quarta-feira, dezembro 10, 2025
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Abate de frangos no país atingiu volume recorde no primeiro trimestre

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Aumento foi 5% em relação ao primeiro trimestre de 2019, diz IBGE.

O abate de frangos no país atingiu um volume de 1,51 bilhão de animais no primeiro trimestre deste ano. O volume, que é recorde, representou aumentos de 5% em relação ao primeiro trimestre de 2019 e de 2,8% em relação ao último trimestre daquele ano. Os dados foram divulgados hoje (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O abate de suínos, que chegou a 11,88 milhões de animais no primeiro trimestre deste ano, teve aumento de 5,2% em relação ao primeiro trimestre de 2019, mas recuou 0,2% na comparação do último trimestre daquele ano.

Já o abate de bovinos, que atingiu 7,25 milhões de animais, teve quedas de 8,5% em relação ao primeiro trimestre de 2019 e de 10,2% na comparação com o último trimestre do ano passado.

Outros produtos

A produção de ovos chegou a 965,1 milhões de dúzias no primeiro trimestre deste ano, alta de 3,9% em relação ao primeiro trimestre de 2019 e queda de 2,5% na comparação com o último trimestre daquele ano.

A aquisição de leite por unidades beneficiadoras atingiu 6,3 bilhões de litros, uma alta de 1,8% em relação ao primeiro trimestre do ano passado e queda de 5,5% na comparação com o último trimestre de 2019.

No primeiro trimestre deste ano, foram adquiridos 7,8 milhões de unidades de couro por curtumes, o que representam quedas de 11,3% em relação ao primeiro trimestre de 2019 e de 3,7% na comparação com o último trimestre do ano passado.

Edição: Valéria Aguiar

Publicado em 10/06/2020 – 11:00 Por Vitor Abdala – Repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro

Hospital de Aparecida de Goiânia incluiu hidroxicloroquina entre remédios contra Covid-19

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A pandemia da Covid-19 coloca ao mundo vários desafios, como o controle da disseminação, capacidade de atendimento, e a busca para o tratamento da doença.  No Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (HMAP) foi adotado um protocolo com uso de seis medicamentos em pacientes com suspeita ou positivados para o novo coronavírus.

O tratamento consiste no uso dos seguintes medicamentos, azitromicina, hidroxicloroquina, oseltamivir, heparina, enoxaparina e ivermectina. Eles estão inseridos na lista de medicamentos preconizados pelo Ministério da saúde e em estudos clínicos mundialmente analisados para o enfrentamento da Covid-19.

De acordo com Coordenadora Farmacêutica, a Érika Nogueira a azitromicina, que é antibacteriano, com hidroxicloroquina, que é um antimalárico é um protocolo que necessita de uma pré-avaliação do paciente. “Em todos os protocolos o individuo é avaliado antes”, explica.

Na maioria dos casos, o tratamento se inicia com a azitromicina junto com a enoxaparina que é anticoagulante, pois hoje em dia sabe-se que a covid-19 também pode ser uma doença hematológica e não só de síndrome respiratória, esse protocolo está sendo usado mundialmente.

O oseltamivir é usado quando a pessoa apresenta sintomas de gripe e ainda não saiu o resultado para coronavírus. A Ivermectina é um antiparasitário, que também consta em alguns estudos, e é usada quando o paciente apresenta sintomas leves da doença.

De acordo com o diretor técnico do HMAP, Sérgio Vêncio a equipe do HMAP analisa junto com Sírio-Libanês caso a caso para ver quais os remédios são indicados para cada paciente. “Nós levamos em conta até medicamentos que não tenha aprovação legal, e em alguns casos optamos por eles devido à falta de uma medicação que cure o Covid. Não temos nem vacina nem remédio específicos”, revela.

Sérgio Vêncio ressalta que em alguns casos há o uso da hidroxicloroquina. “Usamos de acordo com a situação do paciente, analisamos os dias de contaminação e a gravidade do caso. Nós usamos esse arsenal de medicamentos que todo mundo está usando. Cada paciente e as doses dos remédios são analisados separadamente”, avalia.

