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OMS: variante Delta impulsiona 3ª onda mais rápida e forte na África

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Variante já foi detectada em 14 países africanos

A variante Delta, predominante na segunda onda de infeções pelo novo coronavírus na Índia, foi detectada em 14 países africanos e impulsiona uma terceira onda de infecções por covid-19 no continente, alertou hoje (24) a Organização Mundial da Saúde (OMS).

“Uma mistura de fadiga e novas variantes está impulsionando esta fase. A variante Delta, que dominou a segunda onda na Índia, foi registrada em 14 países e detectada na maioria das amostras sequenciadas no último mês na República Democrática do Congo e em Uganda”, disse a diretora regional da OMS para a África.

Em entrevista coletiva semanal sobre a evolução da pandemia no continente, Matshidiso Moeti lembrou, em Brazzaville, que a covid-19 já causou quase 140 mil mortes na África, que registra mais de 5,3 milhões de casos de infecção pelo novo coronavírus.

“A terceira fase ganha velocidade, espalhando-se mais rapidamente e atingindo [os países] com mais força”, acrescentou, considerando o atual cenário “incrivelmente preocupante”.

“Com o rápido aumento do número de casos e de relatos de doenças graves, esta nova onda ameaça ser a pior de África até agora”, alertou.

A representante da OMS considerou que “a África ainda pode atenuar o impacto dessas infecções em rápido crescimento”, mas advertiu: “a janela de oportunidade está se fechando”.

Ela reafirmou o apelo urgente para acelerar a vacinação e a necessidade de as populações continuarem a manter medidas de saúde pública que evitem a propagação da doença.

“A África precisa urgentemente de mais milhões de vacinas. Precisamos de um sprint, não de uma maratona, para proteger rapidamente aqueles que enfrentam os maiores riscos. Os casos de covid-19 estão ultrapassando as vacinações, deixando cada vez mais as pessoas perigosamente expostas”.

Matshidiso Moeti criticou os países que estão dispensando os períodos de quarentena a quem tem certificado de vacinação, considerando que essa medida vai acentuar as desigualdades.

“Pelo menos 16 países estão suspendendo a quarentena para aqueles que têm certificado de vacinação. Embora seja importante proteger as fronteiras e impedir a propagação da covid-19, deve ser equitativo. Os africanos não devem enfrentar mais restrições porque não podem ter acesso às vacinas”, defendeu.

“Fazer da prova de vacinação um pré-requisito para as viagens pode aprofundar as desigualdades, particularmente enquanto as vacinas continuarem com tão escasso fornecimento”, destacou.

A pandemia de covid-19 provocou até agora, pelo menos 3,88 milhões de mortes em todo o mundo, resultantes de mais de 179 milhões de casos de infeção diagnosticados oficialmente.

A doença respiratória é provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, detectado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Publicado em 24/06/2021 – 09:11 Por RTP – Brazzaville, República do Congo

Agência dos EUA vai adicionar alerta a vacinas da Pfizer e Moderna

Aviso é sobre casos raros de inflamação cardíaca

A Agência de Alimentos e Medicamentos (FDA) dos Estados Unidos (EUA) informou nessa quarta-feira (23) que planeja adicionar rapidamente um alerta sobre casos raros de inflamação cardíaca em adolescentes e adultos jovens às fichas técnicas das vacinas da Pfizer/BioNTech e da Moderna contra a covid-19.

Grupos de aconselhamento do Centro de Controle e Prevenção de Doenças do Estados Unidos (CDC), reunidos para discutir relatos de casos sobre problemas no coração após a vacinação, apontaram que casos raros de miocardite em adolescentes e jovens adultos provavelmente estão ligados a inoculações com as vacinas da Pfizer/BioNTech e da Moderna.

Reguladores de saúde em vários países têm investigado se as vacinas da Pfizer/BioNTech e da Moderna, que usam a tecnologia de RNA mensageiro, apresentam risco e, em caso afirmativo, qual a gravidade.

O Grupo de Trabalho Técnico de Segurança de Vacinas contra Covid-19 (VaST) dos EUA disse, em seu relatório, que o risco de miocardite ou pericardite após a inoculação com vacinas baseadas em RNA mensageiro em adolescentes e jovens adultos é notavelmente mais alta após a segunda dose, e em homens.

