Tecnologia
pode ser usada em áreas com saúde e meio ambiente
O Ministério das Comunicações (MCom) apresentou hoje (23) uma tecnologia
para a conexão wi-fi de internet em veículos via satélite. Uma antena fixada no
teto do veículo garante a continuidade do sinal de banda larga, em velocidades
de até 185 km. A tecnologia, que ainda está em fase de estudos, aproveita a
internet do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações (SGCD), do
governo federal.
Pesando cerca de 40 quilos e com 1,30 metro de diâmetro, o dispositivo foi
criado com o apoio da Agência Espacial Europeia. O protótipo da antena, que usa
a banda Ka (civil) do satélite, é ligado à bateria do carro ou da embarcação.
A Telebras é a responsável pelo satélite. De acordo com o presidente da
empresa, Jarbas Valente, a conexão móvel via satélite tem potencial para
atingir áreas onde as operadoras de telefonia não disponibilizam o sinal de
internet móvel, especialmente nas regiões Norte e Nordeste.
Segundo Valente, a tecnologia pode ter vários usos, com aplicação em áreas
como saúde, segurança pública, defesa e meio ambiente. Ele disse que a
tecnologia pode ser usada, por exemplo, em ambulâncias do Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência (Samu), para atualizar a equipe médica sobre o
estado do paciente, e por equipes do Corpo de Bombeiros ou do Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no
combate a focos de incêndio, com o envio de informações sobre a situação do
local, incluindo fotos e vídeos feitos por drones.
“É a primeira vez que utilizamos essa tecnologia para aplicação em
mobilidade terrestre”, informou o presidente da Telebras. Ele lembrou que tal
tecnologia é usada na Europa em trens de alta velocidade. “Com ela, as pessoas
podem usar a internet para várias coisas, como fazer videochamadas e usar o
WhatsApp”, ressaltou Valente. A nova solução permite uma velocidade de conexão
de até 20 mega.
Como o satélite consegue cobrir todo o território nacional, Valente disse
que a tecnologia também pode ser usada em embarcações e por empresas de que
atuam no transporte intermunicipal e interestadual de passageiros e em
aplicações do tipo internet das coisas (IoT) e no agronegócio.
“A solução tecnológica usa a banda Ka, do satélite e a LTE, do 4G e faz a
comutação automática de uma para outra. Com isso, as pessoas não percebem
quando se está usando uma ou outra rede”, ressaltou Valente.
O ministro das Comunicações, Fabio Faria, disse que a tecnologia também pode
ser usada em áreas de fronteira. Ele destacou que, apesar dos quase 13 mil
pontos de acesso à internet do programa Wi-Fi Brasil, o país ainda tem um
“deserto digital”, com cerca de 20% da população, cerca de 45 milhões de
pessoas, sem acesso à internet.
“Isso representa muito mais que [ocorre em] vários países das Europa. E a
maioria dos pontos que temos estão nas regiões Norte e Nordeste. Levar fibra
ótica, internet fixa, como estamos levando, demanda mais tempo e dinheiro e,
enquanto não conseguimos levar para todas as comunidades, quem tem conectado o
Brasil é essa parceria da Telebras com o Ministério das Comunicações”, afirmou
Fábio Faria.
Publicado em 23/02/2021 – 16:46 Por Luciano
Nascimento – Repórter da Agência Brasil – Brasília