Referência para tratamento da COVID-19

O Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (HMAP) é referência no tratamento da Covid-19 em Aparecida. A unidade possui 110 leitos hospitalares exclusivos para tratamento do novo coronavírus.

São 50 Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) que estão dispostos em duas salas que atendem protocolos de isolamento.  60 leitos de semi-UTI, todos com pontos de oxigênio, se localizam em uma ala isolada das demais.

Por Altair Tavares

Taciano Gomes de Melo, o prefeito Senador da República!

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Da eleição de 1958, lembro de tio Ivan Ferreira, eu com onze anos, ouvindo pelo rádio, em casa, a apuração dos votos, quando apontaram o resultado favorável para Taciano Gomes de Melo, tio Ivan exclamou, que bom! Minha mãe, na lida doméstica, o indagou, você torce por ele? Já que este e meu pai, não revelavam seus votos, sim… Abadia, ele nos ajuda nas obras do Ginásio Coração de Jesus e precisamos desse apoio.

Certamente eram amigos assim como meu pai o era. Pedro Ferreira, quando chegou a Pires do Rio recém formado em direito, mas tendo trabalhado na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, na cidade de Goiás com o então futuro ministro Alfredo Nasser foi logo convidado por Dr. Taciano para ser secretário da prefeitura municipal.

Outros laços ainda os ligavam a Dr. Taciano, Maria Luíza era filha de José Xavier de Almeida, também da cidade de Goiás, como eles, e que tinha sido presidente da Província de Goiás de 1900 a 1905. Culta, refinada, preocupada com a educação dos filhos tinha uma aproximação maior com ambos. Era comum ouvi-los comentar sobre a dedicação desta aos filhos e a sua inteligência excepcional.

Taciano foi sem dúvida o maior e o mais carismático líder político de Pires do Rio, reinava absoluto, já chegou à cidade com respeitabilidade. Sua carreira nasceu alí. Era o dono da chuva e do sol. Contou-me a história oral, esta dita por meu pai e tios da família Rincon, e seus mandatos relacionados abaixo assim o confirmam.

Firme, inteligente, sensato e hábil nas resoluções, conseguia facilmente o consenso de todos. Entre seus aliados maiores, figuras expressivas e honradas como o médico Edson Monteiro de Godoy, que viria ser também um líder político além do munícipio, Celso Inocêncio de Oliveira, Aristeu Ferreira, Jaime Guiotti, José Gonçalves de Araújo, Benedito Gonçalves de Araújo, Antônio Gonçalves de Araújo, Clóvis Gonçalves Veiga, Pacifico Inocêncio de Oliveira, Mário Arruda, dentre outros.

João Rincon que tinha sua liderança política, embora em menor dimensão, por ter sido prefeito de Pires do Rio, também integrava seu grupo de amigos e seguidores no mesmo partido. Eis que na eleição municipal de 1944 João Rincon, propôs como candidato a prefeito, o nome de seu filho Joviano, Dr. Taciano naturalmente com o apoio do partido, escolhe outro, João Rincon, rompeu e foi para o pequeno quadro da oposição e o fortalece com a sua chegada. Estava aí criada a oposição que acabou por eleger mais tarde, com Dr. Taciano ainda na liderança política de Pires Rio, Gaudêncio Rincon Segóvia e Goiaz Cavalcante, cada um em dois mandatos alternados e consecutivos.

João Rincon, mesmo rompido, nos relatou também a história oral, nutria admiração por Dr. Taciano e desgosto por ter sido a sua proposta preterida. Na morte de João Rincon em 1949, Dr. Taciano, foi um dos que carregaram sua urna funerária para logo em seguida homenagear-lhe como nome de rua Cel. João Rincon.

