Um dos nomes que tem pavimentado a pré-candidatura para presidência da Ordem dos Advogados do Brasil – Goiás (OAB-GO), o advogado Rafael Lara, que se coloca na situação e sucessor do atual mandatário, Lúcio Flávio de Paiva, disse em entrevista ao Diário de Goiás que o próximo presidente da Ordem terá “dificuldades infinitas”. Ele avalia, no entanto, que o momento é de “conversas” e compreender melhor o cenário antes de entrar, de fato, para a campanha.

O presidente eleito enfrentará desafios naturais e que qualquer outra categoria tem experimentado. Terá diante a continuidade da crise pandêmica e como nortear a Ordem no período pós-Covid-19. Além de tudo, terá de administrar uma alta taxa de inadimplência entre os advogados, que chega a 40% nas anuidades da OAB. “O índice é alto, mas não é Goiás. É o Brasil. É uma realidade nacional, e nós temos que nos enxergar e nos preparar para essa advocacia que vai enfrentar esse problema de frente pós-pandemia e buscar elementos para ajudar a advocacia a sair desse momento difícil. Resgatar social e economicamente o que a gente perdeu em razão da pandemia. Muito em breve a gente terá o retorno dos índices de adimplência para os índices históricos entre 20 e 30%”, reforçou.

Lara destaca os desafios “infinitos” que o advogado tem diante a profissão. “Dificuldades são infinitas. Eu não tenho só ouvido dificuldades. Eu tenho vivido bastante dificuldades. Sou um advogado militante. Todos os dias eu estou no escritório, faço audiência, faço sustentações orais, tenho dificuldades de despachar com juízes, desembargadores, como toda a advocacia está enfrentando”, pontua. Mas destaca estar preparado para enfrentá-los. “Estamos atentos e trabalhando para solução desses problemas. E vamos trabalhar cada vez mais, vamos melhorar cada vez mais”, pontuou.

Surgimento de novas candidaturas, até mesmo, vindas do seu próprio grupo? Não preocupa. Faz parte do processo eleitoral. “É absolutamente legítima e normal. Temos uma presença majoritária do atual grupo da situação”, conclui.

Conselheiro da OAB e doutorando em Direitos Humanos, Lara quer dar continuidade ao que avalia ter sido uma boa gestão do atual presidente Lúcio Flávio de Paiva. “O momento é de realizar e olhar para tudo o que foi feito durante a gestão e valorizá-la. Eu, como pré-candidato, estou ouvindo a advocacia e construindo bandeiras dentro daquilo que a gente já vem fazendo para continuarmos mudando e seguindo em frente”, destaca.

Veja os principais destaque da entrevista com o advogado e pré candidato da OAB-GO Rafael Lara:

CEDO PARA FALAR EM PRÉ-CAMPANHA

Na verdade tá muito cedo para a pré-campanha. Para tudo, apesar de eu ser pré-candidato ainda somos gestão da OAB e estamos trabalhando muito. Nessa fase inicial, em que eu estou apontado como sucessor do nosso atual presidente da OAB, o nosso grande líder, Lúcio Flávio, tenho conversado com as lideranças, conversado com diversos advogados classistas e que tem um compromisso com a advocacia e que querem ver a advocacia progredir. Então a gente está se resumindo a conversar com as pessoas, uma vez que não é hora de fazermos sequer pré-campanha.

VALORIZAR FEITOS DA GESTÃO DE LÚCIO FLÁVIO 

A gente tá num momento ainda que estamos construindo efetivamente a gestão. O presidente Lúcio, sequer chegou a 2 anos e meio de gestão. O momento é de realizar e olhar para tudo o que foi feito durante a gestão e valorizá-la. Eu, como pré-candidato, estou ouvindo a advocacia e construindo bandeiras dentro daquilo que a gente já vem fazendo para continuarmos mudando e seguindo em frente. É um momento muito delicado da advocacia em decorrência de algo que era inesperado para todo o mundo que é a pandemia. Nós precisamos de uma Ordem que olhe de forma mais carinhosa, ainda mais carinhosa do que já vinha olhando, em razão desse momento que é a advocacia pós-pandemia. Mas também de uma OAB  que seja modernizada e acompanhe as mudanças que a advocacia teve durante essa pandemia. Precisamos caminhar ao lado da advocacia com as inovações tecnológicas. A gente precisa caminhar ao lado da advocacia preparando a todos e trabalhando junto ao judiciário para que as novas tecnologias não substituam as pessoas, não substituam o contato direto com o magistrado, com a escrivania. Coisas que vão ser desafios para a próxima gestão quando essa pandemia passar. Também, precisamos e estamos muito atentos que a gente tem que continuar combativos e presentes com as demandas da advocacia junto ao judiciário e as prerrogativas ampliando aquilo que já vem sendo feito, tanto no sentido de regionalizar trazendo uma presença maior da Procuradoria de Prerrogativas no interior do estado de Goiás e na capital com diversos desafios que surjam e geram temas que não estavam sendo enfrentados mas que aparecem em razão da pandemia e viram novos desafios para uma nova gestão da Ordem.

