protocolo que necessita de uma pré-avaliação do paciente. “Em todos os
protocolos o individuo é avaliado antes”, explica.
Na maioria dos casos, o tratamento se inicia com a azitromicina junto com a
enoxaparina que é anticoagulante, pois hoje em dia sabe-se que a covid-19
também pode ser uma doença hematológica e não só de síndrome respiratória, esse
protocolo está sendo usado mundialmente.
O oseltamivir é usado quando a pessoa apresenta sintomas de gripe e ainda
não saiu o resultado para coronavírus. A Ivermectina é um antiparasitário, que
também consta em alguns estudos, e é usada quando o paciente apresenta sintomas
leves da doença.
De acordo com o diretor técnico do HMAP, Sérgio Vêncio a equipe do HMAP
analisa junto com Sírio-Libanês caso a caso para ver quais os remédios são
indicados para cada paciente. “Nós levamos em conta até medicamentos que não
tenha aprovação legal, e em alguns casos optamos por eles devido à falta de uma
medicação que cure o Covid. Não temos nem vacina nem remédio específicos”,
revela.
Sérgio Vêncio ressalta que em alguns casos há o uso da hidroxicloroquina.
“Usamos de acordo com a situação do paciente, analisamos os dias de
contaminação e a gravidade do caso. Nós usamos esse arsenal de medicamentos que
todo mundo está usando. Cada paciente e as doses dos remédios são analisados
separadamente”, avalia.
Referência para tratamento da COVID-19
O Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (HMAP) é referência no
tratamento da Covid-19 em Aparecida. A unidade possui 110 leitos hospitalares
exclusivos para tratamento do novo coronavírus.
São 50 Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) que estão dispostos em duas
salas que atendem protocolos de isolamento. 60 leitos de semi-UTI, todos
com pontos de oxigênio, se localizam em uma ala isolada das demais.
Da eleição de 1958, lembro de tio Ivan Ferreira, eu com onze anos, ouvindo pelo rádio, em casa, a apuração dos votos, quando apontaram o resultado favorável para Taciano Gomes de Melo, tio Ivan exclamou, que bom! Minha mãe, na lida doméstica, o indagou, você torce por ele? Já que este e meu pai, não revelavam seus votos, sim… Abadia, ele nos ajuda nas obras do Ginásio Coração de Jesus e precisamos desse apoio.
Certamente eram amigos assim como meu pai o era. Pedro Ferreira, quando
chegou a Pires do Rio recém formado em direito, mas tendo trabalhado na
Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, na cidade de Goiás com o então
futuro ministro Alfredo Nasser foi logo convidado por Dr. Taciano para ser
secretário da prefeitura municipal.
Outros laços ainda os ligavam a Dr. Taciano, Maria Luíza era filha de José
Xavier de Almeida, também da cidade de Goiás, como eles, e que tinha sido
presidente da Província de Goiás de 1900 a 1905. Culta, refinada, preocupada
com a educação dos filhos tinha uma aproximação maior com ambos. Era comum
ouvi-los comentar sobre a dedicação desta aos filhos e a sua inteligência
excepcional.
Taciano foi sem dúvida o maior e o mais carismático líder político de Pires
do Rio, reinava absoluto, já chegou à cidade com respeitabilidade. Sua carreira
nasceu alí. Era o dono da chuva e do sol. Contou-me a história oral, esta dita
por meu pai e tios da família Rincon, e seus mandatos relacionados abaixo assim
o confirmam.
Firme, inteligente, sensato e hábil nas resoluções, conseguia facilmente o
consenso de todos. Entre seus aliados maiores, figuras expressivas e honradas
como o médico Edson Monteiro de Godoy, que viria ser também um líder político
além do munícipio, Celso Inocêncio de Oliveira, Aristeu Ferreira, Jaime Guiotti,
José Gonçalves de Araújo, Benedito Gonçalves de Araújo, Antônio Gonçalves de Araújo,
Clóvis Gonçalves Veiga, Pacifico Inocêncio de Oliveira, Mário Arruda, dentre
outros.