Dr. Taciano, o plantador da “Praça do Jardim” hoje, Praça Gaudêncio Rincon Segóvia:
“Todo Jardim começa com um sonho de amor. Antes de que qualquer árvore seja plantada ou qualquer lago seja construído, é preciso que as árvores e os lagos tenham nascido dentro da alma. Quem não tem Jardins por dentro, não planta jardins por fora
e nem passeia por eles… ” Rubens Alves…


E Taciano se curvava diante das plantas, de suas viagens sempre trazia sementes, nos contava Dr. Pedro, plantou árvores, palmeiras e flores, batatas de lírios, de diferentes lugares. Era seu jardineiro zeloso e apaixonado. Diferente de outras praças dos jardins, a de Pires do Rio, o coreto não reinava, na verdade era uma construção rústica, feia. A beleza era natureza onde nós crianças brincávamos de esfregar o coquinho da palmeira carioca, até então não introduzida em Goiás, que causava coceiras em quem era tocado. E como no poema, o jardim tinha dois tanques em forma arredondada, um margeando a parte direita da praça e outro na parte esquerda.

Conheci os cágados que neles se arrastavam. Não cheguei a ver os peixes. No abandono a água se tornou verde e com muito lodo. Rodeada por ficus, rigorosamente bem cortados, a praça tinha calçada larga e nela o vaivém dos namoros de todas as noites, as mulheres numa direção e os homens noutra, de forma que um pudesse ver o outro em cada volta. Se o fícus a embelezava, foram também a razão da morte da praça.

A praga dos “lacerdinhas”, “… o nome popular “lacerdinha” foi dado a uma espécie de tripes chamada Gynaikothrips ficorum. Ela induz galhas em folhas de ficus microcarpa, sendo considerada uma praga em grandes infestações. No Rio de Janeiro ocorreu uma explosão de lacerdinhas nos anos de 1960-70, e as árvores de Ficus ficaram tomadas destes insetos. Sem avisar, os tripes invadiam os olhos dos pedestres, causando profunda irritação. Foi a partir daí que surgiu o apelido de lacerdinha para este inseto, uma sátira a um político da época, Carlos Lacerda. “E com Pires do Rio o inseto carioca, não foi diferente, pedestres e ciclistas desviavam da praça no horário diurno para não sofrerem o seu ataque. Resultado: o prefeito da época as cortou e deu início a sua reformatação.

Dr. Taciano, o médico:
O médico querido e respeitado por todos, deixou na memória coletiva a reputação de competência. Se era estudioso na área não posso afirmar, porém inteligente acertava nos diagnósticos dos que o procuravam. Quantas vezes ouvimos elogios as suas prescrições.


Dr Taciano o ocaso político:
Nos tempos de Pires do Rio, me recordo de ter visto Dr. Taciano uma ou duas vezes, no escritório de meu pai. Mais tarde já em Brasília, nos meus dezoito anos, tive de ir a sua residência levar um documento a pedido de meu pai e demandado por este. Percebi que era extremamente senhor de si mesmo, digo eu hoje. Tinha a postura de estadista de dono da festa. De estatura baixa me deu a sensação de estar à frente de um homem poderoso. Creio que cheguei a tremer. Pires do Rio o endeusava. Desses que poderiam me arrumar um emprego melhor, pensava eu na ocasião. Fortemente recomendado por meu pai, me limitei a entregar o documento. Foi elogioso e afetivo ao se referir a meu pai, mas nada perguntou sobre mim… risos …


Em pleno cumprimento de seu mandato de Senador, deve ter sido abordado por Juscelino Kubitschek, se aceitaria renunciar ao cargo para que ele, Juscelino, de seu partido político, pudesse concorrer a senador por Goiás. Aceitou. Foram lhe repassados como recompensa um cartório em Brasília e o cargo vitalício de Ministro de Tribunal de Contas do Distrito Federal, onde foi aposentado, mais tarde pelo A.I. 5, pelos militares, justamente por ter sido beneficiado dessa benesse do Governo.


A oposição e mesmo seus correligionários em Pires do Rio se ressentiram por este nada ter solicitado para Pires do Rio. Logo em seguida vendeu suas propriedades na cidade a Gaudêncio Rincon e se afastou da cidade e da vida política.


