segunda-feira, novembro 18, 2024
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Niterói aplica Pfizer como 2ª dose para AstraZeneca

Medida só vale para pessoas que sentiram efeitos adversos na 1ª dose

A prefeitura de Niterói, na região metropolitana do Rio, anunciou que vai permitir a partir de hoje (12) a aplicação da segunda dose da vacinação, com o imunizante da Pfizer, em pessoas que tiveram efeitos adversos depois de receberem a primeira dose da AstraZeneca.

A medida já vinha sendo aplicada em gestantes e puérperas, por orientação do Ministério da Saúde, mas Niterói ampliou para qualquer pessoa, desde que ela declare que teve um efeito adverso com a AstraZeneca após a primeira dose.

A declaração será feita através de um termo de consentimento, que está disponível no site da prefeitura de Niterói. Também será necessário respeitar o intervalo normal entre as doses.

Edição: Lílian Beraldo

Publicado em 12/08/2021 – 16:26 Por Agência Brasil – Rio de Janeiro

TSE anuncia medidas para fortalecer sistema eletrônico de votação

Prazo para partidos avaliarem código-fonte das urnas passa para um ano

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, anunciou hoje (12) medidas para fortalecer a transparência e publicidade sobre os mecanismos de segurança e de auditabilidade do sistema eletrônico de votação.

No início da sessão desta quinta-feira, Barroso refirmou sua defesa da confiabilidade das urnas eletrônicas e anunciou algumas providências que serão tomadas pelo TSE nas eleições de 2022.

Entre as medidas, o tribunal decidiu antecipar aos partidos políticos, a partir de 1º de outubro deste ano, os códigos-fonte (programas que são inseridos nas urnas). Com isso, as legendas terão um ano para avaliar os softwares usados nos equipamentos. Antes da medida, o prazo legal para disponibilização aos partidos era de seis meses.

Também haverá ampliação no número de urnas submetidas ao teste de integridade do sistema, que, atualmente, é realizado em cerca de 100 equipamentos às vésperas das eleições.

Uma comissão externa de professores de universidades federais, do Tribunal de Contas de União (TCU), do Ministério Público Eleitoral (MPE), do Congresso Nacional, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Policia Federal (PF) e das Forças Armadas também vai acompanhar o funcionamento do sistema eleitoral. O grupo terá livre acesso a pessoas e equipamentos.

Edição: Nádia Franco

Publicado em 12/08/2021 – 16:29 Por Agência Brasil – Brasília

Ministro Pontes se reúne com cúpula da OMS para debater covid-19

Pontes apresentou estratégias para enfrentamento da pandemia

O ministro de Ciência e Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, se reuniu, nesta quinta-feira (12) em Genebra, na Suíça, com a cúpula da Organização Mundial da Saúde (OMS). Na pauta, as ações que o Brasil vem realizado no combate à pandemia do novo coronavírus. “Nós apresentamos a rede vírus MCTI, que é essa rede de pesquisadores que foi montada e que nos deu toda essa estratégia seguida pelo ministério no desenvolvimento de sistemas de prevenção, testes diagnósticos, tratamentos, sequenciamento genético feito no Brasil, patogênese da doença desenvolvimento de vacinas e aumento da infraestrutura”, disse Pontes em entrevista ao vespertino Repórter Brasil Tarde, da TV Brasil. Segundo ele, o objetivo é compartilhar experiências para ajudar outros países.

Na entrevista, o ministro também falou sobre outros compromissos da missão, que está sendo realizada desde o dia 4. Entre eles, a reunião com diretores da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (Cern), um dos maiores e mais avançados centros de pesquisa do mundo. A instituição opera o mais potente acelerador de partículas do mundo, o Large Hadron Collider (LHC). “O Brasil vai fazer parte do Cern como país associado. Isso é bastante importante para nossa ciência, desenvolvimento de produtos”, afirmou.

Também fez parte da agenda a participação na reunião ministerial do G20. Os ministros assinaram uma declaração conjunta em que identificam 12 ações para acelerar a transformação digital da economia e governos.

O ministro também estevem em Viena, na Áustria, onde assinou memorandos de entendimento de cooperação entre os dois países na área de ciência e tecnologia e também para a realização do Space For Woman, programa que tem como objetivo incentivar a inclusão das mulheres em atividades espaciais.