João Rincon que tinha sua liderança política, embora em menor dimensão, por
ter sido prefeito de Pires do Rio, também integrava seu grupo de amigos e
seguidores no mesmo partido. Eis que na eleição municipal de 1944 João Rincon,
propôs como candidato a prefeito, o nome de seu filho Joviano, Dr. Taciano
naturalmente com o apoio do partido, escolhe outro, João Rincon, rompeu e foi
para o pequeno quadro da oposição e o fortalece com a sua chegada. Estava aí
criada a oposição que acabou por eleger mais tarde, com Dr. Taciano ainda na
liderança política de Pires Rio, Gaudêncio Rincon Segóvia e Goiaz Cavalcante,
cada um em dois mandatos alternados e consecutivos.
João Rincon, mesmo rompido, nos relatou também a história oral, nutria admiração
por Dr. Taciano e desgosto por ter sido a sua proposta preterida. Na morte de
João Rincon em 1949, Dr. Taciano, foi um dos que carregaram sua urna funerária
para logo em seguida homenagear-lhe como nome de rua Cel. João Rincon.
Dr. Taciano, o plantador da “Praça do Jardim” hoje, Praça
Gaudêncio Rincon Segóvia:
“Todo Jardim começa com um sonho de amor. Antes de que qualquer árvore
seja plantada ou qualquer lago seja construído, é preciso que as árvores e os
lagos tenham nascido dentro da alma. Quem não tem Jardins por dentro, não
planta jardins por fora
e nem passeia por eles… ” Rubens Alves…
E Taciano se curvava diante das plantas, de suas viagens sempre trazia sementes,
nos contava Dr. Pedro, plantou árvores, palmeiras e flores, batatas de lírios,
de diferentes lugares. Era seu jardineiro zeloso e apaixonado. Diferente de
outras praças dos jardins, a de Pires do Rio, o coreto não reinava, na verdade
era uma construção rústica, feia. A beleza era natureza onde nós crianças brincávamos
de esfregar o coquinho da palmeira carioca, até então não introduzida em Goiás,
que causava coceiras em quem era tocado. E como no poema, o jardim tinha dois
tanques em forma arredondada, um margeando a parte direita da praça e outro na
parte esquerda.
Conheci os cágados que neles se arrastavam. Não cheguei a ver os peixes. No
abandono a água se tornou verde e com muito lodo. Rodeada por ficus,
rigorosamente bem cortados, a praça tinha calçada larga e nela o vaivém dos
namoros de todas as noites, as mulheres numa direção e os homens noutra, de
forma que um pudesse ver o outro em cada volta. Se o fícus a embelezava, foram
também a razão da morte da praça.
A praga dos “lacerdinhas”, “… o nome popular
“lacerdinha” foi dado a uma espécie de tripes chamada Gynaikothrips
ficorum. Ela induz galhas em folhas de ficus microcarpa, sendo considerada uma
praga em grandes infestações. No Rio de Janeiro ocorreu uma explosão de
lacerdinhas nos anos de 1960-70, e as árvores de Ficus ficaram tomadas destes
insetos. Sem avisar, os tripes invadiam os olhos dos pedestres, causando
profunda irritação. Foi a partir daí que surgiu o apelido de lacerdinha para
este inseto, uma sátira a um político da época, Carlos Lacerda. “E com
Pires do Rio o inseto carioca, não foi diferente, pedestres e ciclistas
desviavam da praça no horário diurno para não sofrerem o seu ataque. Resultado:
o prefeito da época as cortou e deu início a sua reformatação.
Dr. Taciano, o médico:
O médico querido e respeitado por todos, deixou na memória coletiva a reputação
de competência. Se era estudioso na área não posso afirmar, porém inteligente
acertava nos diagnósticos dos que o procuravam. Quantas vezes ouvimos elogios
as suas prescrições.
Dr Taciano o ocaso político:
Nos tempos de Pires do Rio, me recordo de ter visto Dr. Taciano uma ou duas
vezes, no escritório de meu pai. Mais tarde já em Brasília, nos meus dezoito
anos, tive de ir a sua residência levar um documento a pedido de meu pai e
demandado por este. Percebi que era extremamente senhor de si mesmo, digo eu
hoje. Tinha a postura de estadista de dono da festa. De estatura baixa me deu a
sensação de estar à frente de um homem poderoso. Creio que cheguei a tremer.