Continuou, no entanto ele e Dona Maria Luiza, serem periodicamente visitado por piresinos residentes em Brasília e cada vez menos de Pires do Rio. Seguiram ofertando sua amizade os “brazilienses de Pires” com os quais sempre tive ligações estreita, Maurílio Ferreira, sobrinho do senhor Aristeu Ferreira, casado com Ivânia (neta de João Rincon), Antônia Gonçalves de Araújo, Maria Catarina de Freitas, viúva Natal Gonçalves de Araújo (Cati) e outros.


Faleceu em 1986 sem nenhum protagonismo maior este homem de uma linda trajetória política e sem nenhuma homenagem da sua Pires do Rio que tão bem o acolheu e foi tão amada por ele. Os sinos do relógio da Igreja Matriz, ainda devem no seu badalar lembrar a alguns de sua pessoa, pois este foi uma doação do mesmo a paróquia, que tantas vezes o abençoou e que assim siga até a eternidade. Um homem bom que se deixou levar pelas benesses do poder e da ambição. Segue seu perfil político registrado na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás:

Perfil biográfico de Taciano Gomes de Melo – PSD. Estudos: Faculdade de Medicina, 1930. Profissão: Médico/ Fazendeiro. Nascimento: 12 de janeiro de 1904, Capela, Alagoas. Residência: Pires do Rio, Goiás. Filiação: Antônio Gomes de Araújo Mello e Cândida Gomes de Mello. Cônjuge: Maria Luíza Xavier de Almeida e Mello. Filhos: Taciano Jr. Antônio e Alberto Xavier. Vida Política e Parlamentar: Prefeito de Pires do Rio, eleito em 1936. Constituinte Estadual, 1935; Deputado Estadual (PSR), Legislatura 1935-1937; Vice – Governador ( 1935-1937). Prefeito de Pires do Rio (1937-1945) Constituinte Estadual, 1947; Presidente da Assembleia Legislativa durante a Constituinte 22 de março a 20 de julho de 1947; Deputado Estadual (PSD), 1ªLegislatura (1947-1951), Prefeito de Pires do Rio, 1951-1954. Deputado Federal (PSD), ( 1955-1959), Senador (PSD), (1959-1960); renuncia em 1961 num acordo do PSD para eleição de Juscelino Kubistechek. Outras Informações: Inspetor Sanitário, Santa Cruz. Ministro do Tribunal de Contas, Distrito Federal (1960-1969) – aposentado em 30 de abril de 1969 pelo AI-5. Filiado ao Partido Social Republicano, 1934/37; Filiado ao Partido Social Democrático, 1945. Irmão: Sílvio Gomes de Mello. Falecimento: 4 de julho de 1986. “Um vulto entre vultos …

Texto: José Rincon Ferreira

Maia defende debate sobre redução de salário de servidores federais

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Medida garantiria pagamento da renda emergencial, diz deputado.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu nesta terça-feira (9) uma discussão sobre o corte de salários de servidores públicos do Executivo, Legislativo e Judiciário como forma de diminuir o impacto orçamentário provocado pela pandemia do novo coronavírus.

“Se os três Poderes estiverem de acordo, que não seja um corte muito grande, cortando os salários mais altos por poucos meses, para garantia da renda emergencial, tenho certeza de que o Parlamento está disposto a dialogar e conversar para conseguir fazer o que é fundamental: cuidar dos mais vulneráveis. Temos que construir as condições para continuar transferindo renda”, disse Maia.

Segundo o parlamentar, o pagamento de todo o funcionalismo público federal tem impacto de R$ 200 bilhões no Orçamento da União. Desse total, R$ 170 bilhões são destinados ao Poder Executivo, R$ 25 bilhões ao Poder Judiciário e ao Ministério Público e R$ 5 bilhões aos servidores do Congresso Nacional, incluindo os parlamentares da Câmara e do Senado.