Publicado em 12/08/2021 – 16:30 Por Agência Brasil – Brasília

Riscos fiscais levam BC a adotar política mais contracionista

Autarquia elevou tava básica de juros a 5,25% na semana passada

Em meio à perspectiva de uma recuperação econômica robusta no segundo semestre, os riscos fiscais e a piora recente em componentes inerciais dos índices de preços levaram o Banco Central a adotar uma política monetária mais contracionista. A avaliação consta na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), divulgada hoje (10).

No encontro da semana passada, o Copom elevou a taxa básica de juros da economia, a Selic, de 4,25% para 5,25% ao ano e já sinalizou que deve fazer um ajuste da mesma magnitude na próxima reunião, em setembro, mantendo o ciclo de elevação da taxa de juros para patamar acima do neutro, “para que se obtenha projeções em torno das metas de inflação no horizonte relevante”. O juro neutro é aquele adequado para estimular a economia sem gerar instabilidade na inflação ao longo do tempo.

“O comitê ponderou que os riscos fiscais continuam implicando um viés de alta nas projeções. Essa assimetria no balanço de riscos afeta o grau apropriado de estímulo monetário, justificando assim uma trajetória para a política monetária mais contracionista [de conter o avanço da inflação] do que a utilizada no cenário básico”, diz a ata.

Para decidir sobre a elevação da Selic, o comitê estabeleceu um cenário básico para a inflação, com as projeções em torno de 6,5% para 2021, 3,5% para 2022 e 3,2% para 2023. Esse cenário supõe trajetória de juros que se eleva para 7% ao ano, em 2021 e 2022, e reduz-se para 6,5% ao ano em 2023. Nesse cenário, as projeções para a inflação de preços administrados são de 10% para 2021 e 4,6% para 2022 e 2023. O Copom adotou ainda uma hipótese neutra para a bandeira tarifária de energia elétrica, que se mantém em Vermelha – patamar 1, em dezembro de cada ano.

A Selic é o principal instrumento usado pelo Banco Central para alcançar a meta de inflação. A elevação da Selic, que serve de referência para as demais taxas de juros no país, ajuda a controlar a inflação, porque a taxa causa reflexos nos preços, já que juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança, contendo a demanda aquecida.

Riscos

Para o BC, o cenário básico para a inflação envolve fatores de risco em ambas as direções. “Por um lado, uma possível reversão, ainda que parcial, do aumento recente nos preços das commodities internacionais em moeda local produziria trajetória de inflação abaixo do cenário básico. Por outro lado, novos prolongamentos das políticas fiscais de resposta à pandemia de covid-19 que pressionem a demanda agregada e piorem a trajetória fiscal podem elevar os prêmios de risco do país”, avaliou o Copom.

“Apesar da melhora recente nos indicadores de sustentabilidade da dívida pública, o risco fiscal elevado segue criando uma assimetria altista no balanço de riscos, ou seja, com trajetórias para a inflação acima do projetado no horizonte relevante para a política monetária”, completa a ata.

De acordo com o documento, a inflação ao consumidor continua se revelando persistente e os últimos indicadores divulgados mostram composição mais desfavorável de preços, como a “surpresa com o componente subjacente da inflação de serviços [em meio à reabertura do setor] e a continuidade da pressão sobre bens industriais, causando elevação dos núcleos”. “Além disso, há novas pressões em componentes voláteis, como a possível elevação do adicional da bandeira tarifária e os novos aumentos nos preços de alimentos, ambos decorrentes de condições climáticas adversas. Em conjunto, esses fatores acarretam revisão significativa das projeções de curto prazo”, diz a ata.

Nesse sentido, o Copom considera que, neste momento, a estratégia de ser “mais tempestivo” no ajuste da política monetária é a mais apropriada para assegurar a convergência da inflação para as metas de 2022 e 2023. “Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”, diz.

Recuperação da economia

De acordo com a ata, os últimos dados sobre a evolução da atividade econômica do país continuam evoluindo positivamente. Para o Copom, o segundo semestre do ano deve mostrar uma retomada robusta da atividade, na medida em que os efeitos da vacinação sejam sentidos de forma mais abrangente.

Por outro lado, embora a ociosidade da atividade como um todo evolua rapidamente para retornar ao nível do fim de 2019, “o comitê considera que a pandemia ainda segue produzindo efeitos heterogêneos sobre os setores econômicos e, em particular, sobre o mercado de trabalho, com consequências para a dinâmica recente e prospectiva da inflação”.

