Avião com insumos deve chegar às 20h ao Rio de Janeiro
Uma nova carga do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) da vacina Oxford/AstraZeneca está prevista para chegar hoje (23) à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O pouso do avião que trará o lote ao Brasil está programado para as 19h56, no Aeroporto Internacional Tom Jobim (RIOgaleão) .
A nova remessa do IFA será usada para a produção de 6 milhões de doses. De acordo com a Fiocruz, com o novo lote importado da China, ficam asseguradas entregas semanais até 16 de julho para o Programa Nacional de imunizações.
Segundo a Fiocruz, a AstraZeneca tem garantido entregas regulares do ingrediente necessário à produção de imunizantes, conforme acordado no ano passado no contrato de encomenda tecnológica. A instituição espera uma aceleração das próximas remessas de IFA, já que o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos) permanece com uma capacidade de produção ociosa.
A Fundação alcançou até semana passada o total de 58,8 milhões de doses distribuídas, sendo 54,8 milhões produzidas pela Fiocruz e 4 milhões importadas do Instituto Serum, da Índia.
Publicado em 23/06/2021 – 17:57 Por Matheus Gomes – Estagiário da Agência Brasil* – Rio de Janeiro
Entidade justificou a negativa por ser uma organização neutra
A Uefa rejeitou um pedido do prefeito de Munique para que o estádio da cidade alemã seja iluminado com as cores do arco-íris na partida da Euro 2020 entre Alemanha e Hungria na quarta-feira (23).
Dieter Reiter disse que a iluminação seria um protesto contra uma nova lei húngara que proíbe a disseminação de conteúdos que se considere promoção da homossexualidade e da mudança de gênero nas escolas e limita a exposição midiática de conteúdo com homossexualidade em programas acessíveis a menores de idade.
Conhecido como Arena Allianz, o estádio que sedia o campo do Bayern de Munique é configurado de forma a permitir que toda a área externa e o teto sejam iluminados com várias cores.
Em um comunicado, a Uefa sugeriu datas alternativas para o gesto durante o torneio.
“A Uefa, através de seus estatutos, é uma organização política e religiosamente neutra. Dado o contexto político deste pedido específico – uma mensagem que visa uma decisão tomada pelo Parlamento nacional húngaro -, a Uefa precisa negar este pedido”, disse a entidade em um comunicado nesta terça-feira (22). “A Uefa, entretanto, propôs que a cidade de Munique ilumine o estádio com as cores do arco-íris ou em 28 de junho – o Dia da Libertação da Rua Christopher – ou entre 3 e 9 de julho, que é a semana da Rua Christopher em Munique.”
Os eventos do Dia da Rua Christopher são realizados em homenagem a uma revolta de homossexuais na cidade norte-americana de Nova York em 1969.
Publicado em 22/06/2021 – 13:14 Por Simon Evans – Manchester (Inglaterra)
Deputado prestou depoimento em CPI nesta terça-feira
O deputado federal Osmar Terra (MDB-RS) disse hoje (22), à Comissão Parlamentar Inquérito (CPI) da Pandemia, no Senado, que muitas de suas manifestações foram muito otimistas sobre o impacto que a covid-19 teria no país. Segundo o deputado, tais manifestações eram “opiniões pessoais” que tinham como base outras pandemias já ocorridas.
Em diversas oportunidades, Osmar Terra defendeu medidas e medicações que, sem comprovação científica, teriam contribuído, segundo os senadores, para a piora da situação pandêmica em que o país se encontra. Em algumas oportunidades, Terra afirmou que a pandemia se dissiparia rapidamente e com um pequeno número de mortos.
Em outras situações, tanto via redes sociais como em entrevistas, Terra defendeu a chamada “imunidade de rebanho” e fez críticas ao distanciamento social. Vários desses vídeos foram apresentados pelos senadores durante a audiência de hoje.
O deputado reiterou aos senadores algumas posições manifestadas anteriormente. Entre elas, as críticas ao isolamento social enquanto medida eficiente de combate à pandemia. “Se isolamento funcionasse não morria ninguém em asilo. E a maior parte das mortes foi em asilo”, disse o deputado. “As pessoas estão se contaminando em casa”, acrescentou o deputado.
“Aglomeração em ambiente fechado: esse sim é o grande contágio, e ele acontece em todas as casas. As pessoas andam sem máscara em casa. Não que eu defenda que se use máscara em casa, mas em situação especial tem de usar”, complementou.
Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia (CPIPANDEMIA) realiza oitiva do ex-ministro da Cidadania, apontado como integrante do “gabinete paralelo” que orientava o presidente da República no enfrentamento ao coronavírus. Ele deve depor na – Edilson Rodrigues/Agência Senado
“Conclusões pessoais”
O deputado acrescentou que, exatamente por ser parlamentar, tem a obrigação de manifestar opiniões sobre os temas relevantes para o país, e que essa foi a motivação para fazer, na época, as manifestações criticadas pelos senadores.
“Normalmente as CPIs são criadas para investigar corrupção. Nesse caso, é devido à minha opinião”, disse Terra ao reiterar que a pandemia está “sendo comandada pelo medo e não pela ciência”, e que suas afirmações foram feitas em uma época em que pouco se sabia sobre a doença. “Foram conclusões pessoais. Os dados que tínhamos na época me permitiram ser mais otimista”, argumentou.
Ele negou ser contra a vacina. Segundo o deputado, algumas afirmações foram feitas quando ainda não havia vacinas disponíveis nem conhecimento sobre se uma eventual vacina teria eficiência no combate a variações do novo coronavírus.
Na avaliação de Osmar Terra, como as pessoas contaminadas tendem a criar anticorpos ao vírus, esse processo acaba funcionando de forma similar ao de uma vacina. Seguindo essa linha de raciocínio, complementou o deputado, “a imunidade de rebanho é o resultado final de qualquer epidemia”.
Grupo
O deputado disse ainda que nenhum grupo foi criado com o objetivo de desautorizar medidas defendidas por autoridades da área de saúde. Terra foi apontado como integrante de um suposto “gabinete paralelo” que teria sido montado pelo presidente Jair Bolsonaro para assessorá-lo em temas ligados à pandemia,
As suspeitas de que Osmar Terra comporia o gabinete paralelo foram reforçadas após os depoimentos do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandeta e da médica Nise Yamaguchi, e após a divulgação de um vídeo no qual participava – em setembro de 2020 – de uma reunião no Palácio do Planalto onde foram manifestadas opiniões contrárias à vacina e a favor de medicamentos sem comprovação científica contra a covid-19.
Edição: Bruna Saniele
Publicado em 22/06/2021 – 13:23 Por Agência Brasil – Brasília
Em relação ao consumo, ministro defende tratamento solidário
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, disse hoje (22) que aposta na repressão ao narcotráfico como melhor estratégia de enfrentamento aos problemas decorrentes do consumo de drogas e da ação de organizações criminosas.
“A sociedade vem evoluindo e precisamos continuar discutindo os melhores caminhos para esta questão das drogas no Brasil – [mas] caminhos sempre voltados à repressão e para a diminuição do sofrimento das famílias e das pessoas”, disse o ministro na cerimônia de abertura da 23ª Semana Nacional de Políticas Sobre Drogas, que se estende até a próxima sexta-feira (25).
“Há várias correntes, mas nós, aqui, realmente defendemos a repressão e um trabalho cada vez mais duro em relação ao tráfico de drogas. E cada vez mais solidário em relação ao consumo”, afirmou Torres. Ele manifestou a necessidade das forças de segurança pública do país “jogarem muito duro com o [narcotráfico]” e, ao mesmo tempo, oferecerem aos usuários um tratamento diferente. “Não que o usuário também não tenha alguma responsabilidade neste sistema, mas precisamos tratar cada um da forma ideal.”
Durante a cerimônia, representantes das secretarias nacionais de Política sobre Drogas (Senad) e de Operações Integradas (Seopi), do ministério, e das polícias Federal (PF) e Rodoviária Federal (PRF) apresentaram resultados de operações, apreensões e da venda de bens do tráfico de drogas realizadas entre junho de 2020 e o mesmo mês deste ano.
Segundo o secretário de Operações Integradas, Alfredo Carrijo, só no âmbito do Programa Nacional de Segurança das Fronteiras e Divisas (Vigia) foram apreendidas 673 toneladas de entorpecentes, entre 26 de junho de 2020 e 16 de junho de 2021. O volume é 111% superior às 317 toneladas apreendidas no período de junho de 2019 a junho de 2020. De acordo com Carrijo, as ações causaram prejuízo superior a R$ 2 bilhões às organizações criminosas.
As polícias Federal e Rodoviária Federal também relataram ter apreendido maior quantidade de drogas, armas, veículos, embarcações e até aeronaves utilizadas por narcotraficantes. Segundo os relatos, além de descapitalizar as organizações criminosas, as ações acabam por subsidiar parte das futuras iniciativas dos órgãos de segurança, já que uma parcela dos bens apreendidos são leiloados. O dinheiro arrecadado é destinado ao Fundo Nacional Antidrogas (Funad), criado em 1986 para custear iniciativas que visem a reduzir a oferta e a demanda por drogas, incluindo o aparelhamento das forças de segurança pública.