“Todos os salários [do funcionalismo público] são R$ 200 bilhões no ano, e o

[pagamento]

dos R$ 600 são R$ 100 bilhões em dois meses. O Parlamento está disposto a sentar e dialogar. Essa proposta partiu da Câmara dos Deputados, e vamos discutir condições de manter essa renda aos mais vulneráveis”, disse o deputado.

Reforma tributária

Rodrigo Maia voltou a dizer que a Câmara dos Deputados não vai votar aumento de carga tributária, especialmente após a crise provocada pela covid-19. No entanto, afirmou que dedução do imposto sobre a renda é uma discussão importante.

“Vamos criar um sistema mais simples e vamos avaliar se a tributação sobre o consumo poderá ser maior do que a da renda, porque isso significa que estamos tributando mais a base do que a elite”, disse Maia.

“Esse debate precisa ser feito. Na reforma da Previdência, quem fez o sacrifício foram os servidores e os trabalhadores. Na administrativa, são os servidores. Mas, na tributária, serão os empresários porque, se não estiverem dispostos a contribuir, fica parecendo que vamos colocar todos os sacrifícios no colo dos trabalhadores e dos servidores públicos”, completou.

Edição: Nádia Franco

Publicado em 09/06/2020 – 17:12 Por Heloisa Cristaldo – Repórter da Agência Brasil – Brasília

Pesquisadores querem usar vacina da pólio no combate à covid-19

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Objetivo é fortalecer sistema imunológico e reduzir chance de infecção.

Pesquisadores da equipe do Hospital Professor Polydoro Ernani de São Thiago, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), estudam a viabilidade de se usar a vacina contra poliomielite (mais comumente chamada de paralisia infantil) no combate à covid-19. A expectativa é de que a substância seja usada não como imunização contra o novo coronavírus, mas no fortalecimento do sistema imunológico, reduzindo as chances de se contrair a infecção ou, ao menos, atenuando os sintomas graves do quadro clínico. 

Em entrevista concedida à Agência Brasil, o coordenador da pesquisa, Edison Fedrizzi, explicou que a possibilidade vem sendo estudada em todo o mundo, inclusive pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos. 

“O que há de pesquisa hoje é, justamente, procurando uma vacina que estimule a produção de anticorpos contra a covid-19. O que estamos propondo agora é utilizar alguma dessas vacinas que temos no nosso meio, já disponíveis, para estimular essa primeira etapa [de defesa do organismo]. Como não é uma vacina contra o novo coronavírus, não vamos produzir anticorpos contra ele. O que queremos é fazer uma barreira protetora, inicial, para que o indivíduo não desenvolva a infecção, caso entre em contato com o vírus. Pensamos que poderíamos, também através desse estímulo de defesa, diminuir a gravidade da doença”, detalhou. 

Para avaliar se o método é eficaz, o grupo de pesquisadores da UFSC pretende selecionar 300 voluntários, todos trabalhadores da área da saúde. A escolha desse segmento se deve ao fato de que estão mais expostos à covid-19 e podem ser beneficiados pelo projeto mais diretamente. Metade deles irá receber a vacina oral de poliomielite (VOP) e a outra metade receberá placebo.

De acordo com o pesquisador, como vacina emergencial, foram consideradas outras duas opções: a BCG, que protege contra tuberculose, e a de sarampo. Ambas também já estão sendo testadas por cientistas. “Todas têm como característica o microorganismo vivo, mas atenuado. Esses tipos de vacina provocam uma resposta imunológica, essa que nós queremos estimular, a inata, muito grande, importante, diferente de outras vacinas, em que temos apenas a proteína ou o microorganismo morto, como a de hepatite, a do HPV”, esclareceu Fedrizzi.

“Tínhamos essas três candidatas a essa função. Vimos algumas discussões, principalmente do CDC, do virologista Robert Gallo, falando que a vacina da pólio tem muitas vantagens, porque não seria uma medicação injetável, seria via oral, com rápida resposta, uma vacina barata, segura e com a qual temos grande chance de termos essa proteção”, comentou o coordenador, salientando que a vacina específica contra o Sars-coV-2, como a que está sendo desenvolvida pelo Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração (Incor), da Universidade de São Paulo (USP), ainda pode demorar vários meses para ficar pronta.

“O que observamos em outros países é que a vacina de poliomielite passou a ser incorporada junto com outras, no calendário da criança, de forma injetável. Então, perdeu um pouco desse perfil de estimular a imunidade inata que a oral nos dá. Nós temos uma facilidade enorme em relação a países que já trocaram a vacina oral pela injetável: o fato de termos disponível a forma oral, produzida pela Bio-Manguinhos [Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos], que é barata e é oferecida no Programa Nacional de Imunizações. E aqui também temos a indicação dessa vacina para adultos quando vão viajar para algum país que tenha a doença como endêmica. Então, pessoas adultas, quando vão para esses locais, recebem essa recomendação”, acrescentou.

De acordo com o Ministério da Saúde, a poliomielite ainda aparece com alta incidência no Afeganistão, na Nigéria e no Paquistão. Desde 1990, o poliovírus selvagem não é identificado no Brasil e, em outubro de 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) repercutiu o anúncio, feito por uma comissão independente de especialistas, de que o poliovírus selvagem tipo 3 foi erradicado em todo o mundo, de forma que somente o tipo 1 ainda circula.

Segundo Fedrizzi, a equipe tem conseguido apoio para desenvolver o projeto, mas ainda precisa ampliar o aporte de recursos para iniciar as pesquisas. Para que possa seguir com o cronograma desenhado, aguarda retorno do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do Ministério da Saúde, a quem submeteu a proposta para obtenção de recursos, e da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep). Até o momento, os pesquisadores se reuniram com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), responsável pela Bio-Manguinhos, e conseguiram verbas da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc). Outro requisito cumprido foi a anuência do comitê de ética da UFSC.

O coordenador ainda destacou que, apesar de estarem contando com o indicativo de que a vacina de poliomielite possa ser empregada para esse fim, é preciso entender que não se trata de uma certeza. “Temos bastante evidências de que isso pode funcionar, mas não podemos dizer que isso vai funcionar”, destacou.

“Não podemos correr o risco de fazer o que a gente vê que está acontecendo, que é quando sai na mídia ‘olha, tem uma medicação que vai ser testada e, possivelmente, tenha uma ação contra o coronavírus’, e as pessoas acabam indo às farmácias e esgotando a medicação. Então, gostaria de que as pessoas tivessem um pouco de calma, porque é um estudo e temos bons argumentos de que possa funcionar. Assim que a gente tiver os resultados, a gente vai divulgar.” 

Edição: Lílian Beraldo

Publicado em 09/06/2020 – 16:32 Por Letycia Bond – Repórter da Agência Brasil – São Paulo

Ministério Público volta a defender eleições na data prevista

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Disputas municipais estão marcadas para 4 e 25 de outubro.

Em ofício enviado hoje (9) à cúpula do Congresso Nacional, o vice-procurador-geral eleitoral, Renato Brill de Góes, voltou a defender a realização das eleições municipais nas datas previstas, em 4 e 25 de outubro, mesmo no contexto da pandemia do novo coronavírus.

A manifestação foi enviada aos presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que se reuniram ontem (8) com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, para discutir questões de saúde e a possibilidade de adiamento do pleito.

No novo ofício, Brill de Góes afirmou que “estão em jogo elementos fundantes da República”. Como fiscal do processo eleitoral, ele disse que é necessário ressaltar aos líderes do Congresso pontos que já haviam sido levantados por ele em um parecer enviado ao TSE em maio.

Em ambos os documentos, Brill de Góes cita estudos de universidades no Brasil, nos Estados Unidos e em países europeus e asiáticos que preveem a estabilização do número de registros de novos casos de covid-19 até o fim de julho, ainda antes do início das campanhas, que devem começar em agosto.