Matéria alterada às 11h38 para alterar data no primeiro parágrafo. Ata do Copom foi divulgada hoje (10) e não hoje (23), como publicado inicialmente.

Edição: Denise Griesinger

Publicado em 10/08/2021 – 10:53 Por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil – Brasília

Estimativa da safra de grãos cai 1,2%, para 254 milhões de toneladas

De acordo com a Conab, queda se deve a clima adverso

A produção de grãos no Brasil deverá ficar em 254 milhões de toneladas, segundo o 11º Levantamento da Safra de Grãos 2020/2021 divulgado hoje (10) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A previsão apresenta uma queda de 1,2%, na comparação com o levantamento anterior. De acordo com a Conab, o volume menor se deve ao impacto causado pelo clima adverso nas lavouras e na produção do país.

Segundo a companhia, “apesar de ter havido aumento de área plantada em mais de 4%, a redução se deve, principalmente, à queda das produtividades estimadas nas culturas de segunda safra, justificada pelos danos causados pela seca prolongada nas principais regiões produtoras, bem como às baixas temperaturas com eventos de geadas ocorridas nos estados da região centro-sul do país”.

Milho

O milho foi uma das culturas mais afetadas, com uma queda de produtividade estimada em 25,7%. A previsão é de que sejam colhidos 4.065 quilos por hectare somente na segunda safra do cereal. A produção total estimada pela Conab deve chegar a 86,7 milhões de toneladas, sendo 24,9 milhões de toneladas na primeira safra, 60,3 milhões de toneladas na segunda e 1,4 milhão de toneladas na terceira safra.

“A redução só não foi maior porque os altos preços do grão impulsionaram um aumento de área plantada em 8,1%, chegando a 14,87 milhões de hectares. Além disso, Mato Grosso, principal estado produtor, foi o que menos registrou condições climáticas adversas durante o cultivo do cereal”, informou a Conab.

Soja, arroz e feijão

Com a colheita já encerrada, a soja registrou uma elevação de 11,1 milhões de toneladas na produção, o que manteve o Brasil como o maior produtor mundial da oleaginosa. A colheita desse grão foi recorde, com 135,9 milhões de toneladas.

No caso do arroz, a produção registrou crescimento de 5% na comparação com o período anterior, e chegou a 11,74 milhões de toneladas. O feijão, segundo a companhia, tem as atenções voltadas para sua terceira safra, ainda em fase inicial de colheita. A Conab prevê uma produção total de 2,94 milhões de toneladas, número 8,8% menor que da safra anterior (2019/2020), que sofreu impacto da seca em suas principais regiões produtoras.

Trigo

A produção estimada de trigo é de 8,6 milhões de toneladas, o que, se confirmado, também representa recorde. “Com o plantio já encerrado, o grão apresenta um expressivo crescimento na área de 15,1%, situando-se em 2,7 milhões de hectares. Os preços elevados no mercado internacional nos últimos anos incentivaram a maior procura pelos produtores. Aliado à valorização externa, o alto custo do milho no cenário nacional também incentivou o cultivo do trigo, por ser um possível substituto para ração animal”, informou a Conab.

A companhia, no entanto, alerta que os números poderão sofrer alterações devido a questões climáticas, como as geadas que têm sido registradas nas principais regiões produtoras do país, ainda não quantificadas pela Conab.

Exportação

Em meio a um “cenário positivo no mercado internacional”, o algodão teve sua previsão de exportação aumentada em termos de volume do produto em fibra. A Conab prevê que o aumento será de 4,69%, na comparação com a estimativa anterior.

Já as previsões de exportação de milho e soja foram reduzidas. No caso da soja foi observado ao longo do ano “baixo percentual comercializado”. Dessa forma, as exportações, que estavam estimadas em 86,69 milhões de toneladas, caíram para 83,42 milhões de toneladas.

No caso do milho, a previsão é de uma queda de 20% nas exportações, o que, segundo a Conab, corresponde a 23,5 milhões de toneladas ao final da safra. “Por outro lado, a projeção de importação manteve-se inalterada em 2,3 milhões de toneladas”, disse a companhia.