Em outro relatório, o CDC informou que os pacientes com miocardite pós-vacinação geralmente se recuperam e ficam bem.

O Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, juntamente com os principais grupos de médicos e autoridades de saúde pública do país, divulgou nota destacando que as vacinas são seguras e eficazes e que o efeito colateral no coração é “extremamente raro”.

“Nós encorajamos veementemente todas as pessoas com 12 anos ou mais que são elegíveis para receber a vacina, sob a Autorização para Uso de Emergência, a serem vacinados”, diz o documento.

Médicos e hospitais foram alertados pelo CDC para observar os sintomas de miocardite ou pericardite, e o alerta da FDA aumentará ainda mais esse cuidado.

O CDC investiga casos de miocardite, sobretudo em homens jovens, há vários meses. No início deste mês, o Ministério da Saúde de Israel disse que viu uma ligação possível entre esses casos e a vacina da Pfizer.

Também no início deste mês, o CDC informou que ainda está avaliando o risco e não confirmou uma relação causal entre as vacinas e a doença cardíaca.

Mas a agência disse que um número de homens jovens maior do que o esperado teve miocardite após a segunda dose de vacinas de RNA mensageiro, e que mais da metade dos casos relatados ocorreram em pessoas de 12 a 24 anos.

Publicado em 24/06/2021 – 10:06 Por Michael Erman e Manojna Maddipatla – Repórteres da Reuters – Washington

Novo lote com 300 mil doses da vacina da Janssen chega ao Brasil

Nesta sexta-feira chegarão mais 3 milhões de doses do imunizante

Chegou ao Brasil na manhã de hoje (24) mais um lote da vacina contra covid-19 da Janssen, a unidade farmacêutica da Johnson&Johnson. As 300 mil unidades da vacina de dose única se juntam às 1,5 milhão de doses recebidas pelo Ministério da Saúde, na terça-feira (22). O imunizante foi desembarcado no Aeroporto  Internacional de Guarulhos, em São Paulo.

O lote da Janssen deve ser entregue aos estados e Distrito Federal nos próximos dias. A definição da distribuição é realizada semanalmente em reuniões com Conselho Nacional de Secretários de Saúde e Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde.

“Essas vacinas fazem parte do esforço que estamos realizando para garantir a imunização da população brasileira. Até setembro, 160 milhões de brasileiros devem receber uma dose de esperança no braço”, disse o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

As vacinas são de um contrato da Janssen que deve entregar 38 milhões de doses. A previsão inicial era de que os imunizantes fossem entregues a partir de outubro deste ano para o Programa Nacional de Imunizações, do Ministério da Saúde.

Nesta sexta-feira (25), desembarcam no Aeroporto de Viracopos, em Campinas, mais 3 milhões de doses da Janssen. Essa remessa faz parte do lote doado pelo governo dos Estados Unidos ao Brasil. A previsão é a de que Queiroga acompanhe o desembarque.

Publicado em 24/06/2021 – 10:15 Por Flávia Albuquerque – Repórter da Agência Brasil – São Paulo

Portaria restringe entrada de estrangeiros no país

De caráter temporário, medida está no Diário Oficial da União

Portaria interministerial publicada no Diário Oficial da União de hoje (24) restringe, em caráter temporário e excepcional, a entrada de estrangeiros no país, conforme recomendação feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O objetivo é impedir a entrada de pessoas contaminadas por variantes do novo coronavírus.

No final de maio, a Anvisa enviou aos ministérios que assinam a portaria (Casa Civil, Justiça e Saúde) algumas sugestões de regulamentação de medidas de contenção da entrada de novas variantes do novo coronavírus. Entre as sugestões estava a de suspensão de algumas exceções previstas para a entrada de estrangeiros, em especial relativas ao ingresso de trabalhadores marítimos de embarcações e plataformas oriundos de países onde essas variantes estão circulando.