RESGATE DAS FINANÇAS DA ORDEM

Nós temos muito orgulho de que conseguimos resgatar, inclusive moralmente, as finanças da Ordem. Em que tese, nós temos quase 45% de inadimplência das anuidades, em razão desse momento delicado que a advocacia está passando, a gente pode olhar para as finanças da Ordem e dizer que estamos mantendo de forma saudável e como exemplo eu cito as subseções, que recebem repasses mensais e que mesmo com as finanças em situação muito complicado em situação de inadimplÊncia, todas as subseções do estado de Goiás estão recebendo seus repasses de duodécimos rigorosamente em dia, o que não acontecia nas gestões anteriores do presidente Lúcio Flávio. Nas gestões anteriores existia um critério de repasses de duodécimos para subseções que definia entre subseções amigas e subseções não-amigas da seccional escolhendo qual seria a advocacia que receberia retorno enquanto nós temos sistemas impessoais, igualitárias e com métricas objetivas de repasse e repito: absolutamente em dia com as subseções.

INADIMPLÊNCIA NA OAB-GO

O índice é alto, mas não é Goiás. É Brasil. É uma realidade nacional, e que nós temos que nos enxergar e nos preparar para essa advocacia que vai enfrentar esse problema de frente pós-pandemia e buscar elementos para ajudar a advocacia a sair desse momento dificil. Resgatar social e economicamente o que a gente perdeu em razão da pandemia. Muito em breve a gente terá o retorno dos índices de adimplÊncia para os índices históricos entre 20 e 30%.

DIFICULDADES

Dificuldades são infinitas. Eu não tenho só ouvido dificuldades. Eu tenho vivido bastante dificuldades. Sou um advogado militante. Todos os dias eu estou no escritório, faço audiência, faço sustentações orais, tenho dificuldades de despachar com juízes, desembargadores, como toda a advocacia está enfrentando. Eu vejo a advocacia sem acesso suficiente a determinadas escrivanias e secretarias, com acessos remotos e e-mails que eventualmente não são respondidos a tempo e a hora. A advocacia está podendo contar com a OAB para trabalhar com isso, então a gente tem estado bastante presente e precisa estar mais presente para que naquelas escrivanias e juízos específicos que não tem atendido a advocacia no tempo e hora necessários, que possamos melhorar nisso. Percebo também desafios tecnológicos e estruturais com velocidade de internet e oscilação de internet que temos na sociedade. Independente, de cidades, algumas até com estrutura bem precária, inclusive. E essa realização de audiências, onde os clientes estão, os advogados e testemunhas, estão, de forma virtual tem sido um desafio grande. São problemas que surgiram em decorrência da pandemia. Estamos atentos e trabalhando para solução desses problemas. E vamos trabalhar cada vez mais, vamos melhorar cada vez mais. 

OUTROS PRÉ-CANDIDATOS

É absolutamente legítima e normal. Temos uma presença majoritária do atual grupo da situação. Toda a diretoria, a maioria do Conselho caminhando conosco para essa futura pré-candidatura que a gente tem pela frente e eventualmente aqueles que entendem que devem e que buscam por alguma questão pessoal ou motivo específico se lançar candidato, eu vejo isso com muita naturalidade e legitimidade, da mesma forma que eventuais candidatos surjam de dentro de um grupo que está na atual situação o que é absolutamente normal, o grupo se renova e oxigena, nós percebemos muito mais pessoas de fileiras que antes eram oposição e agora caminham conosco, vemos pessoas que não se interessavam pela Ordem e agora se interessam, e vemos uma advocacia jovem com muita vontade de fazer acontecer nos acompanhando nesse processo. 

Publicado por Altair Tavares em Diário de Goiás

(Com edição de Domingos Ketelbey)

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