Edição: Fernando Fraga

Publicado em 10/08/2021 – 11:45 Por Pedro Peduzzi – Repórter da Agência Brasil – Brasília

Marinha faz desfile com carros blindados na Esplanada dos Ministérios

Ato ocorre no dia da votação da PEC do Voto Impresso na Câmara

A Marinha realizou hoje (10) um desfile com veículos blindados e armamentos na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, a caminho do Centro de Instrução de Formosa, em Goiás, onde haverá treinamento de militares. O presidente Jair Bolsonaro acompanhou o evento da rampa do Palácio do Planalto, onde recebeu o convite para comparecer a uma demonstração operativa que será realizada em 16 de agosto.

O ato ocorre no mesmo dia em que está prevista a votação, no plenário da Câmara dos Deputados, da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 135/2019, que torna obrigatório o voto impresso no país. Para parlamentares, o evento seria uma tentativa de intimidação. 

No entanto, em nota divulgada na noite de ontem (9), o Comando da Marinha destaca que a “entrega simbólica foi planejada antes da agenda para a votação da PEC 135/2019 no Plenário da Câmara dos Deputados, não possuindo relação com a mesma, ou qualquer outro ato em curso nos Poderes da República”. 

Ao abrir a sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, nesta terça-feira, o presidente do colegiado, senador Omar Aziz, disse que “o papel das Forças Armadas é defender a democracia, não ameaçá-la”.

Comboio com veículos blindados e armamentos passa pela Esplanada dos Ministérios
Comboio com veículos blindados e armamentos passa pela Esplanada dos Ministérios – Marcelo Camargo/Agência Brasil

“É um absurdo inaceitável. Não é um teatro sem consequências, mas um ataque frontal à democracia que precisa ser repudiado”, disse Aziz. “Desfiles como esse serviriam para mostrar força para conter inimigos externos que ameaçassem nossa soberania, o que não é o caso. As Forças Armadas jamais podem ser usadas para intimidar sua população, seus adversários, atacar a oposição legitimamente constituída. Não há nenhuma previsão constitucional para isso”, completou.

Segundo o Comando da Marinha, o objetivo do desfile foi convidar o presidente Bolsonaro para participar do treinamento em Formosa, que é realizado desde 1988. Porém, o convite costumava acontecer em gabinete, de forma protocolar. É a primeira vez que esse desfile ocorre na área central de Brasília. De acordo com a Marinha, a operação tem o objetivo de “assegurar o preparo do Corpo de Fuzileiros Navais como força estratégica, de pronto emprego e de caráter anfíbio e expedicionário, conforme previsto na Estratégia Nacional de Defesa. Este ano, de forma inédita, haverá também a participação de meios do Exército Brasileiro e da Força Aérea Brasileira, de modo a incrementar a interoperabilidade das Forças Armadas do País”.

Ontem, partidos políticos entraram na Justiça para tentar impedir a exibição, mas as ações não tiveram efeito. Também nesta segunda-feira, o presidente da Câmara, Arthur Lira, afirmou que não apoia a demonstração e que, se os deputados quiserem, a votação sobre o voto impresso pode ser adiada.

Entretanto, ele não acredita que o desfile tenha relação com a votação. “No país polarizado, isso dá cabimento para que se especule algum tipo de pressão. Entramos em contato com o presidente Bolsonaro, que garantiu que não há esse intuito. Mas não é usual, é uma coincidência trágica dos blindados para Formosa. Isso apimenta este momento”, afirmou.

Este ano, a operação envolve mais de 2,5 mil militares, da Marinha, do Exército e da Força Aérea, que simulam uma operação anfíbia, empregando mais de 150 diferentes meios, entre aeronaves, carros de combate, veículos blindados e anfíbios, de artilharia e lançadores de mísseis e foguetes. Os veículos e equipamentos que serão utilizados foram transportados do Rio de Janeiro para Brasília.

Comboio com veículos blindados e armamentos passa pela Esplanada dos Ministérios
Comboio com veículos blindados e armamentos passa pela Esplanada dos Ministérios – Marcelo Camargo/Agência Brasil

Edição: Bruna Saniele

Publicado em 10/08/2021 – 11:50 Por Agência Brasil – Brasília

Inflação pelo IPCA sobe 0,96% em julho; INPC acelera para 1,02%

Acumulado do IPCA nos últimos 12 meses é de 8,99%

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede o reajuste nos preços para as famílias com renda entre um e 40 salários mínimos, subiu 0,96% em julho, o maior resultado para o mês desde 2002, quando a alta foi de 1,19%. Os dados foram divulgados hoje (10), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No ano, o indicador acumula alta de 4,76% e, em 12 meses,  8,99%, ficando acima do registrado nos 12 meses imediatamente anteriores (8,35%). É a maior taxa desde maio de 2016, quando o IPCA ficou em 9,32% em 12 meses. Em julho do ano passado, a taxa mensal foi de 0,36% e, em junho de 2021, de 0,53%.