Pela sugestão da Anvisa, os estrangeiros procedentes desses países ficariam impedidos de ingresso no Brasil, caso não cumprissem determinados protocolos e requisitos; e os brasileiros em viagem de retorno desses países precisariam necessariamente cumprir quarentena de 14 dias na cidade de desembarque.

Seguindo essas orientações, a Portaria nº 655, publicada nesta quinta-feira, além de restringir a entrada de estrangeiros de qualquer nacionalidade – por rodovias, outros meios terrestres ou por transporte aquaviário – proíbe, em caráter temporário, voos internacionais tanto com destino quanto com origem ou passagem pelo Reino Unido, a Irlanda do Norte, África do Sul e Índia.

A portaria, no entanto, apresenta diversas situações consideradas excepcionais, o que garante direito de ingresso no país de estrangeiros, desde que seguindo protocolos e requisitos migratórios como a apresentação de documentos comprobatórios de realização de teste de identificação da covid-19. Entre as situações em que haverá autorização para ingresso no país está a operação de voos de cargas, manipuladas por trabalhadores paramentados com equipamentos de proteção individual (EPIs) e demais requisitos e protocolos descritos no documento.

As restrições descritas pela portaria não serão aplicadas em casos de tráfego de residentes fronteiriços em cidades gêmeas, tráfego de transporte rodoviário de cargas e na execução de ações humanitárias e de assistência emergencial para acolhimento e regularização migratória.

A portaria acrescenta que as medidas não se aplicam a imigrante com residência de caráter definitivo, por prazo determinado ou indeterminado, no território brasileiro; profissional estrangeiro em missão a serviço de organismo internacional, desde que identificado; funcionário estrangeiro acreditado junto ao governo brasileiro; e estrangeiros em situações específicas como cônjuges, companheiros, filhos, pais ou curadores de brasileiro.

Também é autorizado o ingresso de pessoas com autorização do governo brasileiro, tendo em vista o interesse público ou questões humanitárias, e portadores de Registro Nacional Migratório. Por fim, a portaria apresenta penalidades previstas para aqueles que descumprirem as medidas. Entre as penalidades estão responsabilizações civil, administrativa e penal; repatriação; deportação; e inabilitação de pedido de refúgio.

Publicado em 24/06/2021 – 10:43 Por Pedro Peduzzi – Repórter da Agência Brasil – Brasília

Barroso mantém decretos estaduais sobre medidas contra covid-19

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Ação questionava medidas restritivas adotadas em PE, RN e PR

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou nessa quarta-feira (23) uma ação na qual a Advocacia-Geral da União (AGU) pedia a suspensão de medidas restritivas adotadas por três estados para conter a disseminação do novo coronavírus.

Em ação direta de inconstitucionalidade (ADI) aberta em maio, foram questionados decretos do Rio Grande do Norte, de Pernambuco e do Paraná. Entre outras medidas, as normas restringiram a circulação de pessoas e fecharam serviços considerados não essenciais.

Na petição inicial, assinada pelo advogado-geral da União, André Mendonça, e pelo presidente Jair Bolsonaro, o governo federal alegou que tais restrições seriam “excessivas e desproporcionais”, além de violarem liberdades fundamentais, como os direitos de locomoção e de desempenho de atividade econômica.

Ao analisar o caso como relator, Barroso entendeu que as medidas estaduais não são inconstitucionais, pois têm como objetivo garantir o direito prioritário à vida e à saúde. Para o ministro, os decretos têm “respaldo científico e destinam-se a um fim legítimo: conter o contágio, mortes e sobrecarga do sistema de saúde. Não há, assim, indício de irrazoabilidade ou desproporcionalidade”, escreveu.

Essa é a segunda ação contra decretos estaduais relacionados à pandemia. Em março, uma primeira ADI foi rejeitada pelo então relator, ministro Marco Aurélio Mello, por não ter sido assinada pelo advogado-geral da União à época, José Levi do Amaral. 

Edição: Maria Claudia

Publicado em 24/06/2021 – 10:48 Por Agência Brasil – Brasília

Crédito concedido por bancos deve crescer 11,1% este ano, estima BC

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Previsão é maior que a do relatório anterior, de 8%

O saldo do crédito concedido pelos bancos deve crescer 11,1% este ano, de acordo com o Relatório de Inflação, publicação trimestral do Banco Central (BC), divulgado hoje (24), em Brasília. A estimativa é maior do que a observada no relatório anterior: 8%. 