Pires do Rio o endeusava. Desses que poderiam me arrumar um emprego melhor,
pensava eu na ocasião. Fortemente recomendado por meu pai, me limitei a
entregar o documento. Foi elogioso e afetivo ao se referir a meu pai, mas nada
perguntou sobre mim… risos …
Em pleno cumprimento de seu mandato de Senador, deve ter sido abordado por
Juscelino Kubitschek, se aceitaria renunciar ao cargo para que ele, Juscelino,
de seu partido político, pudesse concorrer a senador por Goiás. Aceitou. Foram
lhe repassados como recompensa um cartório em Brasília e o cargo vitalício de
Ministro de Tribunal de Contas do Distrito Federal, onde foi aposentado, mais
tarde pelo A.I. 5, pelos militares, justamente por ter sido beneficiado dessa
benesse do Governo.
A oposição e mesmo seus correligionários em Pires do Rio se ressentiram por
este nada ter solicitado para Pires do Rio. Logo em seguida vendeu suas
propriedades na cidade a Gaudêncio Rincon e se afastou da cidade e da vida
política.
Continuou, no entanto ele e Dona Maria Luiza, serem periodicamente visitado por
piresinos residentes em Brasília e cada vez menos de Pires do Rio. Seguiram
ofertando sua amizade os “brazilienses de Pires” com os quais sempre tive
ligações estreita, Maurílio Ferreira, sobrinho do senhor Aristeu Ferreira,
casado com Ivânia (neta de João Rincon), Antônia Gonçalves de Araújo, Maria
Catarina de Freitas, viúva Natal Gonçalves de Araújo (Cati) e outros.
Faleceu em 1986 sem nenhum protagonismo maior este homem de uma linda
trajetória política e sem nenhuma homenagem da sua Pires do Rio que tão bem o
acolheu e foi tão amada por ele. Os sinos do relógio da Igreja Matriz, ainda
devem no seu badalar lembrar a alguns de sua pessoa, pois este foi uma doação
do mesmo a paróquia, que tantas vezes o abençoou e que assim siga até a eternidade.
Um homem bom que se deixou levar pelas benesses do poder e da ambição. Segue
seu perfil político registrado na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás:
Perfil biográfico de Taciano Gomes de Melo – PSD. Estudos: Faculdade de Medicina, 1930. Profissão: Médico/ Fazendeiro. Nascimento: 12 de janeiro de 1904, Capela, Alagoas. Residência: Pires do Rio, Goiás. Filiação: Antônio Gomes de Araújo Mello e Cândida Gomes de Mello. Cônjuge: Maria Luíza Xavier de Almeida e Mello. Filhos: Taciano Jr. Antônio e Alberto Xavier. Vida Política e Parlamentar: Prefeito de Pires do Rio, eleito em 1936. Constituinte Estadual, 1935; Deputado Estadual (PSR), Legislatura 1935-1937; Vice – Governador ( 1935-1937). Prefeito de Pires do Rio (1937-1945) Constituinte Estadual, 1947; Presidente da Assembleia Legislativa durante a Constituinte 22 de março a 20 de julho de 1947; Deputado Estadual (PSD), 1ªLegislatura (1947-1951), Prefeito de Pires do Rio, 1951-1954. Deputado Federal (PSD), ( 1955-1959), Senador (PSD), (1959-1960); renuncia em 1961 num acordo do PSD para eleição de Juscelino Kubistechek. Outras Informações: Inspetor Sanitário, Santa Cruz. Ministro do Tribunal de Contas, Distrito Federal (1960-1969) – aposentado em 30 de abril de 1969 pelo AI-5. Filiado ao Partido Social Republicano, 1934/37; Filiado ao Partido Social Democrático, 1945. Irmão: Sílvio Gomes de Mello. Falecimento: 4 de julho de 1986. “Um vulto entre vultos …
Medida
garantiria pagamento da renda emergencial, diz deputado.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu nesta
terça-feira (9) uma discussão sobre o corte de salários de servidores públicos
do Executivo, Legislativo e Judiciário como forma de diminuir o impacto
orçamentário provocado pela pandemia do novo coronavírus.
“Se os três Poderes estiverem de acordo, que não seja um corte muito
grande, cortando os salários mais altos por poucos meses, para garantia da
renda emergencial, tenho certeza de que o Parlamento está disposto a dialogar e
conversar para conseguir fazer o que é fundamental: cuidar dos mais
vulneráveis. Temos que construir as condições para continuar transferindo
renda”, disse Maia.