Segundo o IBGE, oito dos nove grupos pesquisados apresentaram alta no mês, com o maior impacto vindo do aumento de 3,10% na habitação, grupo pressionado pela alta de 7,88% na energia elétrica. 

Por região, o reajuste tarifário da energia elétrica foi de 11,38% em São Paulo, 8,97% em Curitiba e 9,08% em uma das concessionárias de Porto Alegre. Em 12 meses, a energia elétrica acumula reajuste de 20,09%.

Segundo o analista da pesquisa, André Almeida, esse custo muitas vezes é repassado pelo comércio ao consumidor final, com o peso grande da energia elétrica.

“Além dos reajustes nos preços das tarifas em algumas áreas de abrangência do índice, a gente teve o aumento de 52% no valor adicional da bandeira tarifária vermelha patamar 2 em todo o país. Antes, o acréscimo nessa bandeira era de, aproximadamente, R$ 6,24 a cada 100kWh consumidos e, a partir de julho, esse acréscimo passou a ser de R$ 9,49”, explicou.

Destacou, a seguir, o aumento no grupo dos transportes, que subiram 1,52%, puxados pelas passagens aéreas, que aumentaram 35,22% depois da queda de 5,57% em junho. O transporte por aplicativo passou de -0,95% para 9,31% de um mês para o outro e o aluguel de veículo foi de 3,99% em junho para 9,34% em julho.

Os combustíveis aceleraram 1,24% em julho, depois de subirem 0,87% em junho. A gasolina teve alta de 1,55% no mês e acumula reajuste de 39,65% em 12 meses. O etanol caiu 0,75% no mês, mas teve aumento de 57,27% em 12 meses. O óleo diesel subiu 0,96% no mês e 36,35% em 12 meses.

Alimentos e bebidas

O grupo alimentos e bebidas subiu 0,60%, acima da taxa de junho (0,43%). O item alimentação no domicílio passou de 0,33% em junho para 0,78% em julho, puxado pela alta do tomate (18,65%), do frango em pedaços (4,28%), do leite longa vida (3,71%) e das carnes (0,77%). As quedas no mês foram verificadas no preço da cebola (-13,51%), batata-inglesa (-12,03%) e do arroz (-2,35%).

O acumulado em 12 meses ficou em 42,96% para o tomate, 34,28% nas carnes, 21,88% no frango em pedaços e 11,29% para o leite longa vida. A cebola teve queda de 40,38% em 12 meses e a batata-inglesa diminuiu 19,71%. O arroz, apesar da queda no mês, tem alta de 39,69% em 12 meses. Segundo Almeida, vários fatores contribuíram para a alta da inflação.

“Ao longo dos últimos 12 meses tivemos uma alta nos combustíveis e na energia elétrica, itens que pesam bastante no orçamento das famílias. A gasolina é o item com maior peso no IPCA. As carnes também, todos esses fatores contribuíram para esse aumento”, explicou o analista.

O único grupo que teve queda nos preços em julho foi o de saúde e cuidados pessoais. Ficou 0,65% mais barato com a redução dos preços dos planos de saúde (-1,36%), após a autorização da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) do reajuste negativo de -8,19%, justificada pela diminuição da utilização de serviços de saúde suplementar durante a pandemia.

Por região, entre as 16 capitais pesquisadas, o maior índice foi anotado em Curitiba (1,60%) e o menor resultado foi o de Aracaju (0,53%).

INPC acelera 1,02%

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para as famílias com rendimentos de um a cinco salários mínimos, acelerou para 1,02% em julho, após a alta de 0,60% em junho. A alta acumulada em 12 meses é de 9,85%, acima dos 9,22% dos 12 meses imediatamente anteriores. Em julho do ano passado, o indicador ficou em 0,44%.

O acumulado de 12 anos no INPC vem numa curva crescente desde julho de 2020, quando a taxa acumulada estava em 2,69%.

Publicado em 10/08/2021 – 12:41 Por Akemi Nitahara – Repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro