ARTIGO.

Essa é mais uma coisa que não é novidade. Ouvimos isso há milênios, mas ainda temos dificuldade em praticar essas atitudes. Sempre temos, no entanto, a chance de começar a tentar. Até porque, nesse aspecto, você não precisa de pesquisas científicas dizendo o que é melhor ou pior para sua vida: você pode experimentar e concluir por conta própria. E se você já buscou no materialismo uma felicidade que não alcançou, não custa nada tentar o contrário, agindo com compaixão, generosidade e gratidão.

Talvez seja importante, nesse ponto, esclarecer um pouco mais o que se chama de materialismo. O materialismo não se refere a ser rico ou pobre, ou à satisfação das necessidades básicas que envolvem viver dignamente. O materialismo aqui é um sistema de valores orientado para a aquisição de bens materiais e para a repercussão social disso, o que significa viver em função de possuir, por conta da preocupação que se tem com a própria imagem para os outros. Nesse aspecto, não importa se você é rico ou pobre: a questão é o quanto você vive em função dos seus bens ou do desejo de possuí-los. Você pode ser pobre e materialista, como também rico e não materialista.

Não é difícil entender o processo. O que estamos buscando quando compramos, quando consumimos – às vezes de maneira compulsiva? O que está acontecendo quando colocamos todas as nossas expectativas na nossa próxima aquisição? Estamos querendo preencher aquele vazio essencial que todos nós temos. Queremos ser felizes e nos sentir melhor. E o materialismo parece ser uma maneira lógica, pois basta ligarmos a TV para recebermos inúmeras mensagens dizendo que se focarmos em ter mais, nos sentiremos melhor. E de fato nos sentimos melhores, por um breve momento. Até que a excitação da compra passe ou a fatura do cartão de crédito chegue. É possível que, depois, você se sinta ainda pior. As companhias não estão preocupadas com a sua felicidade, por mais que suas propagandas digam o contrário. Elas têm apenas uma função, que é gerar lucro, a qualquer custo. A única felicidade com a qual elas se preocupam é a dos seus acionistas. Ou seja, fomos enganados. Fomos levados a procurar a resposta no lugar errado.

Deste modo, vida feliz não significa vida sem desafios, sem problemas, na realidade a vida é o encontro de tudo isto. A verdadeira felicidade deve se alicerçada em uma filosofia de vida que nos sustente diante de qualquer circunstância, pois ser feliz é saborear cada momento sem perdermos a perspectiva nos aspectos ‘positivos ‘ da vida das experiências.

O importante disto tudo é que nossa felicidade nunca dependa de circunstâncias externas, mais nos distanciamos dela, buscando distração nos prazeres imediatos e nas conquistas efêmeras, nem que isso seja somente um meio de acalentarmos o nosso ego diante de tanto caos. Nayara Moura – Psicóloga Comportamental – CRP-09.9405.

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