Segundo o parlamentar, o pagamento de todo o funcionalismo público federal
tem impacto de R$ 200 bilhões no Orçamento da União. Desse total, R$ 170
bilhões são destinados ao Poder Executivo, R$ 25 bilhões ao Poder Judiciário e
ao Ministério Público e R$ 5 bilhões aos servidores do Congresso Nacional,
incluindo os parlamentares da Câmara e do Senado.
“Todos os salários [do funcionalismo público] são R$ 200 bilhões no ano, e o
[pagamento]
dos R$ 600 são R$ 100 bilhões em dois meses. O Parlamento está
disposto a sentar e dialogar. Essa proposta partiu da Câmara dos Deputados, e
vamos discutir condições de manter essa renda aos mais vulneráveis”, disse o
deputado.
Reforma tributária
Rodrigo Maia voltou a dizer que a Câmara dos Deputados não vai votar aumento
de carga tributária, especialmente após a crise provocada pela covid-19. No
entanto, afirmou que dedução do imposto sobre a renda é uma discussão
importante.
“Vamos criar um sistema mais simples e vamos avaliar se a tributação sobre o
consumo poderá ser maior do que a da renda, porque isso significa que estamos
tributando mais a base do que a elite”, disse Maia.
“Esse debate precisa ser feito. Na reforma da Previdência, quem fez o
sacrifício foram os servidores e os trabalhadores. Na administrativa, são os
servidores. Mas, na tributária, serão os empresários porque, se não estiverem
dispostos a contribuir, fica parecendo que vamos colocar todos os sacrifícios
no colo dos trabalhadores e dos servidores públicos”, completou.
Edição: Nádia Franco
Publicado em 09/06/2020 – 17:12 Por Heloisa
Cristaldo – Repórter da Agência Brasil – Brasília
Objetivo
é fortalecer sistema imunológico e reduzir chance de infecção.
Pesquisadores da equipe do Hospital Professor Polydoro Ernani de São Thiago,
da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), estudam a viabilidade de se
usar a vacina contra poliomielite (mais comumente chamada de paralisia
infantil) no combate à covid-19. A expectativa é de que a substância seja usada
não como imunização contra o novo coronavírus, mas no fortalecimento do sistema
imunológico, reduzindo as chances de se contrair a infecção ou, ao menos,
atenuando os sintomas graves do quadro clínico.
Em entrevista concedida à Agência Brasil, o coordenador da
pesquisa, Edison Fedrizzi, explicou que a possibilidade vem sendo estudada em
todo o mundo, inclusive pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC),
dos Estados Unidos.
“O que há de pesquisa hoje é, justamente, procurando uma
vacina que estimule a produção de anticorpos contra a covid-19. O que estamos
propondo agora é utilizar alguma dessas vacinas que temos no nosso meio, já
disponíveis, para estimular essa primeira etapa [de defesa do organismo]. Como
não é uma vacina contra o novo coronavírus, não vamos produzir anticorpos
contra ele. O que queremos é fazer uma barreira protetora, inicial, para que o
indivíduo não desenvolva a infecção, caso entre em contato com o vírus.
Pensamos que poderíamos, também através desse estímulo de defesa, diminuir a
gravidade da doença”, detalhou.
Para avaliar se o método é eficaz, o grupo de pesquisadores da UFSC pretende
selecionar 300 voluntários, todos trabalhadores da área da saúde. A escolha
desse segmento se deve ao fato de que estão mais expostos à covid-19 e podem
ser beneficiados pelo projeto mais diretamente. Metade deles irá receber a
vacina oral de poliomielite (VOP) e a outra metade receberá placebo.
De acordo com o pesquisador, como vacina emergencial, foram consideradas
outras duas opções: a BCG, que protege contra tuberculose, e a de sarampo.
Ambas também já estão sendo testadas por cientistas. “Todas têm como
característica o microorganismo vivo, mas atenuado. Esses tipos de vacina
provocam uma resposta imunológica, essa que nós queremos estimular, a inata,
muito grande, importante, diferente de outras vacinas, em que temos apenas a
proteína ou o microorganismo morto, como a de hepatite, a do HPV”,
esclareceu Fedrizzi.
