No último dia 5 de setembro, o MCP – Movimento Camponês Popular, recebe uma comitiva de 20 pessoas, dentre elas um grupo de parlamentares da província de Kwazulu Natal, da África do Sul, além de representantes do governo brasileiro, por meio do Ministério das Cidades e Caixa Econômica Federal, para conhecer o projeto Moradia Camponesa. A visita acontece no município de Orizona.
Ano passado, a Caixa Econômica Federal realizou a 7ª edição do Prêmio Caixa Melhores Práticas em Gestão Local. Em cerimônia ocorrida em Brasília, o programa Moradia Camponesa, desenvolvido pelo MCP, em Goiás, em parceria com a Caixa Econômica Federal e Agehab – Agência Goiana de Habitação, foi selecionado entre os 20 melhores projetos do país, sendo o melhor do meio rural brasileiro. Atualmente, o projeto concorre ao Prêmio Internacional de Dubai 2012 para Melhores Práticas, do programa Habitat da ONU – Organização das Nações Unidas.
Com o sucesso do projeto, diversas organizações e governos de outros países passaram a visitar a experiência para analisar sua replicabilidade. Para tanto, ao receber os visitantes, o MCP contribuiu com questões relacionadas ao impacto, parceria, sustentabilidade, liderança, fortalecimento da comunidade, gênero, inclusão social e inovações.
Para o MCP, a moradia camponesa não é apenas a casa, é o ambiente embelezado com jardins, mata nativa, pássaros, pomar ecológico, hortas, plantas medicinais, recuperação e multiplicação de sementes e mudas crioulas, bem como o conjunto da infraestrutura da vida camponesa como: abastecimento de água, saneamento básico, energia elétrica, tratamento do lixo, cuidados com a higiene da casa, que ampliam a qualidade de vida da família camponesa e torna-se elemento fortalecedor na luta pela permanência na terra.
No MCP, a luta é por moradia camponesa e não apenas por casa. O movimento acredita que é preciso mudar as condições de vida no campo e fazer do meio rural um lugar ainda melhor para se viver, possibilitando que as famílias camponesas permaneçam na terra. E, neste aspecto, a moradia adquire um papel central.
“Poder contribuir com o debate, socializando nossas iniciativas para a melhoria da qualidade de vida e da renda das famílias camponesas do Brasil e dividir essa experiência com nossos irmãos africanos, será um momento de grande enriquecimento para nós pois, a troca de experiências e aprendizado que temos nestes momentos, nos anima ainda mais a continuarmos lutando”, diz Sandra Aparecida Alves, da coordenação nacional do MCP.
Na oportunidade, a comitiva conheceu a moradia de uma família camponesa, além do trabalho social desenvolvido pelo MCP com a organização de camponeses e camponesas em Grupos de Base, o trabalho de resgate, produção, multiplicação, melhoramento participativo de sementes e mudas de variedades crioulas. Também serão apresentadas as propostas de melhoria para a nova etapa do projeto Moradia Camponesa que se iniciou em 2012.

 

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