“Nesse contexto, entende-se que a curva preditiva de tais pesquisas permite sejam mantidas as datas estabelecidas no Art. 29, II, da Constituição Federal para a realização das eleições, afastando-se a hipótese de seu adiamento”, escreveu o vice-procurador-geral eleitoral.

Brill de Góes citou ainda as eleições realizadas pela Coreia do Sul em 15 de abril e mencionou nove países que devem realizar eleições até o fim do ano, como Estados Unidos, Espanha e Chile.

Para que haja qualquer mudança no calendário eleitoral, o Congresso precisa aprovar uma proposta de emenda à Constituição (PEC). Empossado no mês passado na presidência do TSE, o ministro Luís Roberto Barroso tem dito que o adiamento, ou não, das eleições é uma “decisão política”, embora pregue que o Congresso tenha como prioridade a saúde do eleitor.

Edição: Nádia Franco

Publicado em 09/06/2020 – 13:48 Por Felipe Pontes – Repórter da Agência Brasil – Brasília

OMS esclarece que assintomáticos podem transmitir covid-19

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Uma live especial foi feita para falar sobre a polêmica.

Após afirmar que a contaminação a partir de pessoas assintomáticas seria “rara”, a infectologista Maria Van Kerkhove – responsável técnica pelo time de combate à covid-19 da Organização Mundial da Saúde (OMS) – esclareceu hoje (9), em uma entrevista especial, que houve um mal-entendido sobre a fala.

“Recebi muitas mensagens pedindo esclarecimentos sobre alguns argumentos que usei ontem durante a coletiva de imprensa. Acho importante esclarecer alguns mal-entendidos sobre minha fala de ontem. O que sabemos sobre transmissão é que, [das] pessoas que estão infectadas com covid-19, muitas desenvolvem sintomas. Mas muitas não. A maior parte da transmissão conhecida vem de pessoas que apresentam sintomas do vírus e passam para outras através de gotículas infectadas. Mas há um subgrupo de pessoas que não desenvolvem sintomas. E, para entender verdadeiramente esse grupo, não temos uma resposta concreta ainda. Há estimativas de que o número gire entre 6% a 41% da população. Mas sabemos que pessoas que não têm sintomas podem transmitir o vírus”, reiterou. 

A médica fez questão, ainda, de frisar que há diferenças entre “pré-sintomáticos” – aqueles indivíduos que foram infectados, mas que ainda estão na fase de incubação do vírus – e “assintomáticos” – os indivíduos que, apesar de infectados por um período mais longo de tempo, não desenvolveram nenhum sintoma clássico da doença.

“O que fiz referência ontem, durante a coletiva de imprensa, foi a poucos estudos, dois ou três, que foram publicados e tentaram seguir casos assintomáticos. Eu estava apenas respondendo a uma pergunta [feita por jornalistas], não estava declarando qualquer mudança de abordagem da OMS. Nisso, usei a frase ‘muito rara’, mas isso não quer dizer que a transmissão vinda de pessoas assintomáticas seja ‘muito rara’ globalmente”, argumentou. 

Foco prático

Segundo Mike Ryan, médico epidemiologista especializado em doenças infecciosas e diretor executivo do Programa de Emergências da OMS, há um foco em ações práticas que diminuam os números de mortos e infectados por covid-19 em escala global. “Estamos tentando entender o que impulsiona a transmissão comunitária. Queremos salvar vidas. Quando damos conselhos sobre estratégias amplas de como controlar a doença, estamos focando em identificar os casos, acompanhar a trajetória [da infecção], testar esses casos e garantir que haja quarentena.”

O médico voltou a assegurar o entendimento da questão que, segundo a OMS, foi publicada por veículos de todo o mundo e gerou controvérsias sobre o papel do isolamento social e da quarentena. “Qualquer que seja a proporção de transmissão a partir de indivíduos assintomáticos – e esse número é desconhecido –, ela [a transmissão] está ocorrendo. Estamos convencidos disso. A questão é o quanto.”

Publicado em 09/06/2020 – 14:29 Por Pedro Ivo de Oliveira – Repórter da Agência Brasil – Brasília