De acordo com o secretário nacional de Política Sobre Drogas, Luiz Roberto Beggiora, entre junho de 2020 e junho de 2021, o ministério realizou 189 leilões, sendo que no primeiro trimestre deste ano foram arrecadados mais de R$ 37 milhões aos cofres públicos com a venda de bens apreendidos de criminosos.
Segundo o ministro Anderson Torres, a estratégia da pasta é utilizar o dinheiro apreendido das organizações criminosas contra o próprio crime organizado, além de intensificar a integração entre as forças dos diversos estados e federais.
Portaria
O Ministério da Justiça e Segurança Pública e a Secretaria de Coordenação e Governança do Patrimônio da União (SPU), do Ministério da Economia, assinaram uma portaria interministerial para agilizar o processo de venda de imóveis apreendidos de criminosos, com reversão do dinheiro recolhido em favor da União.
“A parceria entre a Senad e a SPU estabelece procedimentos em âmbito nacional para agilizar e desburocratizar os procedimentos, bem como dar maior segurança jurídica na venda dos bens apreendidos dos criminosos relacionados ao tráfico de drogas”, afirmou o secretário Luiz Roberto Beggiora. O texto deve ser publicado no Diário Oficial da União nos próximos dias.
“Com esta portaria, temos a expectativa de, a curto e médio prazo, arrecadarmos mais de R$ 200 milhões. Além de contribuir para a descapitalização e enfraquecimento da criminalidade, os recursos arrecadados na venda destes bens serão aplicados em políticas públicas na área de segurança nos estados”, acrescentou o secretário.
Edição: Maria Claudia
Publicado em 22/06/2021 – 14:54 Por Alex Rodrigues – Repórter da Agência Brasil – Brasília
Segundo decisão unânime, remédio não atendeu às expectativa da agência
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) negou hoje (22) o pedido de autorização temporária para uso emergencial do medicamento Avifavir (Favipiravir) no tratamento antiviral de pacientes hospitalizados com covid-19. A decisão unânime foi tomada durante a 12ª reunião pública da Diretoria Colegiada (Dicol), nesta terça-feira.
Segundo a relatora, a diretora da agência Meiruze Freitas, o remédio não atende às expectativas da agência quanto aos requisitos mínimos de segurança e eficácia no contexto do uso emergencial.
“A Anvisa deve usar de todas as vias possíveis para fazer com que novos tratamentos estejam disponíveis para os pacientes o mais rápido possível. Entretanto, não se pode autorizar o uso de um medicamento que não demonstrou benefício clínico no tratamento da covid-19 e ainda pode resultar em riscos à saúde dos pacientes”, afirmou Freitas.
A solicitação de autorização de uso emergencial do Avifavir foi feita pelo Instituto Vital Brazil, representante no Brasil do medicamento, fabricado pelas empresas russas API – Technologies LLC e Joint Stock Company Chemical Diversity Research Institute.
Em nota, a Anvisa justificou a decisão afirmando que o medicamento é produzido com matéria-prima ainda não registrada pela agência e que nenhuma outra autoridade regulatória de outros países aprovou o Avifavir para o tratamento da covid-19. Além disso, as áreas técnicas concluíram que as limitações, incertezas e riscos da aprovação do uso emergencial do medicamento superariam os benefícios no eventual tratamento de pacientes.
*Com informações da Ascom/Anvisa
Edição: Denise Griesinger
Publicado em 22/06/2021 – 15:50 Por Agência Brasil* – Brasília
O Palco Virtual de Cênicas, realizado pelo Itaú Cultural, apresenta ao público produções inéditas, de 24 a 27 de junho, que abordam a negritude e as diferentes formas de se relacionar. Todas as apresentações são gratuitas e seguidas por conversas dos espectadores com diretores, elencos e convidados. Os ingressos devem ser reservados via Sympla.
A programação abre na quinta-feira (24) com a pré-estreia de Maré, do coletivo potiguar Cida, tratando do amor a partir da situação da pandemia e da realidade dos cinco artistas em cena, seus corpos e suas vivências. As diferentes maneiras de se relacionar são problematizadas também por questões como gênero, raça, capacitismo e violência contra a mulher.
Na estreia da peça-filme Desfazenda – me enterrem fora desse lugar, do coletivo O Bonde, quatro crianças são salvas da guerra e crescem em uma fazenda. Quando jovens, começam a reconhecer-se como negras, vendo o mundo e a liberdade de outra forma. A obra é livremente inspirada no filme Menino 23: Infâncias Perdidas no Brasil, de Belisario Franca, no qual a descoberta de tijolos em uma fazenda com o símbolo da suástica desvendou a história de crianças negras que foram levadas de um orfanato para essa fazenda.