“O aumento decorre da mencionada surpresa referente à evolução do saldo nos últimos três meses e da reavaliação na trajetória esperada para o crédito, em contexto de maior atividade econômica, reedição do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) e desta vez como linha de crédito permanente,e novas medidas de postergação de pagamentos”, assegura o BC.

Em 2020, o saldo do crédito cresceu 15,6%, com alta de 11,2% para famílias e 21,8% para empresas. Para 2021, essa projeção de 11,1% vem do crescimento de 13,5% no crédito para famílias e de 8% para pessoas jurídicas.

“Em resumo, a revisão na projeção de crescimento do estoque total de crédito para 2021 não trouxe mudanças qualitativas relevantes em relação ao cenário esperado no relatório anterior. Ainda se espera a volta do protagonismo do crédito às famílias no SFN [Sistema Financeiro Nacional] em ambos os segmentos. Porém, a incorporação no cenário de novos estímulos creditícios para as pequenas e médias empresas diminuiu a intensidade da desaceleração esperada no segmento de pessoa jurídica (PJ) direcionado”, afirma o relatório.

Para o crédito livre, a projeção de expansão é 13,5%, com aumentos de 14% e 13% para os saldos de empréstimos a pessoas físicas e jurídicas, respectivamente. A expectativa para o crédito direcionado é de aumento de 7,7% em 2021, com alta de 13% para as pessoas físicas e estabilidade para as empresas.

O crédito livre é aquele em que os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros cobradas dos clientes. Já o crédito direcionado tem regras definidas pelo governo, e é destinado, basicamente, aos setores habitacional, rural, de infraestrutura e ao microcrédito.

Análise

De acordo com o Banco Central, os dados do mercado de crédito divulgados desde o último relatório mostraram desempenho acima do esperado em todos os segmentos, com destaque para a trajetória do crédito direcionado, que surpreendeu nas operações com pessoas físicas e jurídicas. No crédito livre, houve destaque para o aumento nas contratações de pessoas jurídicas em março, principalmente nas linhas de desconto de recebíveis e financiamento às exportações.

Nos financiamentos às empresas com recursos livres, a projeção passou de 10% para 13%, considerando o maior crescimento econômico e perspectivas favoráveis para o setor exportador. Em relação ao crédito direcionado para as empresas, a projeção passou a contemplar novo aporte ao Fundo de Garantia de Operações (FGO), responsável por oferecer garantias às operações do Pronampe, assim como medidas pontuais de prorrogação de pagamentos. Com isso, a expectativa do BC é que o saldo de crédito registre estabilidade nesse segmento, em comparação com a projeção de queda de 7% no relatório anterior.

No segmento de pessoas físicas, a projeção subiu de 12% para 14% no saldo dos empréstimos com recursos livres, com maior contribuição das operações de cartão de crédito à vista e financiamento de veículos. 

“A despeito do recrudescimento da pandemia, a resiliência desse segmento se mostrou uma surpresa, com efeitos bem menos intensos do que os vistos no ano passado”, explica o relatório. No crédito direcionado, a projeção de crescimento foi revista de 11% para 13%, influenciada pelo volume de concessões crescente nos financiamentos imobiliários no contexto de taxas de juros ainda baixas e pelo aumento nas contratações do crédito rural, em linha com o bom desempenho do setor agrário.

Edição: Kleber Sampaio

Publicado em 24/06/2021 – 11:08 Por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil – Brasília

BC projeta “ligeiro superávit” de US$ 3 bilhões para contas externas

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Estimativa para 2021 corresponde a 0,2% do Produto Interno Bruto

O Banco Central (BC) manteve a projeção para o saldo das contas externas neste ano em 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país). A previsão está no Relatório de Inflação, publicação trimestral do BC, divulgado hoje (24).

No documento, o órgão elevou a estimativa de crescimento da economia de 3,6% para 4,6% em relação ao relatório anterior, de março. Com isso, o “ligeiro superávit” previsto para as transações correntes, que são as compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda do Brasil com outros países, passou de US$ 2 bilhões para US$ 3 bilhões em 2021.

