Estado de São Paulo lidera o setor, com 76,85% do faturamento
Das 224 empresas que atuam no setor farmacêutico do país, apenas 64 delas totalizaram, juntas, um faturamento de R$ 74,6 bilhões em 2019, correspondendo a 86,8% do mercado naquele ano. Elas foram responsáveis por 73% das embalagens de medicamentos vendidas. Os dados são do Anuário Estatístico do Mercado Farmacêutico da Secretaria Executiva da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
No total, em 2019, mais de 5,3 bilhões de unidades foram comercializadas no país, com R$ 85,9 bilhões em faturamento. O preço médio global praticado por medicamento foi de R$ 16,34.
De acordo com a publicação, em 2019, as empresas com registro de medicamentos com comercialização estavam distribuídas em 14 unidades da federação. A maior concentração de indústrias farmacêuticas foi verificada no estado de São Paulo, que, sozinho, responde por 56,25% do total de empresas do setor no país, detendo 76,85% do faturamento e 64,89% da quantidade de embalagens comercializadas.
Destaca-se também a participação de Goiás em termos de quantidade de unidades vendidas, com 14,61% do total, segunda posição nesse quesito, e 4,34% do faturamento. Outros estados em destaque são o Rio de Janeiro, com 10,14% do faturamento total do setor e com 5,69% da quantidade de embalagens comercializadas no país, e o Paraná, com 3,77% do faturamento e 5,78% das embalagens.
Princípios ativos
O documento traz ainda o ranking das substâncias mais vendidas e aquelas com os maiores faturamentos em 2019. O princípio ativo mais vendido foi o cloreto de sódio, que tem várias indicações como: descongestionante, como veículo para vários medicamentos injetáveis ou para limpeza de ferimentos. Ele teve entre 150 milhões e 250 milhões de apresentações comercializadas.
Com a mesma quantidade de vendas, em segundo lugar, vem a losartana potássica, medicamento indicado para quadros de hipertensão, para redução do risco de morbidade e mortalidade cardiovasculares em pacientes hipertensos com hipertrofia ventricular esquerda e proteção renal em pacientes com diabetes tipo 2 e proteinúria. É também um dos medicamentos mais prescritos e pertence ao rol de produtos oferecidos a custo zero pela Farmácia Popular do Ministério da Saúde.
Já os princípios ativos com maior faturamento foram a toxina botulínica A e o trastuzumabe, acima de R$ 500 milhões. A toxina botulínica é um medicamento indicado para o tratamento de contração involuntária espasmódica da pálpebra (blefarospasmo), contrações intensas de origem neurológica dos músculos do pescoço e dos ombros (distonia cervical), espasmo de um dos lados da face (hemifacial), torcicolo espasmódico, contrações espasmódicas do músculo (espasticidade muscular), linhas faciais hiperfuncionais (rugas) e suor excessivo (hiperidrose) palmar e axilar em adultos entre outros. A substância também é muito usada em procedimentos estéticos.
O trastuzumabe é um anticorpo monoclonal indicado para o tratamento de câncer de mama (metastático e inicial) e câncer gástrico avançado.
A quinta edição do Anuário Estatístico do Mercado Farmacêutico, com dados de 2019 e séries históricas de 2015 a 2019, está disponível na página da Anvisa. O documento usa informações do Sistema de Acompanhamento do Mercado de Medicamentos (Sammed) sobre a indústria de fármacos no Brasil.
Edição: Lílian Beraldo
Publicado em 16/07/2021 – 14:43 Por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil – Brasília