“Tínhamos essas três candidatas a essa função. Vimos algumas
discussões, principalmente do CDC, do virologista Robert Gallo, falando que a
vacina da pólio tem muitas vantagens, porque não seria uma medicação injetável,
seria via oral, com rápida resposta, uma vacina barata, segura e com a qual
temos grande chance de termos essa proteção”, comentou o coordenador,
salientando que a vacina específica contra o Sars-coV-2, como a que está sendo
desenvolvida pelo Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração
(Incor), da Universidade de São Paulo (USP), ainda pode demorar vários
meses para ficar pronta.
“O que observamos em outros países é que a vacina de poliomielite
passou a ser incorporada junto com outras, no calendário da criança, de forma
injetável. Então, perdeu um pouco desse perfil de estimular a imunidade inata
que a oral nos dá. Nós temos uma facilidade enorme em relação a países que já
trocaram a vacina oral pela injetável: o fato de termos disponível a forma
oral, produzida pela Bio-Manguinhos [Instituto de Tecnologia em
Imunobiológicos], que é barata e é oferecida no Programa Nacional de
Imunizações. E aqui também temos a indicação dessa vacina para adultos quando
vão viajar para algum país que tenha a doença como endêmica. Então, pessoas
adultas, quando vão para esses locais, recebem essa recomendação”,
acrescentou.
De acordo com o Ministério da Saúde, a poliomielite ainda aparece com alta
incidência no Afeganistão, na Nigéria e no Paquistão. Desde 1990, o poliovírus
selvagem não é identificado no Brasil e, em outubro de 2019, a Organização
Mundial da Saúde (OMS) repercutiu o anúncio, feito por uma comissão
independente de especialistas, de que o poliovírus selvagem tipo 3 foi
erradicado em todo o mundo, de forma que somente o tipo 1 ainda circula.
Segundo Fedrizzi, a equipe tem conseguido apoio para desenvolver o projeto,
mas ainda precisa ampliar o aporte de recursos para iniciar as pesquisas. Para
que possa seguir com o cronograma desenhado, aguarda retorno do Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do Ministério da
Saúde, a quem submeteu a proposta para obtenção de recursos, e da Comissão
Nacional de Ética em Pesquisa (Conep). Até o momento, os pesquisadores se
reuniram com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), responsável pela
Bio-Manguinhos, e conseguiram verbas da Fundação de Amparo à Pesquisa e
Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc). Outro requisito cumprido foi a
anuência do comitê de ética da UFSC.
O coordenador ainda destacou que, apesar de estarem contando com o
indicativo de que a vacina de poliomielite possa ser empregada para esse fim, é
preciso entender que não se trata de uma certeza. “Temos bastante evidências de
que isso pode funcionar, mas não podemos dizer que isso vai funcionar”,
destacou.
“Não podemos correr o risco de fazer o que a gente vê que está acontecendo,
que é quando sai na mídia ‘olha, tem uma medicação que vai ser testada e,
possivelmente, tenha uma ação contra o coronavírus’, e as pessoas acabam indo
às farmácias e esgotando a medicação. Então, gostaria de que as pessoas
tivessem um pouco de calma, porque é um estudo e temos bons argumentos de que
possa funcionar. Assim que a gente tiver os resultados, a gente vai
divulgar.”
Edição: Lílian Beraldo
Publicado em 09/06/2020 – 16:32 Por Letycia
Bond – Repórter da Agência Brasil – São Paulo
Disputas
municipais estão marcadas para 4 e 25 de outubro.
Em ofício enviado hoje
(9) à cúpula do Congresso Nacional, o vice-procurador-geral eleitoral, Renato
Brill de Góes, voltou a defender a realização das eleições municipais nas datas
previstas, em 4 e 25 de
outubro, mesmo no contexto da pandemia do novo coronavírus.
A manifestação foi enviada aos presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo
Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que se reuniram ontem (8) com o presidente do Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, para discutir questões
de saúde e a possibilidade de adiamento do pleito.
No novo ofício, Brill de Góes afirmou que “estão em jogo elementos fundantes
da República”. Como fiscal do processo eleitoral, ele disse que é necessário
ressaltar aos líderes do Congresso pontos que já haviam sido levantados por ele
em um parecer enviado ao TSE em maio.
Em ambos os documentos, Brill de Góes cita estudos de universidades no
Brasil, nos Estados Unidos e em países europeus e asiáticos que preveem a
estabilização do número de registros de novos casos de covid-19 até o fim de julho, ainda antes
do início das campanhas, que devem começar em agosto.