Segundo o BC, a projeção tem mudanças pontuais em sua composição. “Em relação ao cenário anterior, as alterações incorporam preços de commodities mais altos, crescimento maior da atividade doméstica e internacional e taxa de câmbio mais baixa.”

Na balança comercial, mantém-se a projeção do saldo de US$ 70 bilhões, enquanto se espera maior corrente de comércio. A previsão de valor recorde das exportações, de US$ 280 bilhões é atribuída principalmente ao aumento disseminado dos preços das exportações, em especial minério de ferro, petróleo e soja. Por outro lado, as vendas de produtos manufaturados não devem recuperar o patamar de 2019, perdendo espaço.

Parte relevante do aumento esperado das importações, de US$ 186 bilhões para US$ 210 bilhões reflete mudanças na série histórica divulgada pelo Ministério da Economia . Além disso, segundo o BC, a atividade doméstica mais forte e o real mais valorizado têm impactado positivamente as importações, em particular as de bens intermediários.

As contas de serviços e de renda primária também foram revisadas e em direções opostas. A redução do déficit em serviços (viagens internacionais, transporte, aluguel de equipamentos, entre outros), de US$ 26 bilhões para US$ 19 bilhões, é motivada principalmente pelos menores gastos com aluguel de equipamentos, especialmente no setor petroleiro.

Na renda primária (lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários), a perspectiva mais otimista para a atividade doméstica e o impacto positivo dos preços de commodities para empresas exportadoras levou ao aumento da projeção de despesas na conta de lucros e dividendos, de déficit de US$ 24 bilhões para déficit US$ 28 bilhões. No total, a projeção da renda primária foi de déficit de US$ 47 bilhões para déficit US$ 51 bilhões.

Investimento estrangeiro

No caso de um país registrar saldo negativo em transações correntes, é preciso cobrir o déficit com investimentos ou empréstimos no exterior. A melhor forma de financiamento do saldo negativo é o investimento direto no país (IDP), porque os recursos são aplicados no setor produtivo.

A projeção para os ingressos líquidos de IDP segue em US$ 60 bilhões (3,8% do PIB) em 2021. “Todavia, espera-se maior contribuição do componente de participação no capital, que deve refletir a aceleração dos lucros e o melhor desempenho da economia, contrabalançado por entradas líquidas menores de empréstimos intercompanhia”, diz o relatório. Em 2020, foram registrados US$ 34,2 bilhões (2,38% do PIB) de investimentos externos no Brasil.

Já a projeção de entrada de investimentos em carteira passivos foi elevada, de US$ 10 bilhões para US$ 21 bilhões. Se confirmada, 2021 será o primeiro ano com entradas líquidas nessa conta desde 2015.

“O aumento do diferencial de juros entre Brasil e as principais economias avançadas, que torna os instrumentos de dívida locais mais atrativos, deve se tornar fator relevante para atração de capitais. Adicionalmente, em ambiente de melhora na percepção do risco-país, a conta de títulos no país deve refletir o aumento das emissões líquidas de títulos pelo Tesouro Nacional, resultando em novos ingressos ainda que a participação de estrangeiros se mantenha em níveis historicamente baixos.

A conta de ações, após três anos de saídas líquidas, deve encerrar o ano em terreno positivo, refletindo o ambiente de menor volatilidade nos mercados globais e cenário mais favorável para a atividade econômica no país”, diz o relatório.

Para os outros investimentos passivos – que incluem essencialmente depósitos, empréstimos e créditos comerciais – o aumento do diferencial de juros deve beneficiar a entrada de empréstimos de longo prazo no restante do ano. De acordo com o BC, o movimento, no entanto, tende a ser contrabalançado por saídas líquidas na conta de créditos comerciais, que teve entradas significativas até abril.

Assim, a projeção total da conta de outros investimentos passou de saídas de US$ 4 bilhões para entradas líquidas de US$ 9 bilhões no ano.

Edição: Maria Claudia

Publicado em 24/06/2021 – 11:34 Por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil – Brasília