Uma estudante brasileira de escola pública descobriu, em 9 de janeiro, um asteroide que ainda não havia sido identificado pela Nasa (Agência Espacial Norte-Americana). Laura dos Santos Dias, de 17 anos, foi a responsável pela descoberta. Ela estuda, há 1 ano, na escola estadual Professor José Vieira de Moraes, localizada na zona sul de São Paulo, onde cursa o 3º ano do ensino médio.
O sonho de infância de estudar as estrelas a fez se aproximar de um dos professores de física que lhe apresentou ao projeto Projeto Caça Asteroides, grupo de iniciação científica ligado à Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Bauru.
Foi neste grupo, formado por 5 estudantes, e coordenado pela graduanda em física Helena Ferreira Carrara, que Laura deu início às buscas por um asteroide. O grupo foi selecionado por um programa da Nasa, o IASC (International Astronomical Search Collaboration), que conta com a cooperação de várias nações do mundo para novas descobertas astronômicas.
As imagens, que foram objeto de estudo da estudante, foram captadas pelo telescópio PS1 do projeto Pan-STARRS1, um equipamento com quase 2 metros de diâmetro, que está localizado no alto de um vulcão inativo no Havaí com cerca de 3 mil metros de altitude.
Após receber as imagens do telescópio, Laura revela o árduo trabalho analítico para identificar um corpo celeste, “eu já estava estudando bastante essa imagem, durante uns 3 dias seguidos, eu fiquei só nela, até eu mudar para outra e voltar para ela de novo, pra ver se poderia haver um [asteroide]” disse a estudante.
Este ponto circulado na imagem, quase imperceptível, é o asteroide descoberto por Laura, que foi, inicialmente, identificado como P11bNcu. Após alguns dias do envio dos dados à Nasa e ao IASC, a resposta de que a estudante havia descoberto um asteroide chegou por e-mail.
“Eu entrei em contato com o grupo perguntando se todos tinham recebido o mesmo e-mail que eu, do IASC, e foi quando eu recebi a notícia da Helena, ela falou assim ‘Laura, você achou um asteroide’” comentou a adolescente.
Agora, cabe à agência espacial estudar o corpo celeste, com o objetivo de obter mais características sobre ele. Após a conclusão e registro dos estudos feitos por astrônomos profissionais, que pode durar até 5 anos, Laura poderá nomear o asteroide com o nome que desejar.
A estudante pretende homenagear a mãe, “pretendo sim nomear, inclusive dar em homenagem o nome da minha mãe, Rosilene, porque ela que estava comigo no momento, estava me incentivando a continuar procurando mesmo sem saber o que era” disse.
Fonte: Equipe Senador Álvaro Dias / Poder360.