As eleições em 2022 ainda nem tem seus pré-candidatos, mas os nomes já começam a ser especulados. Tido como um dos principais responsáveis pela situação do Brasil chegar onde está, o empresariado não quer o atual presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) frente ao executivo por mais quatro anos. Mas também não querem o retorno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Quem analisa o cenário é Luis Stuhlberger, gestor do Fundo Verde Asset em entrevista ao Estadão, publicada neste domingo (28/03)

Stuhlberger afirma com todas as letras que apesar de ter votado em Bolsonaro, não irá dar o mesmo voto. Com ele, diversos outros empresários. Também não quer ver Lula na presidência. Em um cenário hipotético, mas real de um segundo turno entre o petista e o capitão, o empresário acredita que votaria em branco. “Nunca, na minha vida, votei em branco, porque sempre acho que existe um mal menor. Dessa vez, se for Bolsonaro contra Lula, vou ter de votar em branco, porque não há mal menor entre os dois”, dispara. 

O empresário aqui deixa uma mensagem a Bolsonaro numa tentativa de que chegue a ele.  “É um recado para o presidente, no sentido de que melhore, porque há muitas pessoas e eleitores que pensam como eu”. Luis está desalentado assim como vários outros empresários que temem a possibilidade de sequer existir um candidato à terceira via competitivo para disputar uma eleição.

Esse cenário ‘apocalíptico’ para o empresariado causa desespero na categoria. “Se tivéssemos um único candidato do centro, haveria três disputando o primeiro turno, com uma chance de uma alternativa a Lula e Bolsonaro ir para o segundo turno. Mas, na prática, isso não existe. Os empresários – e eu estou junto a eles – estão literalmente apavorados com a hipótese de ter de escolher num segundo turno entre Bolsonaro e Lula, no ano que vem. O empresariado está desesperadamente buscando um candidato do centro.”

Stuhlberger avalia que uma coisa é um candidato “de centro” enfrentar apenas Bolsonaro. Outra coisa, é este nome disputar “contra Bolsonaro e Lula”. As chances dele ser pulverizado aumentam consideravelmente. Por isso, o empresário defende o nome do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB). Bem, a avaliação do empresário é que: João Doria e Luciano Hulk, tem muito à perder caso fracassem em 2022. Eduardo Leite, não. 

“Mesmo se perder, Leite é novo e seu nome se tornaria conhecido nacionalmente para, em 2026, ter mais chances. Ele é um bom candidato, que está fazendo um governo muito bom. Mas outros podem entrar na corrida”, conclui.

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