“Nesse contexto, entende-se que a curva preditiva de tais pesquisas permite
sejam mantidas as datas estabelecidas no Art. 29, II, da Constituição Federal
para a realização das eleições, afastando-se a hipótese de seu adiamento”,
escreveu o vice-procurador-geral eleitoral.
Brill de Góes citou ainda as eleições realizadas pela Coreia do Sul em 15 de abril e mencionou
nove países que devem realizar eleições até o fim do ano, como Estados Unidos,
Espanha e Chile.
Para que haja qualquer mudança no calendário eleitoral, o Congresso precisa
aprovar uma proposta de emenda à Constituição (PEC). Empossado no mês passado
na presidência do TSE, o ministro Luís Roberto Barroso tem dito que o
adiamento, ou não, das eleições é uma “decisão política”, embora pregue que o
Congresso tenha como prioridade a saúde do eleitor.
Edição: Nádia Franco
Publicado em 09/06/2020 – 13:48 Por Felipe
Pontes – Repórter da Agência Brasil – Brasília
Uma live
especial foi feita para falar sobre a polêmica.
Após afirmar que a contaminação a partir de pessoas assintomáticas seria
“rara”, a infectologista Maria Van Kerkhove – responsável técnica pelo
time de combate à covid-19 da Organização Mundial da Saúde (OMS) – esclareceu
hoje (9), em uma entrevista especial, que houve um mal-entendido sobre a fala.
“Recebi muitas mensagens pedindo esclarecimentos sobre alguns argumentos que
usei ontem durante a coletiva de imprensa. Acho importante esclarecer alguns
mal-entendidos sobre minha fala de ontem. O que sabemos sobre transmissão é
que, [das] pessoas que estão infectadas com covid-19, muitas desenvolvem
sintomas. Mas muitas não. A maior parte da transmissão conhecida vem de pessoas
que apresentam sintomas do vírus e passam para outras através de gotículas
infectadas. Mas há um subgrupo de pessoas que não desenvolvem sintomas. E, para
entender verdadeiramente esse grupo, não temos uma resposta concreta ainda. Há
estimativas de que o número gire entre 6% a 41% da população. Mas sabemos que
pessoas que não têm sintomas podem transmitir o vírus”, reiterou.
A médica fez questão, ainda, de frisar que há diferenças entre
“pré-sintomáticos” – aqueles indivíduos que foram infectados, mas que ainda
estão na fase de incubação do vírus – e “assintomáticos” – os indivíduos que,
apesar de infectados por um período mais longo de tempo, não desenvolveram
nenhum sintoma clássico da doença.
“O que fiz referência ontem, durante a coletiva de imprensa, foi a poucos
estudos, dois ou três, que foram publicados e tentaram seguir casos
assintomáticos. Eu estava apenas respondendo a uma pergunta [feita por
jornalistas], não estava declarando qualquer mudança de abordagem da OMS.
Nisso, usei a frase ‘muito rara’, mas isso não quer dizer que a transmissão
vinda de pessoas assintomáticas seja ‘muito rara’ globalmente”,
argumentou.
Foco prático
Segundo Mike Ryan, médico epidemiologista especializado em doenças
infecciosas e diretor executivo do Programa de Emergências da OMS, há um foco
em ações práticas que diminuam os números de mortos e infectados por covid-19
em escala global. “Estamos tentando entender o que impulsiona a transmissão
comunitária. Queremos salvar vidas. Quando damos conselhos sobre estratégias
amplas de como controlar a doença, estamos focando em identificar os casos,
acompanhar a trajetória [da infecção], testar esses casos e garantir que haja
quarentena.”
O médico voltou a assegurar o entendimento da questão que, segundo a OMS,
foi publicada por veículos de todo o mundo e gerou controvérsias sobre o papel
do isolamento social e da quarentena. “Qualquer que seja a proporção de
transmissão a partir de indivíduos assintomáticos – e esse número é
desconhecido –, ela [a transmissão] está ocorrendo. Estamos convencidos disso.
A questão é o quanto.”
Publicado em 09/06/2020 – 14:29 Por Pedro Ivo
de Oliveira – Repórter da Agência Brasil – Brasília