Os dois espetáculos foram pensados inicialmente para apresentações presenciais ao público. No entanto, diante da necessidade de isolamento social durante a pandemia, as peças ganharam novas produções voltadas para o audiovisual.
Criado em 2017 pelo Cida, núcleo artístico de dança contemporânea, fundado por jovens artistas emergentes, negros, com e sem deficiências, radicados em Natal (RN), o espetáculo Maré foi remontado em 2021 como uma obra audiovisual em dança acessível. Após a exibição de pré-estreia, Maré ficará disponível até 1 de julho no Youtube do Itaú Cultural.
“Com a chegada da pandemia, tivemos que repensar o nosso modo de trabalho. A gente não tinha intimidade com o audiovisual, mas acabamos nos aproximando de pessoas da área, e estamos agora trabalhando juntos esse novo modo de pensar a dança”, disse o bailarino René Loui, fundador do coletivo ao lado de Rozeane Oliveira.
De sexta-feira a domingo (25 a 27), o Palco Virtual será ocupado pela temporada de estreia de Desfazenda – me enterrem fora desse lugar, que trata de questões ligadas ao corpo e à subjetividade de pessoas negras diante do processo de abolição inconclusa no Brasil, conforme apontou a diretora Roberta Estrela D’Alva.
Desfazenda – me enterrem fora desse lugar – José de Holanda/Direitos reservados
“Estamos em plena decorrência dessa abolição inconclusa, inventando estratégias – e a arte tem um papel fundamental nisso – para questionar coisas que a gente não aceita mais. Na peça, também tem esse passo de descobrir o que aconteceu. Ela fala sobre entender-se negro no Brasil, e isso necessariamente é descobrir a história da escravidão”, avaliou Roberta.
Devido à pandemia, o espetáculo, que vinha sendo ensaiado virtualmente pelo elenco ao longo do último ano, foi repensado para o audiovisual e ganhou o formato de peça-filme, que tem como destaque a ênfase à palavra durante o espetáculo. A força do texto são potencializados pelas batidas, trilhas e paisagens sonoras criadas pela compositora e DJ Dani Nega.
“O espetáculo traz essa característica que vem do spoken word, das rodas de slam, das batalhas de poesia, da poesia falada como fio dessa radicalidade narrativa, poéticas. A gente não tem muitos elementos de cenário, para que o público veja tudo o que tem que ver a partir dessa performance da palavra. É para fazer com que, quem tenha que ver essa fazenda, veja pelos olhos, pela palavra, pelo ritmo, pela entonação e memória de quem está falando”, disse a diretora.
Após a temporada de estreia, a peça ficará disponível até 14 de julho no canal do YouTube de O Bonde.
Edição: Aline Leal
Publicado em 22/06/2021 – 06:05 Por Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil – São Paulo
Mais de 8,5 mil crianças foram usadas como soldados no ano passado em vários conflitos pelo mundo, e quase 2,7 mil foram mortas, informou a Organização das Nações Unidas (ONU) nessa segunda-feira (21).
O relatório anual do secretário-geral da ONU, António Guterres, ao Conselho de Segurança da ONU sobre crianças e conflitos armados abrange assassinatos, mutilações e abuso sexual de crianças, além da abdução ou recrutamento, negação de acesso a atendimento de saúde e ataques a escolas e hospitais.
O documento mostra que violações foram cometidas contra 19,37 mil crianças em 21 conflitos. A maioria das violações em 2020 foi cometida na Somália, República Democrática do Congo, no Afeganistão, na Síria e no Iêmen.
De acordo com o relatório, 8,52 mil crianças foram utilizadas como soldados no ano passado, enquanto 2,67 mil foram assassinadas e 5,74 mil ficaram feridas em diversos conflitos.
O documento também inclui uma lista negra que tem a intenção de constranger as partes em conflitos, com a esperança de puni-las para implementar medidas de proteção a crianças. A lista tem sido objeto de polêmica, com diplomatas afirmando que a Arábia Saudita e Israel fizeram pressão nos últimos anos para ficar de fora dela.
Israel nunca figurou na lista, enquanto a coalizão militar liderada pelos sauditas foi removida da lista em 2020, anos após ter sido apontada e constrangida por causar mortes e ferir crianças no Iêmen.
Em uma iniciativa para atenuar as controvérsias em torno do relatório, a lista publicada em 2017 por Guterres foi dividida em duas categorias. Uma delas lista as partes que colocaram em vigor medidas para proteger crianças e a outra inclui partes que não tomaram nenhuma atitude.
Publicado em 22/06/2021 – 06:49 Por Michelle Nichols – Repórter da Reuters – Nova York