O “spray milagroso” contra a covid-19 que o presidente da República Jair Bolsonaro disse que iria buscar em Israel sequer foi citado em um vídeo publicado por ele nas redes sociais antes de encaminhar a comitiva brasileira, capitaneada pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. O chefe de estado brasileiro destacou que a busca no país do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu seria por “protocolos, acordos na área da ciência e tecnologia”.

Na prática houve uma significativa mudança de discurso por parte do presidente que até pouco tempo, fazia muita questão de falar sobre o spray nasal, desenvolvido por Israel. O secretário de Pesquisa e Formação Científica do Ministério da Ciência e Tecnologia, Marcelo Morales deu detalhes sobre como será a visita e disse que será de troca de conhecimento “para o desenvolvimento de medicamentos e de vacinas”.

“O objetivo da nossa missão é a gente levar nesse acordo de cooperação com Israel, toda a área de ciência e tecnologia e da saúde que nós estamos desenvolvendo no país e Israel para fazer esse acordo de colaboração em várias áreas do conhecimento, inclusive de medicamentos e de vacina que estamos desenvolvendo na Rede Vírus do Ministério da Ciência e Tecnologia e também do Ministério da Saúde e também em várias áreas de conhecimento para o desenvolvimento de medicamentos e de vacinas”, destacou.

Marcelo aproveitou para falar da série de vacinas que estão sendo desenvolvidas no Brasil. “Uma delas já deu entrada na Anvisa, então, nós temos a possibilidade de fazer essa interação com as vacinas que estão sendo desenvolvidas em Israel. A gente tem a possibilidade de desenvolver uma vacina e se tivermos uma mutação no BRasil, nós dominamos a tecnologia e podemos mudar rapidamente a vacina adaptando a nova mutação”, pontuou.

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Há dois dias falava de busca por spray nasal                    

Na quinta-feira (04/03), Bolsonaro garantiu a apoiadores que a comitiva iria para Israel buscar pelo spray milagroso. “As primeiras informações são as melhores possíveis. Então, vamos ver se a gente consegue assinar um acordo e começar a aplicar na terceira fase no Brasil. E é para quem está em estado grave, então dificilmente alguém vai se opor a esse tratamento”, destacou Bolsonaro.

Nos testes iniciais, de fato, o spray se mostrou promissor. A substância foi administrada em 35 pacientes cuja as condições eram moderadas ou piores e todos eles conseguiram se recuperar. Apesar do sucesso, o próprio inventor do spray nasal afirma que ainda são necessárias mais pesquisas para apontar sua eficácia. “Não se pode dizer que o tratamento é efetivo com base em apenas em 35 pacientes”, disse Nadir Arber, do Hospital Ichilov de Israel e o responsável pelo desenvolvimento do tratamento em uma coletiva à imprensa. “Mas há esperanças”, confirmou. A declaração foi repercutida na coluna do jornalista Jamil Chade.

Apesar do spray milagroso em Israel, o país de Bibi está investindo mesmo é na vacinação para imunizar os moradores. O primeiro-ministro israelense pretende vacinar até domingo (07/03) toda a sua população. Até a quarta-feira (03/03), 96% do país havia se vacinado. Benjamin Netanyahu tem feito constantes aparições na tv aberta incentivando a população a ir aos pontos de vacinação e se imunizar, além de combater as fake news e desinformação em torno do imunizante. Tem se orgulhado em dizer que o país será o primeiro no mundo a sair da crise da covid-19.

Passeio em Israel

A comitiva também é composta pelos deputados federais, Hélio “Bolsonaro” Lopes e Eduardo Bolsonaro que devem ir para Israel fazer turismo e conhecer melhor a cultura local. No vídeo, eles estão mudos, calados e em silêncio.

Publicado por Diário de Goiás

by Domingos Ketelbey

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